Diz um
ditado popular que erro de médico a terra cobre. Hoje em dia
a realidade desse ditado tem sido avultada com os constantes erros
que profissionais da medicina veem cometendo. Alguns dias atrás
assistimos reportagens de pacientes que perderam a vida ou tiveram a
saúde colocada em risco devido a erros nos procedimentos de
técnicos, enfermeiros e médicos quanto ao atendimento hospitalar.
Recentemente uma interna recebeu café com leite na veia e uma outra
recebeu sopa causando com isso a morte de ambas. No primeiro semestre
uma criança ficou com a saúde comprometida ao receber uma
substância ácida na veia ao invés de sedativo. Poucos dias depois
uma outra recebeu leite na veia uma terceira teve o dedo cortado ao
fazer um simples curativo. Médicos que esquecem aparelhos cirúrgicos
dentro dos pacientes após as cirurgias, troca de prontuários sem a
mínima atenção às regras básicas da medicina. Sem contar a falta
de assepsia em instrumentos e instalações, medicamentos vencidos,
contaminados ou com dosagem alteradas, e assim segue a medicina e a
saúde em nosso país. É uma guerra do salve-se quem puder.
Depois
desses fatos noticiados, fiquei pensando e temendo por mim mesmo ou
por um ente querido, na possibilidade de cair em mãos erradas,
daqueles que deveriam cuidar da nossa saúde e no entanto, morrer ou
sofrer sérias consequências por causa de um erro dessa magnitude.
Qual a razão de tanto descuido nessa área que deveria ser a mais
responsável e fiscalizada? Difícil encontrar a resposta. Mas nessa
manhã ouvi uma conversa entre dois futuros doutores, ou seja, alunos
de medicina, que me deixou pasmo. Comecei a entender de onde partia
tanto erro médico. Era um casal em um bate papo descontraído onde a
cada três palavras que proferiam, duas eram gíria e a outra
palavrão, impropérios vergonhosos para quem queria ser um doutor e
cuidar da saúde alheia, pensei. Mas o mais intrigante não foram as
palavras e sim o estudo que vinham tendo na universidade. Deu-me a
impressão que a teoria era baseada no Google, através do Crtl C
Crtl V e discutida nos bares e lanchonetes ao redor das
universidades.
Segundo
o CREMESP – Conselho Regional de Medicina do Estado de São Paulo –
o Brasil tem hoje mais faculdades de medicina do que os Estados
Unidos e a China, são 197 entidades, sendo que no começo dos anos
90 eram apenas 82. Entre os anos de 2005 a 2011, o CREMESP realizou
testes e exames para avaliar o conhecimento em quase 5000 médicos
recém-formados onde 46,7% tiveram seus testes reprovados e mesmo
assim, não foram impedidos de exercer a medicina. Isso justifica o
registro de dez casos de processos diário recebidos pelo órgão,
mais de 3000 por ano para vergonha da classe. Embora não seja
satisfatória a avaliação do CREMESP, é evidente que em muitos
casos, talvez a maioria deles, não seja propriamente um erro médico,
e sim força de expressão. Aliás, é preciso reconhecer que um
médico que estuda 6 anos ou mais, depois surge um técnico de
enfermagem que fez um cursinho de alguns meses e comete um erro
fatal, essa imperícia é denominada erro médico depreciando a
classe médica de maneira equivocada.
Eu só
sei que essa batalha entre a medicina e a saúde do povo precisa ter
um fim. O primeiro artigo dos princípios fundamentais da ética
médica diz que
a
medicina é uma profissão a serviço da saúde do ser humano e da
coletividade e deve ser exercida sem discriminação de qualquer
natureza. Entre médicos e pacientes existe uma instituição de
ensino que colabora para que o ditado popular seja realidade. No ano
passado, nenhum curso de medicina recebeu nota máxima (5) do MEC.
Eis a razão de tanta imperícia, ensino precário que oferece risco
eminente de morte ao paciente, alunos despreparados sem conhecimento
básico, conforme exame do CREMESP. Se continuar assim, é melhor se
consultar com o Dr. Google...
Nenhum comentário:
Postar um comentário