Em uma
noite bela, mágica, inesquecível e que será eternizada, o
Corinthians sagrou-se campeão da Copa Libertadores. Foi na raça, na
garra, no peito, no sofrimento, mas foi também com muita emoção e
com o sorriso aberto de alegria, com lágrimas de felicidade, foi com
paixão, foi entre braços e abraços que a nação Corinthiana,
eufórica, explodiu com o êxtase da vitória. Seu brado ecoou pelo
universo, arrebatou os sentidos, confundiu a lógica e a razão, até
mesmo a consciência da própria existência precisou ser verificada.
Vivia-se a realidade de um sonho, onde o mortal parecia imortal.
Momento único, onde o pulsar dos corações podia ser ouvido e cada
olhar refletia em seu brilho a angústia da espera pelo apito final.
O medo trazia a esperança da certeza de que no final seria possível
contemplar a glória, libertar a dor do insucesso, saborear o néctar
da vitória e acima de tudo poder hastear o seu pendão no patamar
mais alto do pódio, o de campeão.
E foi
assim, como o Corinthiano sempre aprendeu, que para ele não existe
nada fácil. Foi a superação de um trauma que parecia não ter fim.
Sua epopeia sempre fora escrita com suor, mãos trêmulas, coração
acelerado, agora não poderia ser diferente, é assim com todo povo
brasileiro e o Corinthians é o povo. O único capaz de aproximar os
paralelos, confundir razão e emoção, atrair os opostos, unir os
adversários, fazer de um simples momento, algo eterno, imensurável.
Isso é Corinthians! Grandeza que não se explica, porque é sempre
maior do que se pode explicar ou compreender. Mas o fantasma das
eliminações precoces insistia em querer acompanhar os 35 milhões
de enlouquecidos torcedores. Mas dessa vez não. O sonho que para
muitos parecia inatingível se concretizou, o grito aprisionado no
peito, que sufocava a alma de cada cidadão dessa nação, finalmente
ganhou a liberdade. A luta dos heróis guerreiros, aliás, heróis
libertadores, proporcionou a fuga em massa das masmorras do
passado que trancafiaram por décadas tal sonho.
Mas,
enfim, o sonho acabou. Passado e presente se mesclaram em uma só
meta, um só objetivo, uma só determinação e se comprometeram
gerando a certeza de que o fim do sonho estava perto. Por essa razão,
era preciso avançar, atacar muitos adversários e se defender com
barreiras intransponíveis dos tiros que surgiam a fim de
derrubá-los. Chutaram para longe as dificuldades, agarraram as
oportunidades, driblaram o cansaço, jogaram para fora o desânimo,
ergueram mais alto a cabeça, para ver que a meta não estava tão
longe. Invadiram países, cidades, cruzaram fonteiras, percorreram os
campos, lançaram a semente da responsabilidade e da união para não
vê-los transformados em arenas de mortes súbitas, onde somente os
fortes sobrevivem. Lutaram, uma nação contra todas, mas, mesmo
assim, foi uma luta de gigantes. Os últimos segundos pareciam horas
intermináveis, aliás, foram três horas para levar o presente até
a eternidade, para fazer com que os onze libertadores
realmente virassem heróis, que a nação em uma só voz libertasse a
dor e gritasse bem alto para toda a América ouvir: É campeão.
As
lágrimas incontroláveis que brotavam do interior de cada torcedor,
dos corações sofridos, lavavam a alma, iluminavam os olhos,
formavam rios de emoções que escorriam transformando o sofrimento
em alegria, a ansiedade em refrigério, a expectativa em uma explosão
de euforia incontrolável. Em cada confronto foi preciso soltar os
gritos de guerra, para depois, no último e decisivo, poder entoar o
hino da vitória. Finalmente um grito de felicidade em uníssono se
ouviu. O êxtase coletivo fez dos loucos, conscientes, dos que são,
como se se não fossem, dos pobres, milionários e milhares de mãos
aplaudiram quando o capitão ergueu os braços ostentando a taça da
vitória, a nação foi laureada com a coroa da justiça, o sonho
chegava ao fim.
Vozes
roucas e gritos alucinados fizeram da esperança uma certeza, do
sonho uma realidade e da realidade, que ainda parece um sonho, uma
história, uma vida. De um time, fizeram uma paixão eterna, para
assim, continuar sendo fiel e, nunca, jamais abandonar o Corinthians!
Essa sempre foi a razão dos loucos, mas, loucos por ti, Corinthians.
Os adversários um a um se renderam, se curvaram perante a grandeza
do seu poder e, por fim, reconheceram que és e sempre serás o
campeão dos campeões. O sonho acabou. Novos sonhos começarão, o
de ser bicampeão, por exemplo, mas este, e o mais ambicionado de
toda sua existência, de ser campeão da Copa Libertadores da
América, acabou.
Agora não resta mais nada a dizer, apenas esvaziar o peito e gritar para o universo ouvir:
É campeããããããao....Parabéns Corinthians.
Agora não resta mais nada a dizer, apenas esvaziar o peito e gritar para o universo ouvir:
É campeããããããao....Parabéns Corinthians.
(04-07-2012
– Corinthians Campeão da Copa Libertadores da América 2012)
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