sexta-feira, 21 de agosto de 2015

Palanque eletrônico

Para desespero da maior parte dos eleitores e das emissoras de televisão e rádio, começou o horário eleitoral gratuito. Revesando entre os candidatos à Câmara Municipal e Prefeitura, os problemas que a séculos fazem parte da rotina dos paulistanos, serão resolvidos como em um passe de mágica. As promessas mirabolantes, esdruxulas e ridículas, que só podem partir de pessoas que não tem nenhuma consideração pelos eleitores, ecoarão sem impedimento algum como um deboche da capacidade intelectual do povo. Cumprimentar idosos, abraçar e beijar crianças na periferia, tomar cafezinho nos bares e padarias, visitar feiras livres, andar de ônibus, fora do horário de pico é claro, participar de carreatas e eventos públicos, será a rotina mal intencionada de muitos candidatos. Slogans, jingles, frases de efeito, santinhos, vale tudo nessa corrida.
Mas, será diante das câmeras, com maquiagem reforçada para esconder a cara de pau e o cinismo, que farão as suas promessas elaboradas palavra por palavra por homens de marketing em discurso exaustivamente ensaiado. A propaganda eleitoral é a alma do politico. Presenciei inúmeras vezes certas atitudes do povo brasileiro sendo comparada, de forma negativa, com povos de outros países, em sua maioria de Europeus. Então, qual a razão de não se comparar o voto que lá fora não é obrigatório com a nossa obrigatoriedade? As atitudes, a vida pregressa e até mesmo as obras políticas de alguns é que deveriam falar mais alto ao invés de promessas vãs. A obrigatoriedade do voto é uma afronta a verdadeira democracia.
O voto deveria ser estimulado, atraído, incentivado como resultado de um bom serviço público e político prestado ao cidadão. Deveria ser a resposta satisfatória, franca, espontânea, de bom grado e voluntária, demonstrada através do voto de confiança e respeito que os candidatos terão com a administração dos órgãos públicos. Mas, a caça ao voto é travada em verdadeiras batalhas de acusações e defesas como em um tribunal onde acusador e acusado pertencem a mesma espécie. São como ratos de porão que na calada da noite se manifestam a procura de um pedaço de queijo disputando-o com unhas e dentes bem afiados. A classe que deveria ser o exemplo de uma grande nação, é a sua vergonha.
É notório que o poder fascina e que seus privilégios são atraentes e recompensadores a ponto da ganância em conquistá-los, levar os homens à altivez e ao orgulho precedendo assim a queda. É o que estamos presenciando através do mal exemplo do mensalão. E as vezes fico pensando porque alguns insistem em culpar o eleitor por causa dessas roubalheiras, afirmando que não se sabe votar e que o voto deve ser consciente. Creio que nenhum eleitor vota inconsciente e nem possui bola de cristal para imaginar que tais candidatos agiriam de forma vergonhosa. São eles, os votados, que não são conscientes e nem dignos dos votos que receberam e muito menos de serem representantes do povo. A capa da honestidade, da moralidade, do bom caráter cobre no período eleitoral as más intenções de muitos candidatos.
São ex-atletas, ex-cantores, ex-atores, ex-policiais etc...que de uma maneira ou de outra, buscam se manter as custas do povo tentando ludibriá-lo com as mesmas promessas chulas, as mesmas de décadas passadas e que ninguém mais acredita, com exceções. Mas, infelizmente, somos obrigados a votar. Se não votar, somos punidos, se anular o voto é porque deixamos de exercer a cidadania. Se votarmos em branco estamos afirmando que qualquer um pode ser eleito, tanto faz, enfim, sempre a responsabilidade da vergonha municipal, estadual ou federal que essas pessoas cometem, a culpa sempre recairá sobre o povo que não soube escolher, alegam os intelectuais de plantão. Basta! Chega de mentiras!


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