Nesse feriado prolongado,
troquei o cinza da cidade pelo verde dos campos. Sai apressado com
receio de enfrentar congestionamento, mas não esqueci a minha
máquina fotográfica. Queria registrar todos momentos,
principalmente das crianças correndo, dos pássaros em suas revoadas
que parecia sem direção, as flores, os animais, os rios, enfim,
queria ver a natureza em seus caprichos divinais por outro ângulo, o
da minha câmera. Como gosto de espontaneidade, fotografei o que via
pela frente, de bois nos pastos ao por do sol. Era possível ver na
máquina, embora em tamanho reduzido o resultado das fotos. Quanta
beleza! Na volta, quando fui apreciar a minha obra prima, que
decepção! O que era belo, poderia ser mais belo ainda se não fosse
o fotógrafo. As fotos estavam tremidas, embaçadas, escuras, fora de
foco, cortadas. Culpei a máquina, mas não teve jeito, o restante da
família me escolheu como réu. Pensei até fazer um curso de
fotografia para na próxima vez não passar por esse vexame
novamente.
Lembrei-me dos fotógrafos e
em especial de uma amiga que é fotógrafa. Em questão de segundos
fotografei em minha mente a tradicional, clássica e imortal pose
para a foto da família na praça, registrada pela lente do
lambe-lambe. É inesquecível aquele homem com a cabeça coberta
dentro de uma caixa registrando o cotidiano das pessoas nas praças.
Quase todas as famílias possuem uma foto antiga. Algumas pessoas
fazem desse momento, quando observam uma dessas fotografias, a única
maneira de relembrarem o passado. Fui do lambe-lambe aos mais
modernos fotógrafos. Percebi que o que foge do alcançe da mídia
convencional, pode ser registrado pelo olhar atento de um fotógrafo
através de sua câmera. Aquilo que nossas retinas não puderam
fotografar, não escapam dos seus olhos atentos. Muito embora nossos
olhos não tenham visto, nossos ouvidos não tenham ouvido, ainda
assim nosso coração pode sentir a emoção captada através de uma
bela fotografia. Era isso que eu queria reproduzir em minhas imagens
do campo, mas somente eu poderia ver, pois as fotos não saíram como
eu esperava.
Valorizei
esses profissionais e seus dons especiais, principalmente essa minha
amiga que sabe como ninguém extrair com rara sensibilidade, a beleza
e a espontaneidade dos momentos únicos de pessoas quando registrados
em milésimos de segundo, mas que contém a expressão da vida. Em
cada click é possível imaginar a alegria e a felicidade do
fotógrafo ao flagrar como por um encanto, o bater das asas de um
beija-flor, um sorriso de uma criança descontraída ou mesmo seu
olhar quando faminta onde as expressões falam da necessidade ou
revelam um momento com muita naturalidade. É possível perceber a
alma do fotógrafo ao captar imagens do sol em seu ocaso em uma
vermelhidão indescritível por detrás de árvores permitindo que o
reflexo viaje tranquilo nas águas de um rio. Comemorações
particulares ou públicas, eventos, lugares, pessoas em diversas
atividades e reações. Imagens surpreendentes, emocionantes,
inesquecíveis e acima de tudo, extremamente belas são extraídas
das lentes das câmeras dos fotógrafos.
Eles estão sempre a postos aguardando pacientemente como um bom pescador o momento exato do big bang para o seu click. A vida e a morte, a alegria e a tristeza, a lágrima e o sorriso, o medo e a descontração, o cômico e o trágico, o simples e o complexo, o previsto e o imprevisto todas essas expressões e sentimentos caminham lado a lado, de mãos dadas a espera de um click. Não importa o lugar, se no campo ou na cidade, em casa ou na rua, em festas, cerimônias, confraternizações, palestras, jogos, eventos e brincadeiras, seja o que for e onde for, a razão de fotografarmos encontra-se diante de nossos olhos. Tudo o que os nossos olhos contemplam permite uma bela foto, depende apenas do ângulo e um pouco do fotógrafo. O mundo é o cenário e a vida inspiração. Mesmo se não tivermos uma câmera em nossas mãos, é possível fotografar as coisas simples e belas como os lírios do campo, o abraço dos pais nos filhos, a felicidade de um encontro, a ternura de um olhar, um gesto de amor e tantas outras coisas. Sei que todos nós temos esse dom conosco, mas ainda é preciso aperfeiçoá-lo. Gosto muito de fotografar, mas como é bom ser fotografado pelas retinas daqueles olhos lindos que me esperam quando volto para casa no final do dia. Cena imperdível, além da imaginação onde somente eu fotografo...
Eles estão sempre a postos aguardando pacientemente como um bom pescador o momento exato do big bang para o seu click. A vida e a morte, a alegria e a tristeza, a lágrima e o sorriso, o medo e a descontração, o cômico e o trágico, o simples e o complexo, o previsto e o imprevisto todas essas expressões e sentimentos caminham lado a lado, de mãos dadas a espera de um click. Não importa o lugar, se no campo ou na cidade, em casa ou na rua, em festas, cerimônias, confraternizações, palestras, jogos, eventos e brincadeiras, seja o que for e onde for, a razão de fotografarmos encontra-se diante de nossos olhos. Tudo o que os nossos olhos contemplam permite uma bela foto, depende apenas do ângulo e um pouco do fotógrafo. O mundo é o cenário e a vida inspiração. Mesmo se não tivermos uma câmera em nossas mãos, é possível fotografar as coisas simples e belas como os lírios do campo, o abraço dos pais nos filhos, a felicidade de um encontro, a ternura de um olhar, um gesto de amor e tantas outras coisas. Sei que todos nós temos esse dom conosco, mas ainda é preciso aperfeiçoá-lo. Gosto muito de fotografar, mas como é bom ser fotografado pelas retinas daqueles olhos lindos que me esperam quando volto para casa no final do dia. Cena imperdível, além da imaginação onde somente eu fotografo...
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