quarta-feira, 19 de agosto de 2015

Não foi acidente!

Com a benção do padroeiro, ontem foi comemorado o dia do motorista. Será que há o que se comemorar? A batalha diária no trânsito tem sido causa de vários estudos e campanhas. Uma delas é a: não foi acidente. Essa é apenas uma das inúmeras campanhas que existem em favor da vida. Com esse slogan, os parentes e familiares de vitimas fatais tentam conscientizar as autoridades de que seus entes não sofreram acidentes, e sim, foram assassinados. O trânsito é o principal causador das mortes envolvendo motoristas irresponsáveis, que após ingerir bebida alcoólica, saem como em um jogo de videogame a procura de suas vitimas para matá-las.
O aumento do número de casos onde pedestres inocentes são atropelados nas calçadas ou mesmo em batidas de automóveis vem aumentando. A razão desse aumento está na impunidade que os infratores gozam após serem flagrados bêbados e pagam uma fiança irrisória (o preço de uma vida) e se livram, alguns até mesmo sorrindo diante das câmeras. Quase todos os dias acontece um caso dessa magnitude. Não precisa ser muito inteligente para saber que qualquer motorista nestas condições assume o risco de matar, portanto, deve ser exemplarmente punido no rigor da lei. Eu disse rigor da lei. Pena que essa lei serve somente para aqueles que não tem dinheiro e, mesmo assim, ainda torna-se branda devido aos argumentos que os advogados encontram para livrar seus clientes. É isso mesmo, réus como esses viram clientes, uma fonte de renda para a advocacia que encontra na lei razões suficientes para livrá-los de penas mais duras.
Enquanto motoristas assassinos continuam desfilando com seus carrões livremente, pondo em riscos a vida de outras pessoas, os familiares dos que foram mortos correm os programas de televisão, fazem passeatas e campanhas, gritam pelas ruas para ver se chamam a atenção das autoridades competentes. É preciso reforçar o clamor do jovem de uma família paulistana, que afirma, não foi acidente (www.naofoiacidente.com.br) o que o levou a perder mãe e irmã, o que já vai completar um ano, vitimas de um motorista embriagado, assim como daqueles que clamam por justiça enquanto há tempo, pois caso contrário, a vida, o que o ser humano tem de mais precioso e que é tão breve, não representará nada diante dessa lei seca.
Campanhas publicas vem sendo veiculadas exaustivamente, mas senão houver um rigoroso cumprimento da lei, as mortes dolosas, infelizmente, vão continuar. Se for dirigir não beba ou se beber não dirija, é insignificante. É necessário conscientizar que se dirigir embriagado poderá ser preso sumariamente, e se por acaso, causar algum acidente, ficará detido sem fiança até a conclusão do inquérito e perda da habilitação entre outras penalidades mais severas. Isso não é acidente e sim algo que pode ser evitado.
Segundo a policia militar, em São Paulo, apenas no primeiro semestre de 2012 mais de 6000 motoristas foram autuados, mais de 1000 foram presos e mais de 300 se recusaram a fazer o teste do “bafômetro”. Agora algumas perguntas ficaram sem respostas. Desses que foram presos será que ficaram presos ou foram soltos no dia seguinte sob fiança? Será que não estão por ai, embriagados, pondo a vida dos outros novamente em perigo? Faz quatro anos que foi implantada a lei seca e até hoje continua sendo desrespeitada. Inúmeros famosos foram parados em blitz e se recusaram a fazer o teste do bafômetro preferindo pagar multa e ter a habilitação apreendida. Maus exemplos!

Como se não bastasse a violência urbana e o fato de termos de conviver com a violência das guerras, do tráfico, a doméstica, a violência contra as crianças, onde nenhuma dessas mortes caracterizam acidentes, as causadas pela embriaguez no trânsito, também podem ser evitadas. Não foi acidente, foi irresponsabilidade...

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