quinta-feira, 27 de agosto de 2015

Rolezinhos

Um novo fenômeno social que está tirando o sono das autoridades policiais vem sendo verificado desde o final do ano passado. Até mesmo a presidente já reservou uma data em sua agenda para discutir o assunto com empresários devido o prejuízo que estão sofrendo com o fechamentos de lojas em dias de grande movimento. São os chamados “rolezinhos” organizados pelos jovens de todas as idades através das redes sociais pelos shoppings do País. Novamente o caos social trazido com esses “rolezinhos” tem se estabelecido, gerando pânico e medo nos cidadãos que foram surpreendidos em shoppings. Os idealizadores e os que são a favor desses “rolezinhos” nem mesmo conseguem explicar a causa, a razão e o objetivo do movimento, muito menos qual a verdadeira reivindicação. Segundo alguns dos organizadores, “rolezinho” é uma convocação geral para um encontro amigável em shoppings para se divertir, paquerar, zoar e trocar alguns beijos e nada mais. Mas, para a policia, isso não passa de uma reunião para promover roubos e furtos assim como, tumultuar as grandes zonas de comércio.
A mídia tem mostrado, provavelmente mais para assustar e aumentar o alcance dos atos, do que o barulho, os saques e a balburdia decorrentes desses encontros. Têm se dado enorme dimensão aos rolês mais do que eles propriamente alcançam. Ninguém está proibido de entrar em shoppings sozinho, acompanhado ou em grupos, mas, não é nem um pouco conveniente se fazer arruaças, promover tumultos e causar tamanha desordem em lugares públicos, isso é fato. Em nome da liberdade de ir e vir tudo se torna lícito, porém, nem tudo convém. A liberdade de se expressar, de protestar pacificamente em favor dos direitos não isenta ninguém de assumir as consequências pelo vandalismo e prejuízo causado aos demais cidadãos caso isso aconteça. Agora cabe uma pergunta. O que dizer dos “rolezinhos” que estudantes universitários (black-blocs) fizeram, eram em menores ou maiores proporções em termos de vandalismo? Tiveram apoio ou foram repreendidos? É preciso ouvir o clamor das ruas, disseram dezenas de parlamentares.
O grito das ruas, o clamor do povo é por segurança, por justiça social, pelo fim da corrupção política e da impunidade, por menos impostos, melhor educação, lazer, cultura, saneamento básico, direito à saúde e não à doenças. É um grito por moradia, transporte, melhor qualidade de vida, tudo o que se promete a décadas através dos impostos recolhidos. Pouco do valor arrecadado com impostos são revertidos em benefícios do povo. Essa é a razão dos “rolês”, caros parlamentares. Se por um lado, os senhores, que afirmavam que era preciso ouvir o grito das ruas, hoje, parece que estão ficando surdos. Creio que esse movimento esteja surgindo em face da insatisfação social, principalmente nas periferias, onde o descaso com o povo é mais evidente. Inúmeras formas de “rolezinhos” ainda acontecerão. Aliás, há noticias de um novo “rolezinho” nas piscinas do CEU. Seria bom que esses homens dotados de autoridade constituída pelo povo, dessem um “rolezinho” pelos hospitais públicos para que seus olhos vejam a maneira como o cidadão é tratado. Que tal um “rolezinho” nas escolas da periferia de qualquer cidade ou capital do País, mas tudo isso, de transporte coletivo!

Por outro lado, está na hora do povo fazer um “rolezinho” pelas câmaras municipais, pelas assembleias legislativas, pela esplanada dos ministérios, pelo palácio da alvorada, pela câmara dos deputados, pelo senado, que sabe eles dariam condições e capacidade para o povo frequentar boas escolas com bom ensino, ser atendido em hospitais não sucateados, transporte coletivo de boa qualidade. Mas onde encontrar tudo isso? Só dando uns “rolezinhos” por ai, mas fora do País...

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