Banzaaaaaai!
Com essa frase, os mártires kamikazes japoneses na segunda guerra
mundial arremessavam seus aviões contra navios inimigos como última
cartada para vencer a guerra. Com essa mesma frase, a terra do sol
nascente, o berço dos kamikazes e dos guerreiros samurais, deu as
boas vindas ao Sport Clube Corinthians Paulista e a seus 23
guerreiros ocidentais, como também a um bando de loucos que cruzaram
o continente na maior invasão a um país em tempos de paz. Foram
incontáveis dias de ansiedade onde cada hora que passava mais o
oriente se aproximava do ocidente. As barreiras da língua e dos usos
e costumes culturais se romperam. O moderno e o tradicional, a razão
e a emoção de amarelos, brancos e negros se mesclavam evidenciando
o preto e o branco que tremulava das bandeiras hasteadas. Ouvia-se a
batida sincronizada dos “Taikos” tambores japoneses, que dizem,
assemelha-se ao batimento do coração de uma mãe, e o som
efervescente e alucinado de bateria de escola de samba, sob mãos
suadas e rostos radiantes que se misturavam em um único ritmo, o da
alegria e entusiasmo.
Num
êxtase de alegria imensurável que atravessou o mar, cruzou o céu,
ecoou pelo universo, resplandeceu nas estrelas, e refletia no rosto
de cada guerreiro, gerando em um êxtase de felicidade que podia ser
sentido em toda terra. O gavião pousou em terras japonesas, os
samurais embainharam suas espadas, o sol nasceu em preto e branco, o
monte Fuji sorriu, o trem bala parou para dar passagem, o Corinthians
chegou. A seriedade nipônica conheceu a loucura, a divindade
abençoou os fiéis, Tite-san assumiu o seu posto e comandava de fora
das quatro linhas seus guerreiros. Os abalos não eram sísmicos, e
sim, resultado dos brados e cânticos de vitória que os loucos
entoavam, explodindo em alegria e emoção, em felicidade e paixão.
Lágrimas escorriam formando verdadeiros tsunamis de prazer e de
satisfação sem fim, cujas ondas cruzavam o planeta inundando
corações, iluminando os olhos, escancarando sorrisos em todo
território nacional.
O
passaporte da emoção finalmente foi carimbado, mas a emoção não
tem fronteiras, é igual ao redor do mundo. E parafraseando o
Joelmir, não há como explicar esse fenômeno social, é impossível.
Para todos é incompreensível, para a maioria uma explicação
desnecessária, para os fiéis, loucos ou insanos Corinthianos,
inexplicável, uma loucura normal, um amor incondicional. O guerreiro
Paolo deu inicio a artilharia, um único tiro foi suficiente, a
primeira batalha foi vencida. O faraó egípcio conheceu a garra do
mosqueteiro. Assim o Corinthians foi apresentado ao mundo. Ao final,
mais um tiro de misericórdia e os ingleses de sangue azul, que
cruzavam os mares conquistando os povos, foram conquistados e viram a
alegria em preto em branco tomar conta do planeta. A euforia da
conquista iluminou os corações dos loucos, contagiou os povos em
todos os continentes e as vozes roucas em uníssono entoavam o hino
da vitória.
Os
loucos com as mãos unidas em preces, agradeciam, e em lágrimas que
lavavam a alma sofrida, unia os povos em uma ponte imaginária
construída pelo amor e pela amizade. Entrelaçando braços em
abraços, mesclando a fé com a esperança, espalhando e reforçando
a paixão por um clube ao redor do mundo, desatando o nó da garganta
para enfim poder gritar: Banzai Corinthians, campeão dos campeões,
tu és orgulho dos esportistas do Brasil. Os guerreiros Corinthianos
venceram a guerra. O gavião decolou de volta à terras tupiniquins.
A terra do sol nascente parou para se despedir com alegria. Foi assim
que se traduziu o sayonará e arigatô ao Corinthians. Depois do
tsunami alvinegro o Japão não será mais o mesmo e o mundo agora é
do Corinthians, parabéns.(16-12-2012 - Corinthians campeão mundial de futebol no Japão)
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