Para
desespero da maior parte dos eleitores e das emissoras de televisão
e rádio, começou o horário eleitoral gratuito. Revesando entre os
candidatos à Câmara Municipal e Prefeitura, os problemas que a
séculos fazem parte da rotina dos paulistanos, serão resolvidos
como em um passe de mágica. As promessas mirabolantes, esdruxulas e
ridículas, que só podem partir de pessoas que não tem nenhuma
consideração pelos eleitores, ecoarão sem impedimento algum como
um deboche da capacidade intelectual do povo. Cumprimentar idosos,
abraçar e beijar crianças na periferia, tomar cafezinho nos bares e
padarias, visitar feiras livres, andar de ônibus, fora do horário
de pico é claro, participar de carreatas e eventos públicos, será
a rotina mal intencionada de muitos candidatos. Slogans, jingles,
frases de efeito, santinhos, vale tudo nessa corrida.
Mas,
será diante das câmeras, com maquiagem reforçada para esconder a
cara de pau e o cinismo, que farão as suas promessas elaboradas
palavra por palavra por homens de marketing em discurso
exaustivamente ensaiado. A propaganda eleitoral é a alma do
politico. Presenciei inúmeras vezes certas atitudes do povo
brasileiro sendo comparada, de forma negativa, com povos de outros
países, em sua maioria de Europeus. Então, qual a razão de não se
comparar o voto que lá fora não é obrigatório com a nossa
obrigatoriedade? As atitudes, a vida pregressa e até mesmo as obras
políticas de alguns é que deveriam falar mais alto ao invés de
promessas vãs. A obrigatoriedade do voto é uma afronta a verdadeira
democracia.
O voto
deveria ser estimulado, atraído, incentivado como resultado de um
bom serviço público e político prestado ao cidadão. Deveria ser a
resposta satisfatória, franca, espontânea, de bom grado e
voluntária, demonstrada através do voto de confiança e respeito
que os candidatos terão com a administração dos órgãos públicos.
Mas, a caça ao voto é travada em verdadeiras batalhas de acusações
e defesas como em um tribunal onde acusador e acusado pertencem a
mesma espécie. São como ratos de porão que na calada da noite se
manifestam a procura de um pedaço de queijo disputando-o com unhas e
dentes bem afiados. A classe que deveria ser o exemplo de uma grande
nação, é a sua vergonha.
É
notório que o poder fascina e que seus privilégios são atraentes e
recompensadores a ponto da ganância em conquistá-los, levar os
homens à altivez e ao orgulho precedendo assim a queda. É o que
estamos presenciando através do mal exemplo do mensalão. E as vezes
fico pensando porque alguns insistem em culpar o eleitor por causa
dessas roubalheiras, afirmando que não se sabe votar e que o voto
deve ser consciente. Creio que nenhum eleitor vota inconsciente e nem
possui bola de cristal para imaginar que tais candidatos agiriam de
forma vergonhosa. São eles, os votados, que não são conscientes e
nem dignos dos votos que receberam e muito menos de serem
representantes do povo. A capa da honestidade, da moralidade, do bom
caráter cobre no período eleitoral as más intenções de muitos
candidatos.
São
ex-atletas, ex-cantores, ex-atores, ex-policiais etc...que de uma
maneira ou de outra, buscam se manter as custas do povo tentando
ludibriá-lo com as mesmas promessas chulas, as mesmas de décadas
passadas e que ninguém mais acredita, com exceções. Mas,
infelizmente, somos obrigados a votar. Se não votar, somos punidos,
se anular o voto é porque deixamos de exercer a cidadania. Se
votarmos em branco estamos afirmando que qualquer um pode ser eleito,
tanto faz, enfim, sempre a responsabilidade da vergonha municipal,
estadual ou federal que essas pessoas cometem, a culpa sempre recairá
sobre o povo que não soube escolher, alegam os intelectuais de
plantão. Basta! Chega de mentiras!
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