quinta-feira, 27 de agosto de 2015

O Humorista que fez o Brasil chorar

O humor é a descontração do cérebro, disse em uma entrevista show o maior humorista de todos os tempos no Brasil, Chico Anysio, arrancando risos espontâneos da plateia que para vê-lo, se acotovelava na sua pequena cidade natal, Maranguape, no Ceará. A resposta que parecia uma simples piada, se transformou em uma frase que ele cumpria a risca em cada show, programa ou entrevista que concedia, tentando descontrair o cérebro dos ouvintes. E ele conseguia realizar seu intento com a maestria e simplicidade, sem precisar ser obsceno, e com isso, levar crianças, jovens e adultos ao riso fácil. Era nato isso nele. A tarefa que para ele parecia muito fácil, e que o qualificou durante décadas como o mestre do humor em nosso país, será agora levada a cabo pelos seus discípulos. Pois, o mestre nos deixou um legado muito importante. Foi um verdadeiro professor não apenas na escolinha da TV, mas na escola da vida soube ensinar a arte de fazer rir.
“As cortinas se fecharam para ele e o show terminou muito bem”, disse emocionada a viúva. Partiu o mestre, ficaram os discípulos, partiu o humorista, ficaram seus personagens, partiu o homem Chico Anysio, fica a lacuna, o buraco vazio no humor. Em uma terra de luta pela sobrevivência, onde a concorrência rouba a alegria do povo tornando-o sisudo, iracundo, contraído na busca diária do pão de cada dia, a descontração do cérebro se faz necessário. E o humor sadio de Chico Anysio era uma porta de abertura para que um coração alegre pudesse formosear o rosto. E era exatamente isso o que ele tinha em seu coração, alegria e bom humor, portanto, falava daquilo em que seu coração estava cheio. Seus personagens viverão para sempre na memória do povo, pois ele os criara exatamente do povo. Fez da alegria a sua bandeira, da descontração o seu caminho, do humor o seu viver.
Para a família foi um exemplo, para os humoristas o mestre, para o povo o Chico Alegria, o Chico Total, Chico Humor, o homem das mil faces, escritor, cronista, poeta, pintor, o Chico Anysio, ouso dizer, o melhor do mundo na arte de fazer rir. Viveu sorrindo, fazendo sorrir. Na doença, fazia piadas, brincava com ela, partiu sorrindo, nos deixou chorando. Em seu enterro os amigos não conseguiam esconder a dor, o sofrimento e lamentar a grande perda, foi o dia em que o humorista fez o Brasil chorar. A morte foi uma piada sem graça que no último espetáculo da vida sentou na primeira poltrona do teatro do humor para abafar o sorriso.
Mas ela foi surpreendida, pois o sorriso ficará no rosto do Professor Raimundo, do Coalhada, do Nazareno, do Bozó, do Pantaleão e de mais de 200 personagens eternos criados por ele. Se foi o andarilho, mas ficaram suas pegadas, se foi o criador, ficaram suas criaturas, se foi o humorista, mas ficou o seu humor. Suas cinzas estarão em Maranguape, onde tudo começou e na Rede Globo, onde tudo terminou, o início e o fim, mas o meio, o humor, graças a você, Chico, permanece para sempre.

Valeu Chico Anysio...

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