segunda-feira, 31 de agosto de 2015

Ordem e Progresso

A grande insatisfação que afeta diversos setores da sociedade em virtude da politica social fraca, ineficaz e corrupta dos governos municipal, estadual e federal, tem gerado na massa popular manifestações diárias que parecem fugir do controle das autoridades policiais. O caos em que se transformaram as grandes cidades pelo país afora, é o fruto da semente da corrupção e do descaso em que os governantes tratam a população. Uma revolta acompanhada de depredações e vandalismo por parte de grupos de estudantes mascarados, vem gerando violência e medo, assustando aqueles que manifestam suas indignações e descontentamentos com a maneira como são tratados pelo poder público no país. Se por um lado as manifestações são consideradas legítimas e normais, por outro, o quebra-quebra exacerbado que temos verificado não pode ser considerado normal. Isso coloca as autoridades policiais em uma verdadeira sinuca de bico, em uma encruzilhada, pois, se ordenarem para que se mantenha a ordem, como fazer isso diante de uma turba enfurecida?
Não é possível pedir por favor para que se pare com a desordem e nem agir com rispidez por causa dos cliques automáticos dos fotógrafos que espreitam as atitudes policiais e depois divulgam imagens em questão de segundos para o mundo inteiro ver. Ao mesmo tempo, os baderneiros fazem poses para as lentes dos fotógrafos enquanto depredam e causam prejuízos à sociedade. São bancos, ônibus, carros, estações de metrô, empresas particulares e públicas, tudo vira alvo dos descontentes. Em face disso, as cidades, os bairros, as ruas e avenidas, estão se transformando em verdadeiras praças de guerra. Há os que defendem mais rigor da policia para acabar com o vandalismo e outros são contra qualquer tipo de repressão policial. Enquanto isso, até policiais apanham. É preciso encontrar urgentemente um meio termo para por fim a essa guerra insana. Embora os motivos sejam justos, as ações de alguns são reprováveis. A ordem e o progresso, o nosso lema pátrio, precisa ser restabelecido para o bem geral da nação.
Porém, a ordem só se consegue através da educação do povo. E quando eu digo educação, não é em sentido pejorativo não, e sim, na falta de acesso a ela. A falta de educação, ou seja, de um bom ensino escolar, causa da incompetência pública, desde a infância até a universidade é a razão da anarquia generalizada que vemos. A política suja e corrupta dos governos, não abraça a educação escolar como prioridade fundamental do nosso país. Um povo inculto é mais fácil conduzi-lo com artimanhas enganosas, promessas vãs e interesseiras e com isso, o circo é mantido. E o que falar do progresso se não temos educação suficiente para competir na área tecnológica e industrial, na ciência, na informática, onde até mesmo os e-mails da presidência são violados? Apesar do grande empenho dos técnicos, dos cientistas, dos engenheiros, dos professores entre tantos profissionais que se destacam com louvor em suas áreas, o investimento como prioridade, ainda é pífio, sem importância. O orçamento raramente chega ao destino, ou seja, nas instituições para a melhoria do ensino, é desviado pela rede de corrupção organizada nesse país. Apenas ter escolas não é sinônimo de boa educação, senão, os mestres e os professores não lutariam por melhores salários, por melhorias de ensino, de condições de trabalho, por segurança e grade curricular eficiente.
Falta capacitação dos professores, ambiente adequado, segurança, material de ensino, equipamentos escolar, etc. Tudo isso suscita revolta e insatisfação ao ver os privilégios que usufruem os parlamentares enquanto a população carente morre a míngua, ficando a deriva em uma sociedade em crise. A ordem e o progresso de um país, obrigatoriamente passa pela educação do seu povo. Por isso, como resultado desse descaso, como mencionei acima, a guerra urbana avança, ramificando nos mais diversos setores sociais e arrastando o povo para as ruas como forma de reivindicar seus direitos. A melhor maneira de acabar com essa guerra urbana, é estancando a sangria, o desvio e o roubo do dinheiro público e aplicá-lo efetivamente em educação e na infraestrutura do país. Com isso, os reflexos de um viver normal serão sentidos na saúde, na indústria, no comércio, no lazer, na melhor qualidade de vida e em todos os setores da sociedade, porque o eixo dessa grande roda social ainda é a boa educação. Um povo educado é ordeiro e próspero, e assim sendo, não haverá razão para guerras urbanas. Ordem e progresso, o País precisa disso.

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