segunda-feira, 31 de agosto de 2015

Faroeste caboclo

Estamos atravessando um momento histórico em nosso País. O povo, inconformado com a roubalheira, com a violência, com a falta de comando e principalmente com a crescente onda de corrupção, tem manifestado sua inquietação publicamente pelas cidades em um verdadeiro levante social. Justiça, é a palavra de ordem e de progresso. Embora, ainda um pouco desorganizado, mas determinado a buscar um futuro melhor para o País, reivindica um pouco de paz e segurança, alegria e felicidade para se viver, direitos mínimos de um povo. Por outro lado, parece que estamos retrocedendo ao tempo do faroeste, do tempo em que as questões eram resolvidas a bala. Pois não há explicação aceitável para os crimes que presenciamos em terras tupiniquins, cujos, as querem de volta, terras sem lei, onde a autoridade do governo caminha de um lado para o outro, mas sem um norte definido. Com isso, brasileiros e estrangeiros vivem sob fogo cruzado.
Quando não há firmeza no governo o povo fica sem direção e a corrupção perverte o coração. Por essa razão, o que vemos é um salve-se quem puder, um ninguém é de ninguém, um Deus nos ajude, que cada dia amedronta ainda mais as pessoas de bem dessa nação. A única lei observada é a do revólver, e esse, está nas mãos de pistoleiros prontos e ávidos para puxar o gatilho. São pistoleiros menores de idade que atiram sem pestanejar em crianças, jovens e velhos em busca de uns trocados, que me faz lembrar os velhos filmes de faroeste e seus pistoleiros, cujos, como antigamente, cobrem os rostos, e sem lei, fazem as suas próprias. Empunhando armas, amedrontam e condenam a pena de morte indefesos cidadãos e seguem derramando sangue inocente como se nada valesse. Aproveitam o momento para causarem balbúrdias e vandalismos sob olhares de policiais também assustados.
Desrespeitam os xerifes, abusam das mulheres, assaltam os bancos, as diligências, matam por recompensas e fogem espalhando o pânico. Na poeira deixada pela fuga em possantes cavalos importados do tipo ferraris, porshes e lamborghinis, é possível seguir o rastro do dinheiro, porém, não há nenhum justiceiro para prendê-los. Embora filmados em ações, muitos pagam a recompensa, ou melhor, a fiança e são libertados das prisões. Um cavaleiro negro desponta como o paladino da justiça, o qual, não é tão justo como se imagina, e tenta na Suprema Corte por ordem nesse faroeste caboclo. Ele julga e condena sem prender, pois, rende-se a força das leis, entregando à forca somente os pobres cidadãos comuns, trabalhadores, que por causa dos muitos impostos, taxas elevadas, juros exorbitantes e salário minguante, encontram nas manifestações de rua a esperança da salvação como se ouvisse ao longe, o som do clarim do exército para livrá-lo do jugo da desigualdade. Engano. Não há salvação. É mais uma emboscada. Estamos sob fogo cruzado entre o exército amigo e o inimigo. Quem era para nos proteger, nos ataca.
O inimigo se ocultou em gabinetes, se disfarçou, passou a usar paletó e gravata. Por isso o povo tupiniquim foi às ruas, o grito da insatisfação ecoou e dos R$ 0,20 de outrora, surgiram bilhões, o que ainda é pouco diante do que já foram subtraídos. Mas ainda da tempo de ouvir a voz das ruas, o clamor do povo, o desejo da nação e caminhar para o futuro em paz e segurança, com respeito ao povo e obediência as leis, sem corrupção, sem violência e que o velho oeste não passe de ficção e entretenimento. Quem tem ouvidos, ouça.

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