segunda-feira, 23 de novembro de 2015

Corinthians...Hexacampeão

Lindo dia...domingo espetacular...arena lotada...tudo pronto para o espetáculo
entre sorrisos e lágrimas, como uma bomba, uma repentina explosão
a razão chegava as raias da loucura, fugia do controle a emoção
era preciso gritar, por para fora o grito contido no peito
onde os problemas ficavam para trás, escassez virava fartura
braços se procuravam, abraços eram distribuídos, uma festa
estava consumado, era fato, o Corinthians era campeão, aliás, era hexa
parecia um sonho, mas, era a realidade dele, coisa de louco é loucura
crianças e adultos bebiam da mesma fonte, a alegria
ela, por sua vez, contagiou o País, voou longe, atravessou fronteiras
cruzou mares e oceanos e voltou para Itaquera
encontrou novamente o bando de loucos, uma multidão, uma nação
que aos poucos foi cantando outros contando até seis, já era
o Corinthians fazia a vez, era hexacampeão
o gavião em voo rasante levava no bico a nota ao freguês
o preto e o branco, que sobre o vermelho triunfava
fazia do verde a passarela e sua bandeira ostentava
todas as barreiras foram vencidas, o juiz não foi a razão
quiseram desmoralizar, ironizar, manchar, por fim reconheceram
engoliram o choro, reconheceram a supremacia
bateram palmas, queriam nossa camisa
foi assim nossa conquista e o grito de campeão
em casa ou longe dela adversários se rendiam
mas, não foi fácil, porém tínhamos uma reserva, ou melhor, um time reserva
cheio de gás, cheio de força, cheio de vontade, pronto para lutar
e assim foram a luta, e encorajado pela fiel, foi um fenômeno
jogaram por música, sob a batuta do maestro, encantaram
fecharam-se as cortinas sob aplausos da fiel
enquanto dentro do campo, nosso capitão levantava o troféu…
parabéns Corinthians...

Que mundo é esse!

Queria que tudo não passasse de um sonho, ou que, pelo menos, o sonho não passasse, pois, ao tentar encontrar algo admirável, que surja de ações produzidas por mãos humanas, me pego mais a entristecer-me e a lamentar do que elogiar os seres humanos. Não que homens altruístas estejam em extinção, não que o sonho de igualdade, legalidade e fraternidade não exista, não que a união entre os povos seja uma utopia infundada, não que a solidariedade se esgotou da face da terra ou que o amar ao próximo como a si mesmo, houvesse deixado de ser um mandamento divino, porém, onde encontrá-los? O discurso ficou no imaginário dos profetas, no pensamento dos poetas, mas, ainda é possível encontrar vontade nos sensatos, mas a fragilidade humana requer muito mais do que sonhos ou teorias impraticáveis. Sonhar é preciso, mas viver a realidade do sonho é muito mais necessário, é fundamental, é básico, importante e comum a todos.
A paz, a tão sonhada paz, fruto de sangrentas batalhas, virou simplesmente a ausência de guerras, cuja busca, faz com que homens, embora sem armas, se matem com palavras envenenadas e preconceituosas, com atitudes racistas, com segregações insanas e fúteis onde a concorrência em atirar a primeira pedra torna-se tão acirrada como se não houvesse nenhum pecador injusto. O clamor pela justiça se ouve pelas esquinas da intolerância, pelas alamedas do ódio, pelas ruas e vielas da violência, atirando suas setas envenenadas que distila da boca de injustos que confundem a justiça própria com vingança. O amor, o inexplicável amor, sentimento, puro e verdadeiro, que mais perturba os seres humanos a ponto de se cometer tamanha mortandade em seu nome, está no limite, dando espaço a atitudes pré-humanistas e irracionais jamais imagináveis, até ele está se esgotando.
Estamos vazios, ocos, sem conteúdo firme que faça brotar qualquer sentimento interior de compaixão ou de misericórdia pelo nosso semelhante, queremos apenas superá-lo, ultrapassá-lo a qualquer preço na disputada corrida social, que ignoramos os meios para alcançarmos um fim proveitoso. O sonho não acabou, acabaram com os nossos sonhos e nos deram passatempo. O mundo está a deriva, a mercê de homens gananciosos, verdadeiros tiranos inescrupulosos que tudo fazem para se manter no poder. Violentam, traem, destroem e matam não importa quem seja, tudo para se perpetuarem no poder aumentando os limites de suas fronteiras algo que os braços não podem reter. O sonho do mundo sem fronteiras acabou. Milhares de seres humanos cruzam-nas simplesmente a procura da vida. Rios e oceanos já não são limites. O mundo está se fechando a seu mais nobre habitante, o homem. O caos está formado. A angustia e a ansiedade andam de mãos dadas pelos corredores do medo, a vida está por um fio em todos os aspectos.
A morte que rondava os limites do respeito já o ultrapassou ceifando vidas e deixando um rio de sangue a acompanhá-la. E por falar em rio, o rio de lama do descaso, da propina, do suborno e da corrupção, vem corroendo valores éticos e morais, subtraindo do seio da sociedade a honestidade que insistentemente sobrevive agonizando por intermédio de uma política suja. Os bons costumes, a gratidão, a solidariedade, a educação, oriunda do berço sólido familiar é medida através de valores monetários onde hoje, tudo tem seu preço. Mas o tempo não leva o sonho da esperança, a certeza de uma fé inabalável no Criador, o amor indestrutível que Dele emana, nem mesmo a confiança de que cada ser humano, e somente ele, é capaz de reverter o quadro caótico em que está mergulhado. O tempo é senhor da razão, esta, porém, se perdeu nos labirintos da incompetência onde todos acreditam ser o seu dono e por causa disso cometem todos os tipos de atrocidades.
O mundo jaz na incerteza de um futuro sombrio, na escuridão assustadora de um presente caótico, onde podemos ter um encontro inesperado com a morte, que parece nos espreitar ao dobrarmos uma esquina ou atravessarmos uma rua. Mas, em meio a tudo isso, levanto meus olhos para os céus e me pergunto: que mundo é esse? Gostaria que fosse admirável e belo como a intenção do seu Criador, onde o leão pudesse conviver em paz ao lado de um cordeiro, onde as pessoas se respeitassem e que a máscara da hipocrisia desse lugar a sinceridade, que os homens se amassem no sentido mais puro dessa palavra. Como seria bom não sonhar, mas viver a realidade do sonho do Criador, e nós, como simples criaturas, apenas contemplar: que mundo é esse!