Com a
benção do padroeiro, ontem foi comemorado o dia do motorista. Será
que há o que se comemorar? A batalha diária no trânsito tem sido
causa de vários estudos e campanhas. Uma delas é a: não foi
acidente. Essa é apenas uma das inúmeras campanhas que existem
em favor da vida. Com esse slogan, os parentes e familiares de
vitimas fatais tentam conscientizar as autoridades de que seus entes
não sofreram acidentes, e sim, foram assassinados. O trânsito é o
principal causador das mortes envolvendo motoristas irresponsáveis,
que após ingerir bebida alcoólica, saem como em um jogo de
videogame a procura de suas vitimas para matá-las.
O
aumento do número de casos onde pedestres inocentes são atropelados
nas calçadas ou mesmo em batidas de automóveis vem aumentando. A
razão desse aumento está na impunidade que os infratores gozam após
serem flagrados bêbados e pagam uma fiança irrisória (o preço de
uma vida) e se livram, alguns até mesmo sorrindo diante das câmeras.
Quase todos os dias acontece um caso dessa magnitude. Não precisa
ser muito inteligente para saber que qualquer motorista nestas
condições assume o risco de matar, portanto, deve ser exemplarmente
punido no rigor da lei. Eu disse rigor da lei. Pena que essa lei
serve somente para aqueles que não tem dinheiro e, mesmo assim,
ainda torna-se branda devido aos argumentos que os advogados
encontram para livrar seus clientes. É isso mesmo, réus como esses
viram clientes, uma fonte de renda para a advocacia que encontra na
lei razões suficientes para livrá-los de penas mais duras.
Enquanto
motoristas assassinos continuam desfilando com seus carrões
livremente, pondo em riscos a vida de outras pessoas, os familiares
dos que foram mortos correm os programas de televisão, fazem
passeatas e campanhas, gritam pelas ruas para ver se chamam a atenção
das autoridades competentes. É preciso reforçar o clamor do jovem
de uma família paulistana, que afirma, não foi acidente
(www.naofoiacidente.com.br)
o que o levou a perder mãe e irmã, o que já vai completar um ano,
vitimas de um motorista embriagado, assim como daqueles que clamam
por justiça enquanto há tempo, pois caso contrário, a vida, o que
o ser humano tem de mais precioso e que é tão breve, não
representará nada diante dessa lei seca.
Campanhas
publicas vem sendo veiculadas exaustivamente, mas senão houver um
rigoroso cumprimento da lei, as mortes dolosas, infelizmente, vão
continuar. Se for dirigir não beba ou se beber não dirija, é
insignificante. É necessário conscientizar que se dirigir
embriagado poderá ser preso sumariamente, e se por acaso, causar
algum acidente, ficará detido sem fiança até a conclusão do
inquérito e perda da habilitação entre outras penalidades mais
severas. Isso não é acidente e sim algo que pode ser evitado.
Segundo
a policia militar, em São Paulo, apenas no primeiro semestre de 2012
mais de 6000 motoristas foram autuados, mais de 1000 foram presos e
mais de 300 se recusaram a fazer o teste do “bafômetro”. Agora
algumas perguntas ficaram sem respostas. Desses que foram presos será
que ficaram presos ou foram soltos no dia seguinte sob fiança? Será
que não estão por ai, embriagados, pondo a vida dos outros
novamente em perigo? Faz quatro anos que foi implantada a lei seca e
até hoje continua sendo desrespeitada. Inúmeros famosos foram
parados em blitz e se recusaram a fazer o teste do bafômetro
preferindo pagar multa e ter a habilitação apreendida. Maus
exemplos!
Como se
não bastasse a violência urbana e o fato de termos de conviver com
a violência das guerras, do tráfico, a doméstica, a violência
contra as crianças, onde nenhuma dessas mortes caracterizam
acidentes, as causadas pela embriaguez no trânsito, também podem
ser evitadas. Não foi acidente, foi irresponsabilidade...
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