Como se
não bastasse a precariedade das nossas calçadas, com tantos
buracos, lixos, raízes de árvores que estouram atrapalhando a
passagem de pedestres, caçambas e entulhos de obras e até carros
estacionados, agora nos deparamos com os cavaletes de candidatos
espalhados em diversas calçadas da cidade, principalmente nas
avenidas de grande circulação de pessoas e carros. A lei da cidade
limpa e da ficha limpa, deveria valer para esse tipo de propaganda.
No final de semana passado, acompanhei filhos e netos a um evento na
cidade onde compareceu grande multidão e os candidatos não deixaram
por menos. Aproveitaram a ocasião e espalharam ao longo da avenida,
centenas de cavaletes com propaganda politica. Em virtude do
excessivo número de carros, o trânsito estava lento e caminhar
pelas calçadas com os cavaletes invadindo o espaço dos pedestres
era um grande risco. Foi possível ouvir dezenas de reclamações
enquanto caminhava.
Alguns
cavaletes, devido a esbarrões dos pedestres, caíram e eram
pisoteados o que causava irritação e desconforto aos cabos
eleitorais que monitoravam os cavaletes. Havia pedestres que
incomodados com a invasão do espaço público, propositadamente
aderiram a campanha: chute um cavalete, e os derrubavam para
poder passar. Confesso que passou pela minha mente a ideia de dar um
belo chute nos que estavam em minha frente, mas não passou de um
pensamento. Meu neto não pensou duas vezes. Ao ver alguns cavaletes
caídos ele pisou e isso deixou o jovem cabo eleitoral indignado.
Mas, que eu saiba, constitui propaganda irregular, sujeita a pena de
multa, a realizada por meio de cavaletes fixos deixados em bens
públicos (calçadas, praças e canteiros de avenidas) além de ser
vedada é sujeita a sanções legais por violação do art. 37 da lei
nº 9.504/97 e da resolução do TSE 22.718/2008 art. 13 parágrafo
4º.
A lei
aprovada por eles, leia-se os parlamentares, não é obedecida por
quem a criou. Não é uma palhaçada? Aliás, depois que o palhaço
Tiririca foi eleito, as eleições viraram um espetáculo circense de
péssima categoria. Não sei se os palhaços que se candidatam querem
fazer da politica coisa séria ou se a politica é que vai tornar os
palhaços eleitos sem graça! Dizem que quem não é visto não é
lembrado e o pior cego é aquele que não quer ver. Eu vi e vou me
lembrar muito bem das fisionomias dos candidatos daqueles cavaletes,
e com certeza, não serão dignos do meu voto. Se pessoas fisicamente
saudáveis encontram dificuldade para caminhar nas calçadas em razão
desses cavaletes, o que se dirá dos cadeirantes e dos idosos? Nesse
período eleitoral as calçadas tem servido para todo tipo de coisas,
menos para se caminhar livremente.
E você,
já pensou em chutar um cavalete com propaganda política? Não faça
isso, deixe para o dia de votação, chute para bem longe da política
tais candidatos, impeça-os de sujar a cidade com atitudes
vergonhosas. Seria bom que o termômetro da boa qualidade de
urbanização da cidade fosse as calçadas, mas sem obstáculos, sem
mesas de bares, sem cavaletes, e sim, arborizadas, niveladas, largas
e iluminadas. Que os vereadores eleitos possam saber que a cidade foi
feita para as pessoas e elas necessariamente caminham.
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