terça-feira, 18 de agosto de 2015

Um olhar distante

Parecia-me um quadro onde a paisagem ficava em segundo plano. Aquela pessoa, sentada no banco da praça, olhando o infinito mas ao mesmo tempo acredito que seu olhar não passava de si mesma, roubava a cena e tirava a beleza da praça. Em um olhar tão distante, procurava encontrar, talvez ao longe, respostas para seus problemas tão próximos. Era claro pelo olhar que aquela pessoa sofria. Ansiedade invadia o seu coração. O medo talvez barrasse as perspectivas da vida. Paradigmas precisavam ser rompidos. O silêncio era a fuga momentânea para um novo salto na vida, talvez refletisse. Apesar da velocidade do tempo que passava naquele instante, nada parecia passar para ela. Estava imóvel como uma presa acuada por seu predador, refletia tristeza. Era amparada apenas pelo vento que insistia em balançar seus cabelos, anunciando que existia a vida. Quem sabe em suas asas, viajava em buscas de soluções pra vida. Vida essa que aparentemente havia lhe roubado o próprio sabor. Sem lágrimas, chorava em seu coração. Sem amigos, implorava alguma mão. Passei por aquela pessoa ainda olhando de soslaio, para ver se entendia a razão de tão grande solidão. Muitas pessoas também passavam, apressadas, assim como eu, mas não se davam em conta aquela pessoa que sofria. Eu também passei deixando aquela pessoa com seu olhar distante tão perto de mim. Segui o meu caminho, insensível, com meu olhar distante...

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