O humor
é a descontração do cérebro, disse em uma entrevista show o maior
humorista de todos os tempos no Brasil, Chico Anysio, arrancando
risos espontâneos da plateia que para vê-lo, se acotovelava na sua
pequena cidade natal, Maranguape, no Ceará. A resposta que parecia
uma simples piada, se transformou em uma frase que ele cumpria a
risca em cada show, programa ou entrevista que concedia, tentando
descontrair o cérebro dos ouvintes. E ele conseguia realizar seu
intento com a maestria e simplicidade, sem precisar ser obsceno, e
com isso, levar crianças, jovens e adultos ao riso fácil. Era nato
isso nele. A tarefa que para ele parecia muito fácil, e que o
qualificou durante décadas como o mestre do humor em nosso país,
será agora levada a cabo pelos seus discípulos. Pois, o mestre nos
deixou um legado muito importante. Foi um verdadeiro professor não
apenas na escolinha da TV, mas na escola da vida soube ensinar a arte
de fazer rir.
“As
cortinas se fecharam para ele e o show terminou muito bem”, disse
emocionada a viúva. Partiu o mestre, ficaram os discípulos, partiu
o humorista, ficaram seus personagens, partiu o homem Chico Anysio,
fica a lacuna, o buraco vazio no humor. Em uma terra de luta pela
sobrevivência, onde a concorrência rouba a alegria do povo
tornando-o sisudo, iracundo, contraído na busca diária do pão de
cada dia, a descontração do cérebro se faz necessário. E o humor
sadio de Chico Anysio era uma porta de abertura para que um coração
alegre pudesse formosear o rosto. E era exatamente isso o que ele
tinha em seu coração, alegria e bom humor, portanto, falava daquilo
em que seu coração estava cheio. Seus personagens viverão para
sempre na memória do povo, pois ele os criara exatamente do povo.
Fez da alegria a sua bandeira, da descontração o seu caminho, do
humor o seu viver.
Para a
família foi um exemplo, para os humoristas o mestre, para o povo o
Chico Alegria, o Chico Total, Chico Humor, o homem das mil faces,
escritor, cronista, poeta, pintor, o Chico Anysio, ouso dizer, o
melhor do mundo na arte de fazer rir. Viveu sorrindo, fazendo sorrir.
Na doença, fazia piadas, brincava com ela, partiu sorrindo, nos
deixou chorando. Em seu enterro os amigos não conseguiam esconder a
dor, o sofrimento e lamentar a grande perda, foi o dia em que o
humorista fez o Brasil chorar. A morte foi uma piada sem graça que
no último espetáculo da vida sentou na primeira poltrona do teatro
do humor para abafar o sorriso.
Mas ela
foi surpreendida, pois o sorriso ficará no rosto do Professor
Raimundo, do Coalhada, do Nazareno, do Bozó, do Pantaleão e de mais
de 200 personagens eternos criados por ele. Se foi o andarilho, mas
ficaram suas pegadas, se foi o criador, ficaram suas criaturas, se
foi o humorista, mas ficou o seu humor. Suas cinzas estarão em
Maranguape, onde tudo começou e na Rede Globo, onde tudo terminou, o
início e o fim, mas o meio, o humor, graças a você, Chico,
permanece para sempre.
Valeu
Chico Anysio...
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