No
começo dessa semana, a imprensa mundial, através de imagens de
satélites, divulgou a passagem do furacão Sandy que arrasou a costa
leste americana e antes, ao passar pelo Caribe, deixou dezenas de
mortos e um rastro de destruição sem precedentes. Alguns anos
atrás, o furacão Katrina, de proporções menores, porém, com
poder destrutivo maior do que o atual, também assustou o povo norte
americano, principalmente a cidade de New Orleans, cuja, até o
momento ainda se recupera. É fácil perceber os danos causados por
um furacão porque as consequências do rastro destruidor, além das
mortes, deixa traumas, assusta, não nos dá possibilidade de reação
e acima de tudo, é incontrolável. Por mais precavidos que seja o
norte americano, orientado, experiente em enfrentar essas situações,
quando ela chega ainda são surpreendidos, ficam sem reação e assim
como nós, apenas contemplam perplexos os acontecimentos sem nada
poder fazer diante da força da natureza.
Apesar
de sermos um país privilegiado, pois não sabemos o que é enfrentar
a fúria da natureza nessa magnitude, mas, estamos vivenciando o que
é estar no olho do furacão. Não como o Katrina de outrora ou o
Sandy no presente, mas outros tipos de furacões que tem assustado,
devastado e amedrontado o povo brasileiro. É a violência urbana, as
drogas, a imoralidade, a corrupção política, o descaso com a saúde
pública e outras coisas que tem deixado o rastro da destruição
àqueles que são atingidos por eles. O furacão da violência por
exemplo, tem feito até mesmo policial solicitar proteção. Eles
estão no olho do furacão para nos proteger, mas estão enfrentando
rajadas não de vento e sim de balas, estão sendo trucidados nas
ruas, becos e vielas, espreitados como animais nas esquinas e mortos
enquanto a população sofre com tamanha devastação da insegurança.
E o que
dizer do furacão da saúde onde os ventos da morte tem assolado a
população que não encontra refúgio nos hospitais públicos
sucateados, mal equipados, sem produtos básicos, sujos, com
pacientes abandonados em macas enferrujadas, morrendo pelos
corredores e proliferando todo tipo de vírus e bactérias, cujos
hospitais, estão a mercê de administradores sanguessugas, que
corrompem e são corrompidos por laboratórios e seguradoras de
saúde. O que dizer do furacão das drogas que arrasta crianças,
adolescentes, jovens e adultos como folhas de árvores para um lado e
para outro tornando-os verdadeiros molambos. É um furacão que vem
acompanhado de tormenta de uma feira livre onde se vendem todos os
tipos de drogas sob os olhares de autoridades incompetentes que na
maioria dos casos nada pode fazer. É o resultado do furacão da
politica suja e mentirosa, de acusações e ao mesmo tempo de favores
parlamentares onde se fatia o país em partidos políticos em um jogo
de empurra-empurra em troca de podres poderes.
E o
povo que é obrigado a eleger o menos desonesto, o menos corrupto e
fingir que ainda acredita em promessas vazias é quem carrega a culpa
pelo mal desempenho deles como se tivesse uma bola de cristal na hora
do voto. E o que dizer do furacão da imoralidade onde as próprias
mães aliciam suas filhas ainda crianças em troca de míseros reais
e onde o sexo é negociado em leilão via internet? É o quem dá
mais de um negócio vergonhoso onde cada lance é medido e
acompanhado pelo ibope virtual da internet. Esse é o mundo do é
dando que se recebe. É o furacão da falta de respeito, da falta de
amor ao próximo, da falta de educação escolar onde aluno de oito
anos discute como adulto com a professora levando-a à morte por
enfarto.
Embora
os furacões naturais causem mortes e enormes prejuízos materiais,
eles são passageiros e logo se dissipam e tudo volta ao normal. Os
nossos parecem sem fim e os prejuízos são morais, psicológicos,
sociais, etc. Concluo que os ventos que ventam por lá não são os
mesmos que ventam por aqui, mas estamos todos no olho do furacão.
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