segunda-feira, 31 de agosto de 2015

O Carnaval dos sonhos

Cessou a batida do tambor, do tamborim, o apito do mestre de bateria silenciou, calaram-se as vozes, é hora de despir a fantasia, depois de quatro dias, a folia chegou ao fim e o ano agora começa. Sorrisos dos vencedores e lágrimas dos perdedores darão novos rumos ao carnaval do ano seguinte. Não houve tanto riso e tampouco muita alegria nesse carnaval, que novamente foi marcado por acidentes, incêndios, atropelamentos, agressões, brigas, desentendimentos e muita violência e morte entre foliões e no trânsito em todas as regiões do país. É hora do balanço de perdas e danos. O Arlequim continua chorando pelo amor da Colombina no meio da multidão. Deixou-me a impressão que o carnaval dos sonhos para aqueles que organizam, participam ativamente nas escolas de samba, blocos ou em simples bailes de salão, viram seus sonhos se transformarem em ilusão de quatro dias. A festa que é considerada popular somente atrai turistas estrangeiros que despejam milhares de dólares para acompanhar os trios elétricos, enquanto o povo queda-se ao celular como verdadeiros paparazzis a procura da melhor foto de um famoso que desfila em troca de muitos reais.
Celebridades femininas seminuas, com seios turbinados à mostra, consideradas musas, deusas, divindades que inspiram e movem a roda carnavalesca, disputam entre si quem tem o melhor corpo, a melhor comissão de frente, o melhor bumbum. Procurando o espaço midiático, se exibem em uma, duas ou mais escola de samba como uma vitrine, deixando de lado o pudor explodem em sensualidade desmedida e desnecessária para a vergonha do rei Momo. E é isso que vemos na festa popular, o carnaval. O apelo à nudez, ao sexo e a promiscuidade, incentivada pela mídia, torna-se cada vez mais acirrada despertando a lascívia, a sensualidade e a imoralidade nas crianças e jovens cujos são embalados por canções e ritmos sensuais. Sem falar no álcool e nas drogas onde tudo resulta em violência e morte.
Do ponto de vista masculino esse é um belo cenário, mas, onde está o carnaval da família? Será que ainda existe? Onde está a bandeira branca, a máscara negra, a “cabeleira” do Zezé, o Pierrot apaixonado? Não sou saudosista e nem contra o carnaval nos moldes atuais, pelo contrário, gosto dos sambas enredos, tenho minhas escolas preferidas e torço para que sejam campeãs, mas não as isento da nudez exagerada. Ouvi o desabafo de uma jornalista (www.youtube.com) quanto a realidade do carnaval e fui levado a concordar com o seu ponto de vista. Posso estar completamente enganado, mas também nunca vi tanta policia nas ruas nesse período e tanta insegurança ao mesmo tempo. Nunca vi tantas ambulâncias a disposição dos foliões embriagados e nos demais dias do ano desaparecem como por encanto deixando dezenas de pacientes a espera de um milagre. O carnaval é a festa do povo, mas não é para o povo. Como diz a letra de um samba do passado recente, o sambista que nasceu menino pobre, hoje se veste de nobre no desfile principal.
Para isso é preciso pagar o preço, um alto preço, e empresas de bebidas pagam milhões de reais para manter camarotes com celebridades bebendo e incentivando o consumo dessas marcas. É assim que o samba pede passagem. Com milhares de latinhas em mãos os foliões seguem no ritmo do trio elétrico, pois, atrás do trio elétrico só não vai quem já morreu e para não morrer, a policia intensificou o rigor da lei seca. Parece um paradoxo, os patrocinadores do carnaval são as empresas de bebidas e quem bebe é multado. No carnaval não tem moderação, não se tem respeito, tudo é exagerado, sem limites. Esse é o carnaval, dos sonhos ou das ilusões? Depende do nosso ponto de vista. Para mim, sempre foi dos sonhos, da alegria e do divertimento, das crianças brincando nas ruas, das bandinhas nas praças, dos bailes nos clubes, dos blocos de amigos do escritório, de passistas entusiasmados, sem brigas, sem violência, sem nudez exagerada e apelativa, mas, ao final, depois do balanço geral, vejo que novamente, foi o carnaval das ilusões.
Mas vamos continuar sonhando, afinal, essa é a festa do povo, mas, também, para inglês ver.

O último sermão

Entre nuvens que cobrem o céu da igreja católica com acusações de pedofilia, escândalos sexuais, disputa pelo poder, corrupção, vazamento de documentos pessoais, divergências doutrinais (o Papa é considerado um defensor linha dura das doutrinas da igreja), cansaço físico, saúde precária, entre outras tantas suposições, o Papa Bento XVI disse não à cadeira de São Pedro. Em sua peregrinação pelo mundo nesse curto espaço de tempo em que esteve liderando bilhões de fiéis, nesse final de semana ele abandonará as sandálias do pescador. As águas agitadas no mar da religião fizeram com que a pesca, nos últimos anos, não fosse tão satisfatória. Os ventos contrários abalaram Sua Santidade na condução da igreja, segundo afirmação própria em seu último sermão.
O fato é que na igreja, como em nenhuma outra instituição, não se pode colocar silenciador nas atitudes de seus membros para abafar o tiro da vergonha efetuado. Também não adianta muito divulgar uma falsa transparência e deixar em oculto, enterrado por séculos e por gerações, todos os abusos cometidos no passado, não somente pelos padres e sacerdotes, mas por todo o clero, que de uma maneira ou de outra, hoje os ventos contrários estão agitando as águas em direção da Santa Sé. E o Senhor dos senhores parece dormir, alegou o Papa. É meu caro Joseph, o Senhor dos exércitos não dormita, seus olhos estão atentos percorrendo toda a terra e nada que está oculto ficará encoberto! A renúncia de vossa Santidade nos mostra com clareza o que é a natureza humana, somos todos homens com as mesmas fraquezas.
É muito difícil suportar injúrias, difamações, calúnias, acusações fundamentadas ou não, pressão exterior, insatisfação por parte de subordinados. É impossível suportar injustiças, ofensas verbais e até mesmo morais ou físicas sem nenhuma reação. Não é fácil suportar o peso do mundo sobre os ombros. Não se pode depositar tanta esperança em um só homem. Ele fez o que lhe estava ao alcance. Nós ainda somos incapazes de oferecer a outra face, de perdoar sete vezes como o apóstolo Pedro perguntou ao seu Mestre. Somente um homem foi capaz de suportar tudo isso e muito mais sem abrir a boca ou renunciar, Jesus Cristo. Não podemos creditar a um homem capacidade que ele não tem só porque ocupa uma posição de destaque como se ele estivesse acima dos demais. A função de elo entre o céu e a terra, de divino entre os humanos, o concebido sem pecado, pertence àquele que deixou a mais alta posição nos céus e se humilhou tomando forma de servo. Portanto, a posição não representa o homem, mas o homem representa a posição que ocupa.
Não é tão estranha assim a renúncia do Papa. Ele não é um super herói com super poderes e sim, um homem sujeito as mesmas dificuldades dos demais. Um homem bom, cordato, que se desvia do mal, tem compaixão dos semelhantes, porém, chora e sofre como os outros. O seu cargo não o isenta do sofrimento, do medo, das dores da vida, dos problemas e de todos os males que acompanha a espécie humana. Ele não é imortal. O Papa merece todo o respeito pelos quase oito anos conduzindo o rebanho de Deus nessa terra. Ao renunciar, demonstrava solidão, todos os seus asseclas parecia tê-lo abandonado já pensando em seu trono. Em seu último sermão, ele me pareceu cabisbaixo, semblante caído como se não tivesse conseguido realizar o que se propôs e, abatido, parecia deixar a obra incompleta.
É meu caro Joseph, vossa Santidade combateu o bom combate como pode, completou a sua carreira como deixaram, portanto, pode guardar a sua fé, essa é exclusivamente sua. Somente o sermão do Mestre dos mestres, o último, foi sui generis e Ele o fez crucificado de braços abertos e clamando ao céus afirmando que tudo estava consumado. Ele não desistiu e nem renunciou, mas derramou gota por gota do seu precioso sangue e enfatizou que sem Ele, nada podemos fazer.

Fique com Deus.

Uma igreja para os pobres

Com essa frase e determinação, o Papa Francisco foi entronizado dando inicio a seu papado. Era uma clara alusão de como será norteado o seu pontificado. Uma igreja para os pobres. É claro que todo o mundo entendeu o que ele quis dizer. Não há entrelinhas nessa afirmação. Durante séculos a Igreja Católica Apostólica Romana se sentou em trono de ouro e era administrada pelo poder e interesses da Cúria Romana. Mas, atualmente, o pescador deixou seu iate e voltou ao seu simples barquinho. Calçou as sandálias da humildade para caminhar entres os becos e vielas, pelas estradas empoeiradas dos países pobres a procura das ovelhas que não têm pastor. A suntuosidade e o orgulho incharam a igreja durante dois mil anos, não havia lugar para os pobres de espírito. Mas, conforme apregoou o Mestre dos mestres, no alto de uma montanha, para que todos o vissem e pudessem ouvi-lo, bem aventurados os pobres de espírito, porque deles é o reino dos céus.
Ser pobre de espirito, é ser humilde, honesto, sincero, altruísta porque o reino dos céus e não o da terra, é dessas pessoas. Portanto, segundo o Sumo Pastor, elas são bem aventuradas, felizes, bem sucedidas, em tudo o que realizam e a recompensa, é o reino dos céus. A expectativa mundial é que o novo Papa seja para uma nova Igreja. Que sua maior riqueza realmente seja o amor, não apenas aos pobres, mas ao ser humano, sem nenhuma distinção, sem acepção, independente de classe social ou outra diferença qualquer. Já havia passado da hora da Igreja sair da escuridão de ensinamentos teóricos, sem vida e sem realidade e sair das paredes frias do Vaticano, para consolar os que choram, para saciar os que tem fome e sede de justiça. Talvez agora o mundo conheça a realidade da Igreja como luz do mundo e sal da terra.
A Igreja, meus caros Cardeais, Bispos e Arcebispos, não é aquele templo no Vaticano, a capela de São Pedro ou a Sistina, restaurada pelo Papa Sisto IV e sim, o ajuntamento de todos os cristãos ao redor do mundo. Ela é o reino de Deus aqui na terra, portanto, o seu governo, não deve proceder da Cúria e sim do trono de Deus, deve ser de humildade e amor, verdade e justiça, vida e paz, características inerentes do próprio Cristo, porque, precedendo a honra, está a humildade, mas na altivez está a queda. Conta-se através do folclore religioso, que um dia, andando pelos corredores do Vaticano, certo Papa, orgulhoso com tanta riqueza e parafraseando o apóstolo Pedro sobre um texto bíblico do novo testamento, onde ele, Pedro, diante de um pedinte paralítico, afirmou:
Não tenho ouro e nem prata; mas o que tenho isto te dou. Em nome de Jesus Cristo, o Nazareno, levanta-te e anda. (Atos 3:6)
O Papa, orgulhoso dos seus tesouros, disse ao humilde secretário: se o apóstolo Pedro estivesse hoje entre nós, ele não afirmaria que não tinha ouro e nem prata, e continuou admirando o seu belo tesouro. O secretário então, humilde, porém, receoso afirmou: mas também não diria em nome de Jesus Cristo, o Nazareno, levanta-te e anda. Por essa razão, vejo nos gestos e atitudes humildes do Papa Francisco, a renovação da fé e da esperança de que a Igreja possa fazer o seu papel, o de atrair as pessoas para Deus e não de afastá-las. Espero que o Papa Francisco possa fazer a restauração interior de todos os membros da Santa Sé e exterminar de vez, com todos os tipos de escândalos, ganância, pompa, orgulho, arrogância e tantos outros pecados, que o simples mencionar já uma vergonha. Que a Igreja seja um organismo vivo e não uma organização morta.

Sendo assim, dou as boas vindas ao humilde Papa Francisco e que não somente ele, mas, entre outros tantos milhões de pessoas ao redor do mundo, também possa ser mais um embaixador da parte de Cristo, como se Deus por ele rogasse. E que após sua morte, a Igreja dos pobres possa dizer com convicção: Houve um homem, enviado de Deus, cujo nome era Francisco. (João 1:3)

Sangue inocente

Nesse feriado da semana santa e da páscoa, enquanto o comércio contabilizava os lucros com a venda de chocolate, eu parei para refletir no real sentido da morte do cordeiro pascal. O sangue derramado ali no calvário, era o sangue de um inocente. O justo pelos injustos. O próprio traidor, Judas Iscariotes, vendo que Jesus havia sido condenado, trouxe, arrependido, as trinta moedas de prata que tinha recebido pela traição e as devolveu aos principais sacerdotes e aos anciãos do povo. Depois, como que confessando a sua culpa, disse: Pequei, traindo sangue inocente. Foi então que comecei a refletir no sangue inocente que desde a antiguidade começou a ser derramado. Este, embora por trinta moedas de prata, foi por uma justa causa, a redenção da humanidade perante Deus Pai, mas isso é outro assunto.
Mas, atualmente, muito sangue inocente está sendo derramado por traidores, por homens egoístas que a todo custo querem se manter no poder. São governantes que derramam sangue inocente do povo sem nenhuma justa causa, se é que pode haver uma. É o caso da Síria, que somente no mês de março, mais de seis mil pessoas morreram, perfazendo um total de mais de oitenta mil desde o começo da guerra. Pode ser o resultado do armistício entre as duas Coreias, do sul e do norte, caso se concretize as fúteis ameaças. O que dizer dos jovens que em busca de pequenas aventuras e embalados por drogas e bebidas, roubam, matam ou destroem vidas em questão de segundos? Correm com máquinas mortíferas derramando sangue pelas ruas, calçadas e avenidas sob os privilégios da impunidade e a proteção da lei, que lhes cobram trinta moedas de fiança e os liberam para novos assassinatos?
Foi nesse contexto que vi o sangue de uma criança inocente ser derramado, para conter a loucura de uma mulher, que com o desejo de vingança traiu a confiança de uma família e deixou uma nação indignada diante de tamanha crueldade. Como entender o ato desumano de uma pessoa que em apenas uma noite derrama o sangue inocente de quatro motoristas de táxi? Como não ficar perplexo, pasmado, boquiaberto ao ver um casal de turista estrangeiro, seres humanos, a mercê de jovens, cujo rapaz fora espancado enquanto sua namorada sofria todos os tipos de sevicias dentro de uma van? Como explicar os médicos que fizeram o juramento de Hipócrates, de exercer a arte de curar e ser fiel aos preceitos da honestidade, derramar sangue inocente de pacientes, determinando como Deus quem deve morrer ou viver? Até quando veremos pseudos policiais envergonhando a tão nobre missão de proteger o cidadão, dando cobertura a outros para derramar sangue inocente desses mesmos cidadãos que deviam protegê-los?
Judas Iscariotes pelo menos se arrependeu e foi devolver as moedas, contudo, não mais tinha como reparar o seu erro, e cheio de remorso, foi enforcar-se. Mas, aqueles anciãos do povo e os principais sacerdotes lhes disseram: que nos importa? Isso é contigo. Da mesma maneira nossos governantes, diante de tanto sangue inocente sendo derramado, parecem repetir a mesma frase: que nos importa? Isso é contigo. Aqueles que detém o poder e a autoridade para governar, estão traindo o sangue inocente do povo para arrecadar suas trinta moedas de prata! Estão fazendo como o soberano Pôncio Pilatos que com o gesto de lavar as mãos disse: estou inocente do sangue desse justo, e entregou Jesus para ser crucificado. Guardada as devidas proporções, muitos atualmente, ao lavar as mãos, sujam o coração, a alma e o corpo inteiro por causa das trinta moedas da corrupção.

O único sangue inocente, precioso, libertador derramado que nos trouxe vida foi suficiente e aconteceu a dois mil anos atrás, portanto, chega de derramamento de sangue.

ECA - Estatuto da Criança e do Adolescente - Uma licença para matar

Exatamente a uma semana atrás, novamente o país assistia indignado as notícias sobre outro assassinato banal, estupido e cruel, de uma dentista em São Paulo e acima de tudo, relatado de maneira fria, sarcástica e indiferente com a dor do semelhante, por parte dos assassinos, entre eles, um “de menor”. E fora exatamente o "de menor" que diga-se de passagem, era um jovem truculento, perfeitamente consciente do que estava fazendo, porque esse era o seu modus operandi, e conhecedor do aval que tinha do ECA - Estatuto da Criança e do Adolescente, que assumiu a culpa. O que fora criado com símbolo de proteção e cuidado para com as crianças e os adolescentes que sofrem todos os tipos de males pelos adultos, esses adolescentes estão usando da precariedade desse estatuto para ter a licença para matar. E mais do que isso, encontram respaldo e segurança para quando forem apreendidos, não passar mais do que três anos dentro de uma casa cheia de mordomias. Muitos já passaram por essa casa diversas vezes e nada trouxeram de proveitoso. Esse estatuto por exemplo, não protege as crianças contra a prostituição infantil, as drogas, o direito de estudar, da fome etc...somente os livra da impunidade de crimes hediondos.
Por mais incrível que possa parecer, esses menores, que não podem ter os rostos e nem os nomes divulgados e que não se pode afirmar nem mesmo que cometeram crimes, senão apenas um ato infracionário, não tem idade para serem responsáveis e punidos pelos seus atos, mas para não serem punidos eles tem idade, são "de menor". O clamor do povo pelo país afora já chegou ao limite. Está insuportável o medo de se conviver com a impunidade, a insegurança e o desacato com que esses truculentos menores desdenham da população, da imprensa, fazendo gestos obscenos quando são presos e debochando ao mesmo tempo com olhar ameaçador sabendo que, embora, a violência, a crueldade e os motivos torpes pelos quais cometem suas atrocidades, não pesa em hipótese alguma em suas costas. Até mesmo policiais tarimbados no combate ao crime ficam chocados, emocionados, tristes, sem palavras, perplexos diante da frieza dos relatos nos interrogatórios quando eles são apreendidos.
Resta-me uma pergunta: quem é a autoridade responsável por esse estatuto que tem medo de alterá-lo? Governadores, deputados, vereadores, policiais de alta patente e o povo, já se mostraram favoráveis a diminuição da penalidade civil, por quê isso não acontece? Até quando essas crianças assassinas terão o respaldo legal para cometerem crueldade contra o povo e deboches para com a policia? O assassinato da dentista, arrimo de família, responsável pelos pais idosos e de uma irmã especial, não pode ser mais um a cair no esquecimento de quem pode fazer alguma coisa! Desde a morte do jovem Vitor Hugo em frente ao prédio onde morava até esse momento, inúmeros crimes bárbaros aconteceram diante de câmeras e de um população amedrontada.
São arrastões em restaurantes, atropelamentos em calçadas, latrocínios e tudo isso com a licença para matar avalizada pelo ECA. De acordo com pesquisas, 93% da população é a favor da diminuição da idade penal e a mais rigor em seu cumprimento, por quê isso não acontece? A voz do povo não é a voz de Deus? Com certeza, Ele também está indignado com o que está presenciando. Diariamente, em média, 10 menores são apreendidos todos os dias em São Paulo. Estão queimando as pessoas vivas como na idade média quando se queimavam as bruxas nas fogueiras. Até mesmo ladrões estrangeiros estão imigrando para o Brasil porque, segundo relatos dos presos, as leis brasileiras são mais brandas. Isso é mais uma vergonha.

R$ 0,20, a ponta iceberg

Os caras pintadas estão de volta. Enquanto assistia as cenas das manifestações em São Paulo e em outras capitais brasileiras por causa do aumento nas tarifas de ônibus, eu, assim como milhões de paulistanos, fiz a seguinte pergunta: Quanto vale R$ 0,20? Será que por causa disso, seria necessário a quebradeira, depredação, vandalismo e tanta violência? Não. Então comecei a ouvir um daqui, outro dali, um falava uma coisa, o outro rebatia e a confusão só aumentava. Lembrei-me então, de uma série de reportagens apresentadas pelo jornalismo do programa Fantástico sobre o desperdício de dinheiro público em obras inacabadas e superfaturadas, além das propinas no acerto de contas para assinatura de contratos para a execução dos serviços. Foram bilhões de reais desviados, para não dizer roubados, através da corrupção, por políticos e empresários, com respaldo das leis que eles mesmos criam para se protegerem.
Continuo acreditando que os prejuízos causados, em âmbito geral, ainda são maiores do que os R$ 0,20 é claro, mas, cheguei a conclusão, que a causa da luta vai muito além. Os R$ 0,20 são apenas a ponta do iceberg. A luta precisa começar a ser esclarecida que é por falta de atendimento à saúde, por impostos mais justos e não absurdos, pelo fim da corrupção e seus mensalões, que já se tornou algo natural e rotineiro entre políticos. É pelo fim da farra com o dinheiro do cidadão, que trabalha 150 dias para o governo esbanjar com mordomias sem nenhum retorno ao contribuinte. É por escolas decentes, por segurança, é sim, por transporte público decente, por salários justos de professores, policiais, médicos, por respeito aos aposentados que depois que deixam de trabalhar vão para a fila da saúde morrer a míngua sem atendimento nos hospitais. Os aposentados precisam descansar em paz, mas não precisam morrer.
A luta, e quando digo luta, não me refiro à violência física, e sim, a busca pelo direito constitucional, é que deve prosseguir. Não queremos um país para inglês ver durante a copa do mundo, não, o Brasil é dos brasileiros, e todos são iguais perante a lei. A luta deve continuar até que mensaleiros sejam presos, que a corrupção seja extinta em qualquer escalão da sociedade, até que menor, que não pode trabalhar, mas pode matar, que tem a permissão e garantia de impunidade e ainda sorri da população amedrontada, seja responsabilizado e punido pelos seus atos. A luta deve continuar, até que mulheres, as verdadeiras guerreiras, que sustentam seus lares, tenham direito a creches para deixar seus filhos. As manifestações são direitos conquistados e garantidos e aqueles que recebem ordens para atirar balas de borracha e bombas, deveriam recebê-las para proteger tais direitos. Talvez o lugar da manifestação, a forma violenta, a depredação, o transtorno, possam ser repensados, mas, se manifestar contra a corrupção é um direito. O barulho chegou aos ouvidos das autoridades, porque em silêncio, não há manifestação, ela passa incólume, ninguém dá atenção.
A hora do povo chegou, dizia alguns cartazes, chega de corrupção. O padrão FIFA precisa ser instalado na saúde, nos transportes, na segurança, nas escolas, em todos os setores, porque, R$ 0,20 é somente a ponta do iceberg.

Acampando na cidade

Hoje eu gostaria de falar sobre um assunto que está tirando o sono de muita gente, aliás, não sei se essas pessoas conseguem dormir, pois, não há cama, não há moradia, não existe um teto, não existe uma casa. São pessoas que vivem de invasões em prédios públicos ou particulares buscando um lugar onde possam reclinar a cabeça. Inúmeras famílias são arrastadas pelos movimentos dos sem teto a procura de um espaço na cidade para dar descanso à prole. De acordo com o governo, a casa própria não é mais um sonho e sim, uma realidade. Mas, a realidade que vemos são pessoas dormindo nas calçadas, barracas espalhadas pelas esquinas com famílias inteiras acampando nelas.
As crianças saem pedindo esmolas, sob olhares dos pais que observam tudo, pedindo uns trocados, mas eles, os pais, pedem um teto, um lar, uma chance, uma esperança de futuro, um novo começo, uma oportunidade de vida melhor. A incansável luta por um pedaço de terra, um lugar para se morar, fincar as raízes para viver com mais dignidade está se tornando mais acirrada. Invasões e desocupações tem levado muita gente ao desespero e até mesmo a morte, para ocupar e defender o direito a moradia. Essa guerra não está sendo travada apenas na zona rural onde a disputa por grandes latifúndios está em jogo, até mesmo os índios, os verdadeiros donos da terra, resolveram reivindicar o que sempre lhe pertenceu, a terra.
Na zona urbana das grandes metrópoles o mesmo problema social já é verificado a décadas. É uma realidade que vem se tornando mais notória na cidade e que se não for interceptada de maneira cabal, consciente e eficaz pelas autoridades, se tornará em outro fenômeno social de difícil solução. Os movimentos dos sem terra, dos sem teto, está proliferando pelo país afora. A luta pela moradia é o resultado de uma politica habitacional defasada em décadas e constatada pelo último Censo 2010. Isso não é somente assustador, mas absurda e preocupante, passando pelos corredores da educação e cultura empurrando famílias inteiras para o submundo dos excluídos sociais.
Não quero pensar no que leva uma família chegar a tal ponto de acampar na cidade. Acredito que nenhuma família está nas ruas com seus filhos porque deseja estar. Imagino, ao ver as mulheres pensativas dentro das barracas, que estejam sonhando com sua casa, por mais simples e humilde que seja. Sonhando com os filhos brincando tranquilamente, estudando, correndo de um lado para o outro, sorrindo, sem medo, sem preconceito a rodeá-los, felizes, e com muita dignidade. Parece que sonham com o marido trabalhando, com uma vida sem escassez alimentar, enfim, parece-me que sonham com o que é normal, se é que ainda sonham.

Espero que esse programa minha casa, minha vida, possa trazer e devolver a realidade desse sonho como alega o governo. Devolver o prazer de viver, a alegria e a esperança perdidas de muita gente., pois, não gostaria de ver famílias acampando na cidade.

O Olho que tudo vê

Na terra de cegos, quem tem um olho que tudo vê chama-se Estados Unidos da América. A espionagem universal vem sendo comentada e discutida mundialmente. O ex-técnico de uma empresa que prestava serviço para a Nacional Security Agency (NSA) ou Agência Nacional de Segurança norte americana, divulgou detalhes sobre a espionagem em correspondências eletrônicas e escutas telefônicas de celebridades, políticos, países e governantes ao redor do mundo, entre eles, o Brasil e outros países sul americano. O mal estar gerado pela divulgação de espionagem, levou o governo norte americano a explicar o inexplicável, aliás, tentar explicar e justificar invasões de privacidade eles já fazem desde a era Bush. É muita inocência imaginar que aquele que criou o olho não verá. Se existe a espionagem, também existe a contra espionagem, é preciso se precaver. Não é de hoje que o atalaia do universo observa seus vizinhos, invadindo a privacidade alheia. A melhor defesa é o ataque, essa é a justificativa banal que afirmam.
A agência de segurança norte americana tem tanto o papel de proteger seus dados, como de interceptar mensagens codificadas ou criptografadas, internas ou externas, pessoais, políticas, bisbilhotando via satélite, e-mails e telefonemas, com o intuito de garantir sua segurança e de seus aliados. Para o tio Sam, não há nada oculto que não possa ser monitorado. Na era da informática, não existem mais segredos ou fatos imperscrutáveis, quer sejam de natureza política, militar, profissional, governamental ou até mesmo sacramental que não estejam sob olhares da espionagem americana. Não é sem razão que o símbolo dessa agência seja a águia. Seus olhos percorrem toda a terra. A águia pousou, disse o astronauta Neil Armstrong ao chegar em solo lunar. O olho que tudo vê, percorre os quatro cantos da terra em alta definição.
Mas o segredo da existência de um programa secreto de interceptação de dados de cidadãos americanos e estrangeiros, empresas e países, foi revelado pelo ex-técnico Edward Snowden, que falou, mostrou e agora todos sabem que a agência de segurança americana, the big brother global, observa até mesmo o caminho das águias no céu. Para alguns místicos, o olho que tudo vê significa o olho de Deus, ou de Satã sobre todas as coisas, principalmente observando a humanidade em seus atos. Tirando o folclore e todo o sincretismo religioso que o envolve, dessa maneira, os Estados Unidos da América se sente, como o deus do universo, o soberano sobre os reis da terra, a observar os povos ao redor do planeta. O papel de vigilante da terra foi denunciado por alguém que exercia exatamente essa função.
Para alguns, Snowden, deveria ser laureado com o prêmio nobel da paz pela relevância do fato denunciado, outros o vem como um herói americano, pela coragem e importância da denúncia. Mas para o governo do Obama, ele é um traidor, digno de pena de morte e, é claro, está sendo monitorado vinte e quatro horas e um passo fora dos olhos das autoridades russa, será preso. Então, vale o ditado: em terra de cego, que tem um olho, tudo vê.

O Papa sorriso

Papa, Papa, o senhor está feliz, o senhor está feliz? Insistia o repórter do meio da multidão extasiada que acompanhava Sua Santidade enquanto ele distribuía acenos e sorrisos contagiantes de felicidade para o povo. Não foi somente o repórter que percebeu a alegria do Papa não. Desde a sua escolha, na primeira aparição pública como Papa eleito, o sorriso, marca registrada do jesuíta Mario Jorge Bergoglio, já o acompanhava. Já não era sem tempo de a igreja deixar todo o formalismo de velhas tradições mantidas por Papas europeus e expressar o frescor da vida divina aos fiéis. O peso do cargo, a responsabilidade de conduzir o maior rebanho do mundo junto às águas de descanso, sempre trouxe uma sisudez eclesiástica demasiadamente pesada aos Papas. Parecia um duro fardo e não um privilégio santo o fato de sentar na cadeira do apóstolo Pedro.
Mas o Papa Francisco quebrou as cadeias do passado sombrio que envolvia a igreja e trouxe à luz os principais frutos do Espirito Santo, justiça, paz e alegria. Nessa jornada, ficou claro, através dos rostos iluminados de dezenas de milhares de jovens, que o sorriso franco e espontâneo do Papa Francisco está sendo refletido em cada um dos peregrinos. Até mesmo alguns políticos, motivo dos protestos ocorridos no país, estão pegando carona no sorriso aberto e na simpatia papal, procurando fugir do alvo das manifestações. Aliás, a igreja, no passado recentíssimo, experimentou o que é ser pedra de tropeço por causa da Cúria Romana, a fonte dos escândalos religiosos. O Papa Francisco, antes mesmo de ser nomeado, recebeu o relatório da sujeira que enfrentaria pela frente.
Com o futuro da igreja travado pelas intrigas e disputas pelo poder, que espantava o rebanho de Deus, o Papa Francisco clareou os corredores da Santa Sé com o seu sorriso atraente. É preciso praticar a oração atribuída a São Francisco para ser um canal de paz, e onde houver a discórdia que a união possa penetrar. Onde houver o desespero, a esperança mantenha acesa a chama da fé. Onde houver o ódio, o amor possa sobrepujar, mas principalmente Papa Francisco, onde houver a tristeza, o sorriso possa desabrochar, trazendo com ele o perdão, o amor e a verdade do Cristo, para todos os filhos de Deus, não somente aos católicos, e sim, para a humanidade tão carente de sorriso.
O mundo precisa sorrir, chega de violência, ódio, intolerâncias religiosas, preconceitos. É preciso seguir o exemplo do Mestre dos mestres, e aprender a conviver com as diferenças. Ele não criticou prostitutas, perdoou traidores, comia com os rejeitados e trouxe descanso e paz às almas cansadas. Que na jornada missionária de pregação do evangelho do reino de Deus aqui na terra, essa incumbência divina, não seja um fardo, e sim, um privilégio incomparável e que o sorriso seja sempre fruto de um coração alegre refletindo na face de cada ser humano. Mesmo semeando em lágrimas, é possível colher com alegria. Porque, é dando que se recebe, é perdoando que se é perdoado e é sorrindo que se vive para a vida eterna.
Que a exemplo do Sumo Pontífice Papa Francisco com seu sorriso sincero, possamos viver na terra de iracundos distribuindo sorrisos de alegria e de felicidade, pois, dessa maneira, embora sejamos pobres, podemos enriquecer a muitos e nada tendo, possuímos tudo. O sorriso puro é a verdadeira expressão da presença de Deus em nosso viver. Que Deus possa olhar para nós e também sorrir. O seu sorrir nos satisfaz, sorrir faz bem.  

Vale tudo

De tanto ver triunfar as nulidades, de tanto ver prosperar a desonra, de tanto ver crescer a injustiça. De tanto ver agigantarem-se os poderes nas mãos dos maus, o homem chega a desanimar-se da virtude, a rir-se da honra e a ter vergonha de ser honesto. Com essas palavras, o Águia de Haia, Rui Barbosa disse uma das mais célebres verdades, que até o momento acompanha o ser humano. Quantas coisas nulas e vazias tomam proporções gigantescas como se fossem vitais e imprescindíveis para sobrevivência humana, que me faz refletir a razão e o porquê de estarmos valorizando o que não tem valor! Uma variedade de absurdos são estampados diariamente em sites, jornais e revistas mostrando a realidade de uma sociedade pervertida e corrupta, que somos levados a concordar com o nobre parlamentar (diga-se de passagem, foi um dos mais notáveis em todas as épocas) que aquilo que é nulo, sem conteúdo, banal está triunfando sobre todas as coisas.
Estamos valorizando o que não tem valor. E o que é pior, fazendo de tudo para mostrar e extrair algum valor daquilo que não tem valor, e olha que não me refiro a programas como os BBB's da vida não. Digo isso com relação a parlamentares que galgam os caminhos escorregadios da desonra contribuindo para o crescimento da injustiça. Refiro-me a homens que um dia cuspiram no prato da corrupção, bateram no peito declarando e jurando honestidade, abominaram a desonra, defenderam a integridade e hoje banqueteiam-se desse mesmo prato. A justiça é cega somente para cometer justiça. As injustiças são apreciadas, praticadas e porque não dizer, incentivadas em face da impunidade exemplar e tudo isso sob as togas de uma justiça injusta. Aliás, justiça é uma virtude em extinção, que nos faz até mesmo confundir com o sentimento de vingança.
A batalha pelo poder, no jogo de cartas marcadas, cujos integrantes desferem golpes midiáticos verbais mentirosos, criando verdadeiros embates de palavras acusatórias, proferidas por lábios envenenados em busca de se perpetuarem no poder, mas logo desmoronam envergonhados. É incompreensível e ao mesmo tempo inadmissível ver prosperar a desonra, o mau caráter, a falta de escrúpulo, ou seja, a ausência de ética ou moral que possa inibir certas atitudes de homens que deveriam ser exemplos e são a vergonha desse País. As noticias estão espalhadas por ai. Políticos com ares de “bons moços” mergulham na piscina da corrupção cheia de dinheiro público tendo que justificar o que não justo. Há notícias de que certa parlamentar trabalhou apenas 19 dias em um ano e recebeu R$ 1.670,000,00 tendo 111 justificativas médicas para sua ausência de plenário.
Vergonha nacional. Esse é o país do vale tudo para se conquistar o nada. Vale tudo nessa arena pela vida onde médicos decidem pela sobrevivência de quem paga mais. Vale tudo, até mesmo assassinar os pais, por menor que seja a herança e comemora-se com beijos e abraços emocionados, embora sob sentença condenatória declarada, em pizzarias pela cidade a espera da divisão da herança. Vale tudo para defender uma religião que não consegue tolerar, muito menos conviver com as diferenças e vender um cantinho no céu a preço do suor dos fiéis. Vale tudo para conquistar um cargo, uma posição social, mesmo que para isso seja preciso derrubar aqueles que estão a frente com falcatruas e mentiras. Está chegando o momento de prometer tudo e de não se fazer nada. Vale tudo, mas nem tudo é lícito. Vale tudo, mas nem tudo convém. Vale tudo, mas nem tudo edifica o ser humano.
Viver de modo exemplar para os filhos, com respeito ao semelhante, com dignidade, mãos solidárias, consciência limpa e tranquila, com honestidade, sincero e verdadeiro, tudo isso não tem preço, mas isso é o que mais vale.

A Saúde na UTI

 Estamos caminhando a passos indecisos sobre uma política de privilégios para aqueles que detém o poder nesse País. Isso está sendo constatado diante das manifestações diárias que ocorrem no País em virtude da corrupção escancarada que vem ocorrendo, gerando um abismo social sem precedentes. Elas, as manifestações públicas, refletem a insatisfação do povo que a décadas vem sendo oprimido, principalmente pela falta de assistência médica. São tantas as reivindicações mas vou me ater apenas nessa área da saúde pública. Não é de hoje que a população mais carente sofre dobrado com o descaso das autoridades políticas quando o assunto é saúde pública. São promessas de mais hospitais que não saem do papel e quando saem ficam os esqueletos apodrecendo a céu aberto sem condição nenhuma de uso. Milhões de reais são enterrados na aparente construção de hospitais que raramente chegam a bom termo. Já os hospitais que existem estão com o pires na mão, principalmente as Santas Casas. Falta de tudo nos hospitais, desde um simples esparadrapo a medicamentos essenciais.
As UTI's Neonatal tem sido centro de proliferação de bactérias incontroláveis gerando morte incontáveis de recém-nascidos. Além do fato de médicos e pacientes conviverem com goteiras, iluminação precária em salas de operação, existe a falta de equipamentos mais modernos, e onde eles existem, estão sem operação, abandonados, virando sucata. Faltam instrumentos cirúrgicos, macas, cadeiras de rodas, luvas, anestésicos, seringas descartáveis, soros etc. Além disso, a falta de profissionais especializados e qualificados, cujos estão injetando até sopa na veias de pacientes, tem contribuído para o alto índice de mortes evitáveis. As ambulâncias, muitas delas estão sem manutenção ou apodrecendo em estacionamentos por causa da burocracia corrupta, enfim, são diversos fatores que levam a saúde a agonizar nas UTIs, mas o principal deles é a corrupção. São médicos batendo o ponto e não cumprindo o plantão, desvio de remédios, conchavos com indústrias farmacêuticas,
Diariamente assistimos reportagens vergonhosas de como são tratados os pacientes nas redes de hospitais públicos por todo o País, enquanto políticos que sucatearam a saúde em seus Estados veem para São Paulo em busca de tratamento médico nos melhores hospitais particulares do País sendo custeados com verdadeiras fortunas com o dinheiro público. São verbas públicas destinadas a hospitais que nunca chegam ao destino. Nem mesmo os planos de saúde visam a saúde do paciente. Nessa semana a ANS - Agência Nacional de Saúde, suspendeu 212 planos de saúde e 26 operadoras, por falta de qualidade nos atendimentos aos clientes, mas a (in)justiça beneficiou 17 dessas operadoras revogando a suspensão. A máfia do jaleco branco tem se infiltrado em hospitais com médicos batendo o ponto sem dar seus plantões. E essa mesma classe exige qualificações dos estrangeiros que eles não possuem, com receio de perder o ponto. É sabido que entre os anos de 2005 a 2011, o CREMESP realizou testes e exames para avaliar o conhecimento em quase 5000 médicos recém-formados onde 46,7% tiveram seus testes reprovados e mesmo assim, não foram impedidos de exercer a medicina.
Por fim, a população, acuada, que morre nas ruas, em casa ou nos hospitais, está cada vez mais, sendo encurralada, enxotada para os guetos sociais, espremida nas periferias do descaso e agora com a promessa de médicos Cubanos para diagnosticar o que já foi diagnosticado, a saúde não tem nacionalidade, mas tem cura, basta moralizar o poder. Enquanto eles discutem o Ato Médico, o projeto Mais Médicos, se aceitam ou não os estrangeiros, o povo morre a míngua, assistido apenas por familiares entre os corredores dos hospitais. Entre críticas e elogios, é preciso urgentemente tirar a saúde da UTI.

A Corrida do Ouro

O brilho do vil metal resplandece como uma chama hipnotizadora, que atrai, corrompe e seduz a humanidade desde os seus primórdios. Ao mesmo tempo parece iluminar os passos, fascinar a mente e corromper o coração dos homens que tudo fazem para, como no conto de fadas, encontrar o seu pote no fim do arco-íris. Nessa corrida ilusória vale tudo, até mesmo mercadejar almas humanas trancafiando-as com algemas de ouro nas masmorras do querer, do possuir, do ostentar e com isso, geram sonhos, despertam desejos, criam falsas esperanças e produzem, em alguns casos, frustrações que resultam em traumas psicológicos de difíceis soluções. Nessa corrida maluca tudo é substantificado em unidade monetária. É possível imaginar um carro de luxo, um apartamento de alto padrão, um iate, uma maneira de vida de reis e rainhas e no mesmo instante traduzir essa imaginação em valores. Desse ponto até a conquista, vale tudo para alcançar o objetivo.
Os sonhos são para serem realizados, as metas para serem alcançadas, os paradigmas para serem derrubados, as barreiras para serem ultrapassadas, mas tudo isso precisa ser planejado em seus mínimos detalhes a fim de que os percalços, as contrariedades que surgem pelos caminhos escorregadios da vida, não criem nenhum descontrole emocional no futuro. Não é raro se ouvir notícias de artistas que conquistaram a fama, o topo, mas desembolsaram alto preço para ostentarem o status, a glória e o glamour, que alguns até mesmo, por não conseguirem se equilibrar na balança do sucesso, pagaram com a vida pelo desequilíbrio. O pote de ouro encontrado, não tinha valor e nem poder para libertar a alma sedenta por alegria, paz e felicidade. O ouro que extraíram das minas das ilusões do show business, da sociedade alternativa, do é dando que se recebe, de um viver de aparências, não foi suficiente para comprar a tão sonhada qualidade de vida. Embora possuíssem tudo, nada tinham para oferecer, com raras exceções, de si mesmos. Mesmo sendo ricos, contudo, alguns, tornaram-se pobres interiormente. Deixaram apenas um legado frio e teórico de frases vazias, cujos heróis, como diz a canção, morreram de overdoses.
Hoje, diferentemente de como ocorreu no passado, onde as descobertas das minas atraiam os homens fortes, rudes e corajosos para um trabalho de escavação árduo, difícil e perigoso, o tiro de partida que atualmente foi disparado, acirrando a corrida do ouro, está arrastando não somente homens visionários e desbravadores, mas, crianças, adolescentes e jovens que correm incentivados e até mesmo, manipulados por garimpeiros profissionais que auto denominam-se empresários, caçadores de talentos. As minas na atualidade são os clubes de futebol, as gravadoras musicais, a televisão e a mídia de um modo geral. Os futuros milionários mirins ficam expostos na grande vitrine que são as redes sociais onde são vistos, analisados e por fim, comprados por verdadeiras fortunas e por fim, ficam reféns da ganancia e do brilho fugaz do ouro em suas contas bancárias. O ciclo natural do ouro acabou, mas o ciclo natural da vida não é passageiro.
É preciso cumprir cada etapa do viver humano e preenchê-la com sonhos, com esperanças, mas, acima de tudo, é preciso viver as circunstâncias de maneira sólida, baseada não somente em valores monetários efêmeros e sim em princípios humanos básicos como honestidade, sinceridade, caridade, verdade, fraternidade, altruísmo, sensatez, gratidão e sobre todas essas virtudes acrescentar o amor que é o vinculo da perfeição. Somente assim, a tão sonhada qualidade de vida, que independe dos verbos ter, possuir ganhar, adquirir, comprar serão muito mais amenos, aprazíveis, suaves e doces, que ao conjugá-los em nosso viver, a corrida do ouro até linha de chegada será facilmente atingida. Nem tudo que reluz é ouro. Como dizia Gandhi em sua sabedoria humana: algemas de ouro são muito piores do que as de ferro.
Portanto, ao pensar em extrair os ovos de ouro, pode-se matar a galinha, a vida, e a decepção pelo fracasso de não encontrar nada dentro dela pode ser insuperável. É preciso verificar a rota, repensar a trajetória, mudar de direção, de objetivo. Vamos correr para a vida, para o abraço, para o sorriso inocente, para a família, para os amigos porque, onde estiver o nosso tesouro, ai estará o nosso coração.

Faroeste caboclo

Estamos atravessando um momento histórico em nosso País. O povo, inconformado com a roubalheira, com a violência, com a falta de comando e principalmente com a crescente onda de corrupção, tem manifestado sua inquietação publicamente pelas cidades em um verdadeiro levante social. Justiça, é a palavra de ordem e de progresso. Embora, ainda um pouco desorganizado, mas determinado a buscar um futuro melhor para o País, reivindica um pouco de paz e segurança, alegria e felicidade para se viver, direitos mínimos de um povo. Por outro lado, parece que estamos retrocedendo ao tempo do faroeste, do tempo em que as questões eram resolvidas a bala. Pois não há explicação aceitável para os crimes que presenciamos em terras tupiniquins, cujos, as querem de volta, terras sem lei, onde a autoridade do governo caminha de um lado para o outro, mas sem um norte definido. Com isso, brasileiros e estrangeiros vivem sob fogo cruzado.
Quando não há firmeza no governo o povo fica sem direção e a corrupção perverte o coração. Por essa razão, o que vemos é um salve-se quem puder, um ninguém é de ninguém, um Deus nos ajude, que cada dia amedronta ainda mais as pessoas de bem dessa nação. A única lei observada é a do revólver, e esse, está nas mãos de pistoleiros prontos e ávidos para puxar o gatilho. São pistoleiros menores de idade que atiram sem pestanejar em crianças, jovens e velhos em busca de uns trocados, que me faz lembrar os velhos filmes de faroeste e seus pistoleiros, cujos, como antigamente, cobrem os rostos, e sem lei, fazem as suas próprias. Empunhando armas, amedrontam e condenam a pena de morte indefesos cidadãos e seguem derramando sangue inocente como se nada valesse. Aproveitam o momento para causarem balbúrdias e vandalismos sob olhares de policiais também assustados.
Desrespeitam os xerifes, abusam das mulheres, assaltam os bancos, as diligências, matam por recompensas e fogem espalhando o pânico. Na poeira deixada pela fuga em possantes cavalos importados do tipo ferraris, porshes e lamborghinis, é possível seguir o rastro do dinheiro, porém, não há nenhum justiceiro para prendê-los. Embora filmados em ações, muitos pagam a recompensa, ou melhor, a fiança e são libertados das prisões. Um cavaleiro negro desponta como o paladino da justiça, o qual, não é tão justo como se imagina, e tenta na Suprema Corte por ordem nesse faroeste caboclo. Ele julga e condena sem prender, pois, rende-se a força das leis, entregando à forca somente os pobres cidadãos comuns, trabalhadores, que por causa dos muitos impostos, taxas elevadas, juros exorbitantes e salário minguante, encontram nas manifestações de rua a esperança da salvação como se ouvisse ao longe, o som do clarim do exército para livrá-lo do jugo da desigualdade. Engano. Não há salvação. É mais uma emboscada. Estamos sob fogo cruzado entre o exército amigo e o inimigo. Quem era para nos proteger, nos ataca.
O inimigo se ocultou em gabinetes, se disfarçou, passou a usar paletó e gravata. Por isso o povo tupiniquim foi às ruas, o grito da insatisfação ecoou e dos R$ 0,20 de outrora, surgiram bilhões, o que ainda é pouco diante do que já foram subtraídos. Mas ainda da tempo de ouvir a voz das ruas, o clamor do povo, o desejo da nação e caminhar para o futuro em paz e segurança, com respeito ao povo e obediência as leis, sem corrupção, sem violência e que o velho oeste não passe de ficção e entretenimento. Quem tem ouvidos, ouça.

Caiu o sistema

Quem nunca sofreu ou presenciou ao se utilizar de algum serviço, quer seja na fila do caixa em bancos ou em outros estabelecimentos comerciais quando ao chegar a nossa vez de ser atendido ou próximo de ser, somos informados de que caiu o sistema? Parece que é a coisa mais normal para aqueles que oferecem esse tipo de serviço, mas para quem deles se utilizam, é uma afronta sem precedentes. Na hora em que mais precisamos do serviço, cai o sistema. Basta o uso ser um pouco mais quantitativo, principalmente em dias de pagamentos dos salários das empresas, que o sistema bancário entra em pânico. Isso prova a incompetência desses servidores e o descaso das autoridades dos órgãos fiscalizadores que nada fazem em favor dos usuários.
Embora saibamos que imprevistos acontecem, mas lamentavelmente a história se repete diariamente e isso está virando regra quase sem exceção, algo normal em nosso cotidiano. Tudo que depende de algum sistema de informática um dia nos causará transtornos. Não são raras as vezes que enquanto trabalhamos somos surpreendidos com a queda do sistema exatamente no momento de maior urgência ou quando não “salvamos” o que estávamos fazendo. Cai o sistema em grandes empresas particulares, em órgãos públicos como no Detran, por exemplo, no transporte ferroviário, em lotéricas com frequência temos notícias da queda do sistema. Cai o sistema em faculdades, em hospitais, em consulados barrando a emissão de passaportes, em empresas de aviação, inclusive nessa semana uma grande empresa de aviação teve uma queda em seu sistema prejudicando centenas de passageiros e criando uma confusão nos aeroportos, enfim, estamos a mercê de um sistema arcaico e dependendo da sorte.
Enquanto inúmeros países estão em outra dimensão quanto a internet banda larga, nós percorremos a passos lentos, tentando atravessar a era da web lascada. Enquanto o mundo navega em transatlânticos, a nossa navegação na internet ainda é a vela. É claro e evidente que precisamos tirar as devidas deficiências pessoais de hardwares e softwares utilizados pelos usuários domésticos, e até mesmo de algumas empresas, mas ainda assim o débito dos provedores continua muito grande. Como disse um comentarista financeiro, estamos olhando para trás e não para frente, quando o assunto é banda larga. Se isso acontece com frequência em empresas privadas, imaginem em órgãos públicos! Precisei utilizar-me de uma perícia médica e por telefone agendei a consulta para quase um mês à frente, para a minha surpresa foi até para antes do que eu imaginei.
Na data marcada, quando cheguei, depois de esperar por mais de quarenta minutos sem nenhuma informação sobre a razão da demora no atendimento, de repente fomos avisados de que o sistema havia caído. Parecia uma desculpa para a negligência. Nas empresas, nos bancos e no comércio em geral, quando somos surpreendidos com a queda do sistema, ele logo se recupera, agora em empresas públicas, só Deus sabe quando isso vai acontecer. Nem mesmo os funcionários preveem a recuperação do sistema quando ele sai do ar. A plaquinha com o aviso de: sem o sistema, ou fora do ar, já faz parte dos funcionários nos balcões de atendimento e nos caixas. Tudo depende do sistema.
A impressão que me deu nesse caso era que eles torciam para que demorasse o maior tempo possível para ficarem sem trabalhar. Pelo que me parece, essa justificativa vai continuar sendo por muito tempo uma arma nas mãos dos incompetentes.

Disque escândalo

Não sei se já existe, mas em face da rotina de corrupção e desvio de verbas públicas pelos políticos brasileiros, um número de disque escândalo se faz necessário. Não mais para denunciar o antro da roubalheira que se tornaram as Câmaras Municipais, Assembleias Legislativas, Prefeituras, Senado Federal e Governos, e sim, para ficarmos cientes, oficialmente, do escândalo nosso de cada dia. Denúncias não tem resolvido em nada, pois, além de possuírem imunidade parlamentar, aqueles que os investigam ou são aliados ou piores do que os investigados. Diariamente nos noticiários escândalos sobre corrupção vem à tona. Foi exatamente assim que um grande chargista retratou o cenário politico no País, e ao ligar ainda concorre-se a uma enorme pizza. Vergonha é muito pouco para expressar o sentimento da população com seus parlamentares, embora, o que menos eles tenham é vergonha de seus atos, passando inclusive de geração à geração.
Pelo contrário, riem e zombam do povo diante das câmeras de televisão como se fossem humoristas, aliás, essa classe tão admirada pela população está se tornando semelhante as velhas raposas políticas do País. Depois dizem que o nosso voto é o que muda o País. Essa é a maior mentira que proferem, porque se isso fosse verdade, pelo menos a cinco décadas atrás o Brasil já estaria livres de ladrões de colarinho branco. Não acredito que o povo vote imaginando que essa corja irá cometer crimes dessa magnitude. A melhor maneira é anular o voto. E não me venham com o jargão de que votar é exercer a cidadania, pois, não votar também é, aliás, talvez seja a melhor maneira de discordar dessa politica podre que vemos a nossa frente.
Outro escândalo veio à tona essa semana com a quadrilha que foi desbaratada por desfalcar os cofres públicos, segundo a promotoria pública, em cerca de 500 milhões. Será que esse dinheiro retornará à origem e os seus integrantes ficarão presos? Temo que apenas mudem as pessoas e logo outros os substituirão, e com isso, o circulo vicioso da corrupção e propina continua. O escritório da corrupção, definido pelos promotores como “ninho”, das cobras eu acrescento, de acordo com o ministério público, ficava no largo da misericórdia, sentimento que corruptos nunca demonstram, pois, quando desviam dinheiro público, afeta com isso escolas, creches, hospitais, gerando males e transtornos ainda maiores do que os já enfrentados pela população. É assim que agem para manter a cadeia da corrupção ativa, funcionando a todo vapor.
Os vereadores inclusive já votaram o aumento do IPTU para arrecadar mais dinheiro. Os R$ 0,20, a ponta do iceberg, ficaram para trás, o IPTU, cujo reajuste para 2014 foi conseguido na calada da noite, na base do toma lá da cá, onde a negociata sobre cargos estratégicos estava em jogo, vai fazer o papel de financiar o desfalque. Com isso, mais políticos comem uma fatia generosa do bolo, digo, da pizza. E foi dessa maneira que cheios de ironia, sem se importarem com a repercussão, concluíram a sessão de votos na câmara, com pizzas a vontade para todos. Uma licença para roubar era o que eles exigiam para votar contra o povo que é quem vai pagar a conta de mais esse descaso. Aliás, já está pagando, porque, o prefeito alega que o reajuste se faz necessário para subsidiar o transporte público, mas o que vemos é a extinção de várias linhas de ônibus na periferia. Será esse o subsidio? Faixas exclusivas? Virou piada. Quer saber da última? Disque escândalo, mas vou adiantar: o Prefeito da capital paulista paga IPTU com a maior alegria, não ria se for capaz.

Ordem e Progresso

A grande insatisfação que afeta diversos setores da sociedade em virtude da politica social fraca, ineficaz e corrupta dos governos municipal, estadual e federal, tem gerado na massa popular manifestações diárias que parecem fugir do controle das autoridades policiais. O caos em que se transformaram as grandes cidades pelo país afora, é o fruto da semente da corrupção e do descaso em que os governantes tratam a população. Uma revolta acompanhada de depredações e vandalismo por parte de grupos de estudantes mascarados, vem gerando violência e medo, assustando aqueles que manifestam suas indignações e descontentamentos com a maneira como são tratados pelo poder público no país. Se por um lado as manifestações são consideradas legítimas e normais, por outro, o quebra-quebra exacerbado que temos verificado não pode ser considerado normal. Isso coloca as autoridades policiais em uma verdadeira sinuca de bico, em uma encruzilhada, pois, se ordenarem para que se mantenha a ordem, como fazer isso diante de uma turba enfurecida?
Não é possível pedir por favor para que se pare com a desordem e nem agir com rispidez por causa dos cliques automáticos dos fotógrafos que espreitam as atitudes policiais e depois divulgam imagens em questão de segundos para o mundo inteiro ver. Ao mesmo tempo, os baderneiros fazem poses para as lentes dos fotógrafos enquanto depredam e causam prejuízos à sociedade. São bancos, ônibus, carros, estações de metrô, empresas particulares e públicas, tudo vira alvo dos descontentes. Em face disso, as cidades, os bairros, as ruas e avenidas, estão se transformando em verdadeiras praças de guerra. Há os que defendem mais rigor da policia para acabar com o vandalismo e outros são contra qualquer tipo de repressão policial. Enquanto isso, até policiais apanham. É preciso encontrar urgentemente um meio termo para por fim a essa guerra insana. Embora os motivos sejam justos, as ações de alguns são reprováveis. A ordem e o progresso, o nosso lema pátrio, precisa ser restabelecido para o bem geral da nação.
Porém, a ordem só se consegue através da educação do povo. E quando eu digo educação, não é em sentido pejorativo não, e sim, na falta de acesso a ela. A falta de educação, ou seja, de um bom ensino escolar, causa da incompetência pública, desde a infância até a universidade é a razão da anarquia generalizada que vemos. A política suja e corrupta dos governos, não abraça a educação escolar como prioridade fundamental do nosso país. Um povo inculto é mais fácil conduzi-lo com artimanhas enganosas, promessas vãs e interesseiras e com isso, o circo é mantido. E o que falar do progresso se não temos educação suficiente para competir na área tecnológica e industrial, na ciência, na informática, onde até mesmo os e-mails da presidência são violados? Apesar do grande empenho dos técnicos, dos cientistas, dos engenheiros, dos professores entre tantos profissionais que se destacam com louvor em suas áreas, o investimento como prioridade, ainda é pífio, sem importância. O orçamento raramente chega ao destino, ou seja, nas instituições para a melhoria do ensino, é desviado pela rede de corrupção organizada nesse país. Apenas ter escolas não é sinônimo de boa educação, senão, os mestres e os professores não lutariam por melhores salários, por melhorias de ensino, de condições de trabalho, por segurança e grade curricular eficiente.
Falta capacitação dos professores, ambiente adequado, segurança, material de ensino, equipamentos escolar, etc. Tudo isso suscita revolta e insatisfação ao ver os privilégios que usufruem os parlamentares enquanto a população carente morre a míngua, ficando a deriva em uma sociedade em crise. A ordem e o progresso de um país, obrigatoriamente passa pela educação do seu povo. Por isso, como resultado desse descaso, como mencionei acima, a guerra urbana avança, ramificando nos mais diversos setores sociais e arrastando o povo para as ruas como forma de reivindicar seus direitos. A melhor maneira de acabar com essa guerra urbana, é estancando a sangria, o desvio e o roubo do dinheiro público e aplicá-lo efetivamente em educação e na infraestrutura do país. Com isso, os reflexos de um viver normal serão sentidos na saúde, na indústria, no comércio, no lazer, na melhor qualidade de vida e em todos os setores da sociedade, porque o eixo dessa grande roda social ainda é a boa educação. Um povo educado é ordeiro e próspero, e assim sendo, não haverá razão para guerras urbanas. Ordem e progresso, o País precisa disso.

Guerra dos sexos virtual

A batalha entre o certo e o errado, entre a verdade e a mentira, o santo e o profano, entre a moral e a imoralidade parece que jamais chegará ao fim. Uma nova onda vem ocupando a mente de homens e mulheres através da internet, é a guerra dos sexos virtual, onde um aplicativo vem privilegiando as mulheres com a possibilidade de avaliar a performance sexual masculina durante o relacionamento. A insatisfação feminina cravou farpas no egocentrismo masculino ao sentirem a virilidade abalada diante das notas recebidas. A tão esperada nota máxima provavelmente jamais será anunciada. É interessante observar que essas avaliações sempre são feitas ao término de um relacionamento, o que, segundo a classe machista, sofre grande influência por causa do momento. E concluem que se tais avaliações fossem feitas durante o auge do envolvimento amoroso, o resultado seria totalmente contrário, a favor dos homens, diferente de quando se faz ao final do mesmo. A mágoa deixada no coração feminino influencia nas avaliações negativas, dizem eles.
Elas são emotivas, porém, afirmam aos risos e em conversas pelas ruas e mensagens virtuais entre uma e outra, que chegou a hora da vingança. E eles, lógico, preocupados com o que está em jogo, a virilidade, temem a repercussão do fato. Coisas de quem não tem o que fazer, respondem alguns ao saber da avaliação negativa que tiveram e por isso, começam nova batalha, a judicial. Um ego ferido é capaz de promover inúteis batalhas e provocar intensas destruições piores do que os exércitos com suas armas poderosas. Provavelmente nessa batalha não haja mortos ou feridos, com algumas exceções femininas, como já houve, mas o ego das pessoas envolvidas, no caso, a maioria masculina é que sairá dilacerado pelo inconveniente e inesperado desempenho nas relações afetivas. Recentemente a mídia divulgou notícias de algumas jovens que se suicidaram ao terem suas intimidades divulgadas virtualmente por seus parceiros. Foi o preço da banalidade.
Agora elas esperam dar o troco nas infâmias que sofrem nas rodinhas dos amigos de seus ex-parceiros, nas quais eram alvo dos adjetivos que serviam apenas para exaltar as qualidades de quem falava. São conversas e controvérsias fundadas ou infundadas que servem apenas para preencher o vazio das mentes e despertar o comichão da curiosidade humana. Refiro-me ao programa “Lulu”, um aplicativo virtual onde as mulheres classificam seus parceiros, (e aqui entra o egoísmo, o orgulho e a soberba de ambos) com notas, geralmente abaixo do que eles gostariam de receber, pelo desempenho sexual. É claro que o machismo imperialista oculto de gerações a gerações se manifestou contrário ao ser avaliado e tendo essa avaliação, geralmente negativa, abaixo do esperado, sendo divulgada na internet. Se era para criar polêmica, ela já foi criada. Se é certo ou errado, verdade ou mentira, ninguém sabe ou pode julgar, apenas os envolvidos. O que acontece entre quatro paredes é sagrado e não deve ser divulgado, dizem alguns que já tiveram seus momentos avaliado no aplicativo. É tudo mentira e jogo de interesse feminino, dizem outros procurando justificar o fracasso relatado.
O fato é que acusações, difamações e ofensas estão sendo proclamadas nas redes sociais de maneira espantosa, e o pior, sem razão, causa ou motivo que não seja denegrir a conduta de ambos. Roupas sujas estão sendo lavadas em público. Se é imoral ou ilegal, serve para ambas as partes porque mostra a promiscuidade em que vive homens e mulheres em uma sociedade que coa um mosquito nas atitudes alheias mas não consegue ver um camelo em suas próprias. Cada um sabe de seus valores e é com esses valores que formamos a sociedade em que vivemos, somos sua semente e o seu fruto, colhemos o que semeamos. O rebuliço está apenas começando, mas ainda dá tempo de refletirmos, aproveitando o mês de dezembro que nos convida para isso e, ponderar sobre nossos valores interiores. Será que não há um espaço dentro de nós que poderia ser preenchido com algo melhor? “Lulu” ou “Bolinha”, tanta futilidade preenchendo o espaço do verdadeiro amor!
Aliás, nessa guerra dos sexos, tudo isso está sendo propagado em nome do amor, mas este sentimento está se esfriando nas pessoas e sendo incompreensível e, por fim, se tornará totalmente desconhecido. Alguém duvida?

Luz para todos

Um projeto do governo federal que tenta levar luz elétrica aos lugares mais remotos do País, não tem alcançado seu objetivo satisfatoriamente. Embora a intenção seja louvável, milhares de famílias ainda não foram contempladas com a luz e continuam vivendo em verdadeira escuridão. Pensando nisso e no sombrio mundo em que vivemos, onde as pessoas tropeçam nas virtudes mais simples por não enxergarem os valores e princípios humanos, levou-me a refletir o quanto precisamos de luz para viver. Luz é vida, é alegria e não apenas claridade. Mas, a verdadeira luz não é a exterior, que ilumina nossa casa, nosso caminho, mas a que ilumina nossa alma, nosso coração, nossa consciência, nossa vida. E o Natal é isso, é esperança, é renovação é luz. Esse é o espírito Natalino. Nesse período, ilumina-se as cidades, as praças, as ruas e casas. Tudo ganha um colorido especial, mas na verdade, a expectativa é receber a verdadeira luz, a luz divina, que veio ao mundo para iluminar o nosso interior. Essa é a boa nova de grande alegria anunciada pelos anjos, a luz divina para o mundo. Enquanto uma, a luz elétrica, brilha diante de nós, a outra, a divina, brilha dentro de nós. Muitos procuram uma luz para seus projetos, seus planos, estratégias e decisões futuras firmados em seus próprios pensamentos, na capacidade intelectual, em opiniões de terceiros, nas circunstâncias, enfim, esquecem da luz da vida, a luz de Deus que, pela falta de fulgor em razão das nossas atividades diárias, vai se apagando em nosso interior. A humanidade está atravessando um período obscuro, onde o egoísmo impera, a violência extrapola os limites do comportamento humano e a intolerância ganha ramificações incontroláveis. Nuvens carregadas de ódio, preconceito, racismo, soberba, impaciência, medo e insegurança geram atitudes violentas, resultado da ausência da luz divina em nós seres humanos. Deus é luz. Não é sem razão que seu próprio filho, Jesus, afirmou que todo aquele que faz o mal odeia a luz, e não vem para a luz, para que as suas obras não sejam reprovadas. Essa luz é para todos.
Não é um projeto humano, infalível e incapaz de alcançar a todos e sim, o próprio Deus, que é luz, se manifestando aos homens como luz. Milhões de pessoas vivem na esperança de algum raio de luz para se libertarem da angústia, da depressão, do desânimo, do medo e do estresse causado pela vida moderna e injustiças sociais. Outros tentam se livrar da escuridão das drogas e de suas correntes que trancafiam crianças, adolescentes e jovens com suas famílias em calabouços da morte dentro de um mundo onde torna-se impossível sair sem ver a luz. É necessário a luz divina para fazer com que os corações corruptos e gananciosos se arrefeçam e passem a exaltar um pouco mais a honestidade e a honra. Espero que o brilho fugaz do dinheiro, da imoralidade, do engano e das sutilezas da mentira não ofusque o resplendor da luz de Deus nesse Natal. Porque foi Deus que disse, haja luz, e houve luz. Essa luz é a Sua expressão.

Por essa razão, nesse Natal, que a verdadeira luz comece a brilhar no coração e na mente de cada ser humano, iluminando as ações, fruto do bom pensamento de uma mente sã. Que possamos evidenciar aquilo que o ser humano tem de bom e talvez não saiba, porque está oculto, envolto na escuridão do mundo caótico em que vivemos, como bondade, amor, solidariedade, compreensão, paciência e gratidão entre tantas outras virtudes que o homem deixou de expressar. E assim sendo, durante todos os dias do nosso viver e não somente no Natal, tenhamos uma vida repleta de paz, segurança, alegria, felicidade e luz para o nosso viver, o que realmente todos desejam. Portanto, um excelente Natal e um ano novo próspero, iluminado, cheio da verdadeira luz e que ela resplandeça em cada pessoa e em todos os dias do ano novo o verdadeiro sentido da nossa existência: Jesus. Feliz 2015.

Pobres homens ricos

De tanto ver triunfar as nulidades, prosperar a desonra, crescer a injustiça e se agigantarem-se os poderes nas mãos dos maus, o homem chega a desanimar-se da virtude, a rir-se da honra e a ter vergonha de ser honesto. Com essas palavras, o Águia de Haia, Rui Barbosa disse uma das mais célebres verdades que até o momento acompanha o ser humano. Quantas coisas nulas e vazias toma proporções gigantescas como se fossem vitais e imprescindíveis para sobrevivência humana, que me faz refletir a razão e o porque de estarmos valorizando o que não tem valor! Uma variedade de absurdos são estampados diariamente em sites, jornais e revistas mostrando a realidade de uma sociedade pervertida e corrupta, que somos levados a concordar com o nobre parlamentar (diga-se de passagem, foi um dos mais notáveis em todas as épocas) que aquilo que é nulo, sem conteúdo, banal está triunfando sobre todas as coisas. Estamos valorizando o que não tem valor.
E o que é pior, fazendo de tudo para mostrar e extrair algum valor daquilo que não tem valor, e olha que não me refiro a programas como os BBB's da vida não. Digo isso com relação a parlamentares que galgam os caminhos escorregadios da desonra contribuindo para o crescimento da injustiça. Refiro-me a homens que um dia cuspiram no prato da corrupção, bateram no peito declarando e jurando honestidade, abominaram a desonra, defenderam a integridade e hoje, em conluio, banqueteiam-se desse mesmo cardápio. A batalha pelo poder, no jogo de cartas marcadas, cujos integrantes desferem golpes midiáticos verbais e mentirosos, criando verdadeiros embates de palavras acusatórias, proferidas por lábios contaminados em busca de se perpetuarem no poder, mas logo desmoronam envergonhados.
É incompreensível e ao mesmo tempo inadmissível ver prosperar a desonra, o mau caráter, a falta de escrúpulo, ou seja, a ausência de ética ou moral que possa inibir certas atitudes de homens que deveriam ser exemplos e são a vergonha desse País. As noticias estão espalhadas por ai. Políticos com ares de “bons moços” mergulham na piscina da corrupção cheia de dinheiro público tendo que justificar o que não justo. Exibem-se em carrões importados ao lado de belas garotas ostentando a aparência de uma vida vitoriosa, mas depois, escondem os rostos quando são atados pelas algemas da vergonha. É claro que essa rede é muita extensa e enraizada em todos os escalões do poder público. E como se fosse algo legítimo se apoderar do dinheiro do povo, que deveria ser revertido em benefícios ao próprio povo, desviam-se quantias milionárias em verdadeiros esquemas corruptos vergonhosos.
Um protesto silencioso em Brasília essa semana mostrou manequins mascarados usando terno e gravata, representando a classe politica nacional, que é verdadeiro motivo da bancarrota moral que assola todo o País. Querem ter o poder nas mãos e se perdem sem poder justificar a vergonha de tal poder. Na política que vemos, vale tudo, mas nem tudo é lícito. Vale tudo, mas nem tudo convém. Pobres homens ricos! Não sabem que dignidade e honestidade não se compra, não tem preço, porém, tem muito valor.

quinta-feira, 27 de agosto de 2015

O inferno na boate

Volto a ocupar o espaço nessa coluna para externar meus sentimentos de dor, pesar e indignação e solidarizar-me com as famílias enlutadas que perderam seus entes queridos no incêndio na boate Kiss em Santa Maria no Rio Grande do Sul. Ainda sonolento comecei a ouvir as primeiras notícias sobre uma tragédia, segundo especialistas, anunciada, onde centenas de sonhos se desfizeram. A morte inesperada, prematura e repentina de centenas de jovens estudantes, futuros doutores, engenheiros e advogados interrompeu a trajetória de maneira triste, dolorida e acima de tudo irresponsável que traduzia com força e vigor a ganância de empresários, a fragilidade das leis, a impunidade de culpados e o descaso de políticos que até nesse momento de dor se aproveitam da ocasião para falar em leis de ocasião. Pensei que estivesse sonhando, pois, não queria acreditar no que via e ouvia. O que era divertimento se tornou em tragédia, a alegria deu lugar a tristeza, os sorrisos se transformaram em lágrimas e a vida, em um instante foi tragada pela morte.
Os relatos, testemunhos e depoimentos de sobreviventes ainda em pânico pareciam fugidos do inferno. E foi assim que que se tornou aquela boate. A comoção logo tomou conta do país. O luto envolveu a cidade, o estado e todo o país do brasileiro mais simples a presidenta. Mais uma vez a solidariedade do povo brasileiro foi excepcional, rápida e eficiente. A impressão que eu tinha era que sonhava e logo despertaria do sonho e que aquelas cenas logo se perderiam na minha memória. Acho que eu não havia acordado, eu queria acordar e ter a certeza que tudo aquilo fora um sonho ou um pesadelo. Não foi possível conter as lágrimas. A fumaça negra que saia daquela boate, onde centenas de jovens davam inicio ao sonho, comemorando o retorno às aulas, o reencontro com os amigos, as perspectivas e esperanças ficaram pisoteadas no solo da agonia, da dor, do desespero e do medo que ceifou a vida de mais de duzentos e quarenta jovens.
Os que entraram para a universidade pela porta da frente, que vislumbravam diversas portas para a vida, morreram sem nenhuma porta de saída. A morte prevaleceu sobre o vigor de jovens entusiasmados pela vida. No caminho para o futuro havia uma porta fechada, uma comanda a ser paga, seguranças para não permitir a saída, nem mesmo uma janela de esperança. Paredes frias se transformaram em fornos como um holocausto e a vida ficou sem sentido, sem valor. Vi jovens desesperados em um esforço sobrenatural, porém compreensível, tentando salvar seus amigos, seus irmãos, sem medir a consequência por inalar aquela fumaça tóxica. A irresponsabilidade, embora não totalmente esclarecida, de um músico que acendeu um artifício altamente inflamável deve ser dividida com muita gente, inclusive autoridades. Parecia que sonhava ao ver o desespero de familiares, de mães, pais e irmãos que não puderam dar o abraço e o beijo (Kiss) de despedida.
Parecia que sonhava ao ver até mesmo os bombeiros incapazes de salvar e ao mesmo tempo precisando de ajuda. Vi o comprometimento de voluntários, enfermeiros, médicos, alguns, professores daqueles que jaziam no asfalto, tentando acima de suas capacidades trazer à vida o sonho daqueles jovens. Vi amigos procurando amigos precisando saltar por corpos inertes para poder perceber pelo menos um folego de vida. Só podia ser um pesadelo e eu não havia acordado. Santa Maria chorou, o estado e o país choraram. Faltaram flores, sobraram lágrimas. Era preciso repensar a vida, renovar as forças e não perder a esperança nos jovens. Era o momento para chorar com os que choram e pavimentar a estrada para o futuro com a superação e a responsabilidade de uma país que sempre foi considerado do futuro.
Por um instante vivi a dor daquelas famílias em um filho que demora voltar, no celular que não atende as chamadas, na falta de informações, na angústia de olhar para uma lista e ver o nome de um filho escrito nela. Como é triste ver os corpos enfileirados, sem vida, a espera de reconhecimento e como é dolorido ver os pais levantando os lençóis na expectativa de que os seus filhos não estejam debaixo deles. O sentimento era de dor, tristeza, amargura, angústia e acima de tudo, de revolta pela impunidade repetida em tantos outros casos que nos faz sentir que a vida e a morte são pesadas na mesma balança do descaso. Justificativas e explicações ainda prevalecem e não servem para amenizar a dor das famílias. Embora essas mortes tenham acontecido de maneira tão vil, esperamos que sirvam para algo tão vital, a honestidade e a responsabilidade daqueles que governam essa nação.

ano novo, vida nova

Ufa! 2014 chegou ao final. Muitos, provavelmente, inclusive eu, estejam terminando o ano dessa maneira, aliviados. Foi um ano muito difícil como foram os anteriores. Mas, o momento é de renovação, de esperança é fé. Agora os planos se refazem, as rotas serão corrigidas, as metas e objetivos novamente estipuladas. As barreiras, os obstáculos e dificuldades repensados para com ousadia e coragem poder vencê-los. Um novo gás, um novo ânimo, mais determinação e entusiasmo surgem ao término de cada ano. Para 2015 um novo horizonte se descortina a nossa frente trazendo novos desafios, sonhos e paradigmas para serem vencidos e realizados. Em 2014, se a correria foi grande, o tempo pareceu que não foi suficiente, as conquistas foram poucas, as exigências sociais e profissionais foram acima dos limites. Para o próximo ano, vamos baixar a bola e deixá-la rolar, aliás, o futebol será a inspiração para o País.
Por isso, bola pra frente, driblando os adversários que querem a nossa derrota. Que em 2015 cada lance da nossa partida seja disputado honestamente, com garra, com força, pois, há uma torcida, nossa família, nos apoiando, incentivando, gritando conosco e nos encorajando a prosseguir no jogo da vida. Vamos entrar em campo respeitando as regras do jogo, os juízes, sem ignorar os adversários, mas jogando duro para vencê-los. O tempo de cada partida sempre é suficiente. Por isso, vamos jogar com calma, com paciência, com tranquilidade, sem violência, vibrando a cada objetivo alcançado como se fosse um gol. E nos intervalos das partidas, vamos refletir e ponderar sobre o nosso desempenho, vamos ouvir o técnico com suas orientações para o jogo da nossa vida, afinal, foi ele quem nos convocou, nos treinou e nos colocou em campo, portanto, ele deseja a nossa vitória e para isso, nos capacita, nos treina e nos conduz ao triunfo.
Que em cada dia de 2015 possamos ouvir mais as orientações do técnico da nossa vida, mesmo que isso signifique nadar contra a correnteza, não se render aos padrões de consumismo, da mídia, do mundo. Que nos dias do ano novo possamos caminhar tranquilamente lendo um livro, embora a multidão apressada siga a nos esbarrar. Que com calma possamos aguardar para atravessar ruas e avenidas somente no farol verde. Que saibamos respeitar o direito do silêncio dos outros mesmo sem lei a nos obrigar. Vamos ouvir a sabedoria dos mais velhos e não contaminar o coração das inocentes crianças com impurezas dos adultos. Vamos dar bom dia aos vizinhos, aos porteiros, respeitar os animais, dar passagem no trânsito, ser cortês, dar lugar aos idosos, distribuir gentileza, sorrisos, carinho porque é dando que se recebe.
É isso que o técnico da nossa vida nos ensinou e espera que expressemos. Que em 2015 possamos continuar jogando o jogo da vida, sabendo que a vida é o maior espetáculo do mundo e que ao final de 2015 possamos chegar com folga, cruzando a fita com muita alegria e que Deus, como nosso técnico, seja o primeiro a nos abraçar pela vitória. Feliz ano novo, feliz vida nova.



Acorda Brasil

Uma frase que exaustivamente tem sido repetida nas redes sociais, nos últimos dias, ganhou força porque reflete a indignação, a insatisfação e a revolta em que vive o povo brasileiro com a classe política que lhe representa. Acorda Brasil. É uma chamada para deixar a inércia em que vive os eleitores. A notícia de inauguração em porto Cubano, subsidiado e muito mal explicado com dinheiro público brasileiro, enquanto os nossos portos continuam sucateados e as rodovias, que deveriam escoar a produção de grãos com mais rapidez, seguem esburacadas e com pedágios em excesso, encarecendo frete e produção agrícola. As mentiras sobre a saúde com o projeto Mais Médicos, as justificativas que já duram décadas sobre corrupção nos governos, as promessas vazias sobre segurança, cujos senadores não ouviram o clamor da quase totalidade do povo em rever a lei para o menor infrator responder pelos seus crimes e rejeitaram sem pelo menos discutir o assunto. Com isso, um desses menores, por apenas duas horas, deixou de ser responsabilizado por assassinar a namorada e ficará impune e livre para novos assassinatos, agora sim, de maior. 
Isso sem falar nos transportes públicos, no nepotismo desenfreado que não há lei que o consiga barrar, no descaso com o erário, com as obras inacabadas e superfaturadas. São mentiras em cima de mentiras que passou da hora de darmos um basta em tudo isso. Um dos maiores descasos, digno de irritação e revolta é verificado na educação de nossas crianças, onde não existem salas, cadeiras, lousas, banheiros, água, esgoto e nem mesmo escolas. Os verdadeiros heróis e heroínas são os abnegados professores e professoras que sem nenhum recurso governamental, como foi mostrado em uma reportagem, fazem quase o impossível, apenas com pouca ajuda da comunidade para lecionar e incentivar as crianças na esperança de um futuro melhor. Diante disso, muitos afirmam ter vergonha de ser brasileiro nessas horas, mas eu, pelo contrário, é em momentos como esses que me orgulho de ser brasileiro, ao ver cidadãos genuinamente preocupados com o futuro do nosso País. Tenho vergonha sim, mas é desses políticos corruptos, mal intencionados que se perpetuam no poder sugando sangue e suor do povo em benefício próprio.
Poucos dias atrás, enquanto os súditos de Momo nos morros, nos barracões e nas periferias, esquentavam os tamborins para levar a alegria para o povo, os asseclas da Imperatriz da República, na corte real, faziam o povo chorar mais uma vez de vergonha. Os primeiros se esforçavam para trazer o circo, os blocos, as escolas para o desfile na avenida, os segundos, em um debate irônico e midiático, se organizavam para tirar o pão da boca do povo e livrar da cadeia a quadrilha que, segundo eles, não era quadrilha e conseguiram. Em uma manobra mirabolante, o bloco das raposas intelectuais, dos maiorais, dos doutores da lei decidiram que deputados, ministros, empresários, executivos, publicitários, gerentes de banco entre outros, que se organizaram e planejaram em detalhes, por vários anos, cada um com sua função específica, uma maneira de roubar os cofres públicos, não constituíram uma quadrilha. Como pode homens e mulheres togados, cultos, a mais alta corte da sabedoria nacional, chegar a essa conclusão, só poderia ser por causa do carnaval!
Pensei que fosse uma brincadeira. Mas não era. As togas não eram fantasias, mas escondiam a sujeira da corrupção, do favoritismo, a fonte do nepotismo classístico, homens que pervertem o reto juízo em troca de favores. Não é possível generalizar, mas as cartas marcadas foram distribuídas estrategicamente para reverter o jogo em favor da Imperatriz. Momo corou de vergonha ao ver o desfile da impunidade na corte real. Até mesmo a mocidade se entristeceu e não seguiu o trio elétrico. O sexteto de juízes deu o voto favorável a não formação de quadrilha. Enquanto as quadrilhas de políticos se organizam e já fazem promessas mirabolantes, para mais uma vez enganarem o povo, este, brincava alegremente na avenida relembrando seus ídolos. O circo estava montado e os palhaços sorriam enquanto os ratos roíam o nosso minguado pão. A festa já acabou, agora, acorda Brasil e olho neles.

Mariana

Nooossa Mariana, como o tempo passou!
ontem era uma garotinha e hoje você completa 15 anos...
embora tantos aniversários tenhamos comemorados, este é especial...
é um momento mágico, único e será inesquecível
você já é uma linda moça...
as flores começaram a brotar em seu jardim
será preciso aprender a cultivá-las
e muitas vezes é errando que se aprende

a vida Mariana, é um eterno aprendizado
e nós, seus pais, estamos aqui para ensiná-la
que ser adulto não é ter quinze, vinte, trinta anos ou mais
não é simplesmente fazer aniversário
agora você vai entender que a maldade pode se esconder
atrás de uma bela face e que a felicidade não se espera
ela está em Deus, na família...descubra-a...abrace-a...viva com ela...
provavelmente, agora você vai começar a entender que quando pensa
que sabe alguma coisa, ainda não aprendeu nada...
Mariana...hoje você completa 15 anos...
viva, sonhe, conquiste, saboreie as vitórias, mas não se orgulhe
continue com o coração puro, simples e humilde
porque o orgulho precede a ruína, mas Deus concede graça aos humildes
e amá-lo, é o principio de toda a sabedoria
continue sendo merecedora de nossas honras, do nosso carinho
do nosso cuidado e da nossa esperança porque sempre refletirão
o amor verdadeiro e genuíno que sentimos por você

sabemos que é um privilégio e uma oportunidade para seus amigos e amigas
primos e primas, tios e tias, avós e todos os parentes e convidados
e especialmente para nós, seu pai, sua mãe e seu irmão
desejarmos de todo coração, um feliz aniversário
e pedir a Deus que se algum dia você tropeçar, não desista,
continue seu caminho, se precisar de mãos, braços e ombros amigos
estamos aqui, ao seu lado, para ampará-la e evitar sua queda
se algum dia você estiver sem direção, perdida em pensamentos,
sem rumo e sem saber por onde caminhar, seremos sua bússola e seu porto seguro

Mariana...hoje você completa 15 anos...
que ao dançar a valsa nessa noite mantenha esse sorriso simples
da menina doce e meiga que você sempre foi,
continue plantando sementes de bondade, de amor e de gratidão
para que elas, ao frutificarem iluminem todos ao seu redor
que a singeleza de um coração alegre irradie a felicidade por onde você passar
que aquela menina que um dia vimos nascer, nunca deixe de sorrir
que Deus te ilumine e te ensine a viver
honre-o e jamais esqueça-o, pois Ele, assim como nós,
jamais esqueceremos de você...

Feliz Aniversário...parabéns...nós te amamos...muito...