A
grande insatisfação que afeta diversos setores da sociedade em
virtude da politica social fraca, ineficaz e corrupta dos governos
municipal, estadual e federal, tem gerado na massa popular
manifestações diárias que parecem fugir do controle das
autoridades policiais. O caos em que se transformaram as grandes
cidades pelo país afora, é o fruto da semente da corrupção e do
descaso em que os governantes tratam a população. Uma revolta
acompanhada de depredações e vandalismo por parte de grupos de
estudantes mascarados, vem gerando violência e medo, assustando
aqueles que manifestam suas indignações e descontentamentos com a
maneira como são tratados pelo poder público no país. Se por um
lado as manifestações são consideradas legítimas e normais, por
outro, o quebra-quebra exacerbado que temos verificado não pode ser
considerado normal. Isso coloca as autoridades policiais em uma
verdadeira sinuca de bico, em uma encruzilhada, pois, se ordenarem
para que se mantenha a ordem, como fazer isso diante de uma turba
enfurecida?
Não é
possível pedir por favor para que se pare com a desordem e nem agir
com rispidez por causa dos cliques automáticos dos fotógrafos que
espreitam as atitudes policiais e depois divulgam imagens em questão
de segundos para o mundo inteiro ver. Ao mesmo tempo, os baderneiros
fazem poses para as lentes dos fotógrafos enquanto depredam e causam
prejuízos à sociedade. São bancos, ônibus, carros, estações de
metrô, empresas particulares e públicas, tudo vira alvo dos
descontentes. Em face disso, as cidades, os bairros, as ruas e
avenidas, estão se transformando em verdadeiras praças de guerra.
Há os que defendem mais rigor da policia para acabar com o
vandalismo e outros são contra qualquer tipo de repressão policial.
Enquanto isso, até policiais apanham. É preciso encontrar
urgentemente um meio termo para por fim a essa guerra insana. Embora
os motivos sejam justos, as ações de alguns são reprováveis. A
ordem e o progresso, o nosso lema pátrio, precisa ser restabelecido
para o bem geral da nação.
Porém,
a ordem só se consegue através da educação do povo. E quando eu
digo educação, não é em sentido pejorativo não, e sim, na falta
de acesso a ela. A falta de educação, ou seja, de um bom ensino
escolar, causa da incompetência pública, desde a infância até a
universidade é a razão da anarquia generalizada que vemos. A
política suja e corrupta dos governos, não abraça a educação
escolar como prioridade fundamental do nosso país. Um povo inculto é
mais fácil conduzi-lo com artimanhas enganosas, promessas vãs e
interesseiras e com isso, o circo é mantido. E o que falar do
progresso se não temos educação suficiente para competir na área
tecnológica e industrial, na ciência, na informática, onde até
mesmo os e-mails da presidência são violados? Apesar do grande
empenho dos técnicos, dos cientistas, dos engenheiros, dos
professores entre tantos profissionais que se destacam com louvor em
suas áreas, o investimento como prioridade, ainda é pífio, sem
importância. O orçamento raramente chega ao destino, ou seja, nas
instituições para a melhoria do ensino, é desviado pela rede de
corrupção organizada nesse país. Apenas ter escolas não é
sinônimo de boa educação, senão, os mestres e os professores não
lutariam por melhores salários, por melhorias de ensino, de
condições de trabalho, por segurança e grade curricular eficiente.
Falta
capacitação dos professores, ambiente adequado, segurança,
material de ensino, equipamentos escolar, etc. Tudo isso suscita
revolta e insatisfação ao ver os privilégios que usufruem os
parlamentares enquanto a população carente morre a míngua, ficando
a deriva em uma sociedade em crise. A ordem e o progresso de um país,
obrigatoriamente passa pela educação do seu povo. Por isso, como
resultado desse descaso, como mencionei acima, a guerra urbana
avança, ramificando nos mais diversos setores sociais e arrastando o
povo para as ruas como forma de reivindicar seus direitos. A melhor
maneira de acabar com essa guerra urbana, é estancando a sangria, o
desvio e o roubo do dinheiro público e aplicá-lo efetivamente em
educação e na infraestrutura do país. Com isso, os reflexos de um
viver normal serão sentidos na saúde, na indústria, no comércio,
no lazer, na melhor qualidade de vida e em todos os setores da
sociedade, porque o eixo dessa grande roda social ainda é a boa
educação. Um povo educado é ordeiro e próspero, e assim sendo,
não haverá razão para guerras urbanas. Ordem e progresso, o País
precisa disso.
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