segunda-feira, 31 de agosto de 2015

Guerra dos sexos virtual

A batalha entre o certo e o errado, entre a verdade e a mentira, o santo e o profano, entre a moral e a imoralidade parece que jamais chegará ao fim. Uma nova onda vem ocupando a mente de homens e mulheres através da internet, é a guerra dos sexos virtual, onde um aplicativo vem privilegiando as mulheres com a possibilidade de avaliar a performance sexual masculina durante o relacionamento. A insatisfação feminina cravou farpas no egocentrismo masculino ao sentirem a virilidade abalada diante das notas recebidas. A tão esperada nota máxima provavelmente jamais será anunciada. É interessante observar que essas avaliações sempre são feitas ao término de um relacionamento, o que, segundo a classe machista, sofre grande influência por causa do momento. E concluem que se tais avaliações fossem feitas durante o auge do envolvimento amoroso, o resultado seria totalmente contrário, a favor dos homens, diferente de quando se faz ao final do mesmo. A mágoa deixada no coração feminino influencia nas avaliações negativas, dizem eles.
Elas são emotivas, porém, afirmam aos risos e em conversas pelas ruas e mensagens virtuais entre uma e outra, que chegou a hora da vingança. E eles, lógico, preocupados com o que está em jogo, a virilidade, temem a repercussão do fato. Coisas de quem não tem o que fazer, respondem alguns ao saber da avaliação negativa que tiveram e por isso, começam nova batalha, a judicial. Um ego ferido é capaz de promover inúteis batalhas e provocar intensas destruições piores do que os exércitos com suas armas poderosas. Provavelmente nessa batalha não haja mortos ou feridos, com algumas exceções femininas, como já houve, mas o ego das pessoas envolvidas, no caso, a maioria masculina é que sairá dilacerado pelo inconveniente e inesperado desempenho nas relações afetivas. Recentemente a mídia divulgou notícias de algumas jovens que se suicidaram ao terem suas intimidades divulgadas virtualmente por seus parceiros. Foi o preço da banalidade.
Agora elas esperam dar o troco nas infâmias que sofrem nas rodinhas dos amigos de seus ex-parceiros, nas quais eram alvo dos adjetivos que serviam apenas para exaltar as qualidades de quem falava. São conversas e controvérsias fundadas ou infundadas que servem apenas para preencher o vazio das mentes e despertar o comichão da curiosidade humana. Refiro-me ao programa “Lulu”, um aplicativo virtual onde as mulheres classificam seus parceiros, (e aqui entra o egoísmo, o orgulho e a soberba de ambos) com notas, geralmente abaixo do que eles gostariam de receber, pelo desempenho sexual. É claro que o machismo imperialista oculto de gerações a gerações se manifestou contrário ao ser avaliado e tendo essa avaliação, geralmente negativa, abaixo do esperado, sendo divulgada na internet. Se era para criar polêmica, ela já foi criada. Se é certo ou errado, verdade ou mentira, ninguém sabe ou pode julgar, apenas os envolvidos. O que acontece entre quatro paredes é sagrado e não deve ser divulgado, dizem alguns que já tiveram seus momentos avaliado no aplicativo. É tudo mentira e jogo de interesse feminino, dizem outros procurando justificar o fracasso relatado.
O fato é que acusações, difamações e ofensas estão sendo proclamadas nas redes sociais de maneira espantosa, e o pior, sem razão, causa ou motivo que não seja denegrir a conduta de ambos. Roupas sujas estão sendo lavadas em público. Se é imoral ou ilegal, serve para ambas as partes porque mostra a promiscuidade em que vive homens e mulheres em uma sociedade que coa um mosquito nas atitudes alheias mas não consegue ver um camelo em suas próprias. Cada um sabe de seus valores e é com esses valores que formamos a sociedade em que vivemos, somos sua semente e o seu fruto, colhemos o que semeamos. O rebuliço está apenas começando, mas ainda dá tempo de refletirmos, aproveitando o mês de dezembro que nos convida para isso e, ponderar sobre nossos valores interiores. Será que não há um espaço dentro de nós que poderia ser preenchido com algo melhor? “Lulu” ou “Bolinha”, tanta futilidade preenchendo o espaço do verdadeiro amor!
Aliás, nessa guerra dos sexos, tudo isso está sendo propagado em nome do amor, mas este sentimento está se esfriando nas pessoas e sendo incompreensível e, por fim, se tornará totalmente desconhecido. Alguém duvida?

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