Com
essa frase e determinação, o Papa Francisco foi entronizado dando
inicio a seu papado. Era uma clara alusão de como será norteado o
seu pontificado. Uma igreja para os pobres. É claro que todo o mundo
entendeu o que ele quis dizer. Não há entrelinhas nessa afirmação.
Durante séculos a Igreja Católica Apostólica Romana se sentou em
trono de ouro e era administrada pelo poder e interesses da Cúria
Romana. Mas, atualmente, o pescador deixou seu iate e voltou ao seu
simples barquinho. Calçou as sandálias da humildade para caminhar
entres os becos e vielas, pelas estradas empoeiradas dos países
pobres a procura das ovelhas que não têm pastor. A suntuosidade e o
orgulho incharam a igreja durante dois mil anos, não havia lugar
para os pobres de espírito. Mas, conforme apregoou o Mestre dos
mestres, no alto de uma montanha, para que todos o vissem e pudessem
ouvi-lo, bem aventurados os pobres de espírito, porque deles é o
reino dos céus.
Ser
pobre de espirito, é ser humilde, honesto, sincero, altruísta
porque o reino dos céus e não o da terra, é dessas pessoas.
Portanto, segundo o Sumo Pastor, elas são bem aventuradas, felizes,
bem sucedidas, em tudo o que realizam e a recompensa, é o reino dos
céus. A expectativa mundial é que o novo Papa seja para uma nova
Igreja. Que sua maior riqueza realmente seja o amor, não apenas aos
pobres, mas ao ser humano, sem nenhuma distinção, sem acepção,
independente de classe social ou outra diferença qualquer. Já havia
passado da hora da Igreja sair da escuridão de ensinamentos
teóricos, sem vida e sem realidade e sair das paredes frias do
Vaticano, para consolar os que choram, para saciar os que tem fome e
sede de justiça. Talvez agora o mundo conheça a realidade da Igreja
como luz do mundo e sal da terra.
A
Igreja, meus caros Cardeais, Bispos e Arcebispos, não é aquele
templo no Vaticano, a capela de São Pedro ou a Sistina, restaurada
pelo Papa Sisto IV e sim, o ajuntamento de todos os cristãos ao
redor do mundo. Ela é o reino de Deus aqui na terra, portanto, o seu
governo, não deve proceder da Cúria e sim do trono de Deus, deve
ser de humildade e amor, verdade e justiça, vida e paz,
características inerentes do próprio Cristo, porque, precedendo a
honra, está a humildade, mas na altivez está a queda. Conta-se
através do folclore religioso, que um dia, andando pelos corredores
do Vaticano, certo Papa, orgulhoso com tanta riqueza e parafraseando
o apóstolo Pedro sobre um texto bíblico do novo testamento, onde
ele, Pedro, diante de um pedinte paralítico, afirmou:
Não tenho ouro e nem prata; mas o que tenho isto te dou. Em nome de Jesus Cristo, o Nazareno, levanta-te e anda. (Atos 3:6)
Não tenho ouro e nem prata; mas o que tenho isto te dou. Em nome de Jesus Cristo, o Nazareno, levanta-te e anda. (Atos 3:6)
O
Papa, orgulhoso dos seus tesouros, disse ao humilde secretário: se
o apóstolo Pedro estivesse hoje entre nós, ele não afirmaria que
não tinha ouro e nem prata, e
continuou admirando o seu belo tesouro. O secretário então,
humilde, porém, receoso afirmou: mas também não diria em
nome de Jesus Cristo, o Nazareno, levanta-te e anda.
Por essa razão, vejo nos gestos e atitudes humildes do Papa
Francisco, a renovação da fé e da esperança de que a Igreja possa
fazer o seu papel, o de atrair as pessoas para Deus e não de
afastá-las. Espero que o Papa Francisco possa fazer a restauração
interior de todos os membros da Santa Sé e exterminar de vez, com
todos os tipos de escândalos, ganância, pompa, orgulho, arrogância
e tantos outros pecados, que o simples mencionar já uma vergonha.
Que a Igreja seja um organismo vivo e não uma organização morta.
Sendo
assim, dou as boas vindas ao humilde Papa Francisco e que não
somente ele, mas, entre outros tantos milhões de pessoas ao redor do
mundo, também possa ser mais um embaixador da parte de Cristo, como
se Deus por ele rogasse. E que após sua morte, a Igreja dos pobres
possa dizer com convicção: Houve um homem, enviado de Deus, cujo
nome era Francisco. (João 1:3)
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