Não
podemos mensurar o quanto a tecnologia moderna está sendo benéfica
ao ser humano, principalmente na medicina e em suas ramificações.
Hoje é possível usufruir da mais alta tecnologia em todos os
setores da sociedade e tudo sempre visando o bem estar da humanidade
e um futuro com bem menos esforço e maior comodidade. Fico
impressionado quando olho para trás, uma ou duas décadas apenas, e
parece que já passaram muito mais do que isso. O avanço é tão
rápido que o tempo cada vez passa mais depressa. No mundo moderno,
onde impera a lei do menor esforço, e que tudo o que foi criado visa
oferecer melhor qualidade humana, percebe-se, que o homem, cada vez
mais, anseia e busca por uma melhor qualidade de vida. Tudo foi
idealizado para se ganhar um pouco mais de tempo e o que menos temos
é tempo. Não há tempo para nada. Fomos engolidos pela velocidade
do mundo que quando sobra um tempinho, logo o deixamos passar com
coisas fúteis, sem sentido. Passamos
rapidamente para a era da informática, do just in time, do on line,
do WhatsApp, estamos na era global.
Se
antes éramos os atores principais na sociedade,
hoje, somos meros coadjuvantes. É a lógica da realidade atual, onde
recebemos a
tecnologia e a informática de braços abertos, mas, os fechamos para
as coisas simples da vida. Se outrora não havia
academias de ginásticas com seus sofisticados aparelhos, atualmente
há uma em cada esquina e o homem está andando cada dia mais
estressado, irritado, explosivo, exercitando o corpo mas atrofiando a
mente. Nos abrimos para o mundo diante da tela de um computador tendo
o planeta em nossos dedos, porém, nos fechamos em nosso mundo,
indecifrável e incompreensível através das nossas atitudes.
Estamos nos tornando
à imagem e a semelhança dos computadores, cujos, são lógicos,
programáveis, não pensam, não criam, não sonham. Hoje tudo é
virtual mas não sei se é o ideal.
Em uma
simples conversa entre amigos, todos na mesma faixa etária, com
algumas décadas de experiências, onde relembramos a infância com
suas brincadeiras, percebemos que tínhamos essa qualidade de vida
tão desejada atualmente. Todas as atividades das crianças eram em
movimento. Não havia nenhuma brincadeira ou brinquedo, a maioria
produzido pelas próprias crianças, que não estimulasse o corpo a
se movimentar. O pensamento era estimulado e a arte de criar de cada
um podia se ver nos mais variados tipos de brinquedos que eram
feitos. As crianças brincava nas ruas, na chuva, no barro, andavam
descalças, jogavam bola nos quintais, nos campinhos, corriam e
pulavam com alegria, almoçavam fora de horário sem as mães se
preocuparem com os tipos de vitaminas que cada alimento produzia, o
que importava, era comer. O resultado de tudo isso era a saúde que a
criançada esbanjava. Hoje o mundo está mais moderno, dizem.
A
tecnologia chegou para encurtar distâncias, trazer rapidez de
informações, não podemos negar, é um privilégio navegar na
internet. Porém, enquanto encurtamos distâncias, nos afastamos das
pessoas. Falamos muito e nos entendemos pouco. Trocamos as conversas
face a face pelo Facebook. Não consultamos mais a sabedoria dos mais
velhos e sim, o Google. Estamos plugados no mundo, mas alheio à
vida. Percorremos
galáxias buscando entender os caminhos do universo através de um
“click” porém, não sabemos quem somos e continuamos solitários
no meio da multidão perdida. Hoje as máquinas parecem ter
sentimentos, falam, fazem, indicam, substituem o ser humano. Estamos
virando máquinas e máquinas virando gente. Mesmo diante de toda
essa tecnologia, o ser humano continua sendo a máquina mais perfeita
que existe na face da terra. Uma máquina que pensa, sente, se
emociona e é feliz.
Esse
computador não é lógico. Ele chora, sorri e se entristece. É
programado para ter sentimentos, sonhar, ter amigos, amores,
conversar, não pela internet. Não vamos deletar tudo isso e jogar
fora a poesia da vida, as flores da primavera, as estrelas de uma
noite de luar, porque ainda vale a pena ser humano, poder tocar,
sentir, pensar, viver...que o virtual nunca ultrapasse o real, nem
mesmo nas brincadeiras de crianças.
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