Estamos
chegando no momento de parar para refletir e o mês de dezembro nos
propicia isso. Ao mesmo tempo estamos na era da informática, das
coisas imediatas, do agora, onde nosso raciocínio e ações tendem a
acompanhar a velocidade do clique do mouse. Hoje tudo é muito
rápido. As decisões que tomamos, muitas vezes sem pensar, depois
nos deixam envergonhados porque foram precipitadas e o resultado
delas pode gerar problemas, dificuldades, constrangimentos e
insatisfações irreversíveis. É muito comum nos arrependermos, e
isso, pode ser tardio se agirmos de forma impensada, em face do
prejuízo moral, psíquico, físico, social, financeiro ou até mesmo
criminal que podemos arcar, caso atitudes como essas cheguem a vias
de fato. Hoje não há mais tempo para contar até dez antes de
tomarmos qualquer decisão que em alguns anos atrás pensávamos e
repensávamos. A exigência do momento nos faz reagir ao imediatismo
e não agir com a razão. Ficamos condicionados a não perder as
oportunidades, mesmo que elas não sejam claramente positivas.
A
afirmação “tempo é dinheiro” desviou o nosso foco de uma vida
simples e tranquila, para uma vida confortável, rápida, porém
desnecessária. O tempo passa depressa, embora seja o mesmo a
séculos, hoje queremos ganhar tempo para fazer as coisas cada vez
mais rápido. A corrida pelo dinheiro desencadeia uma série de
decisões momentâneas criando em nós uma necessidade urgente para
não deixar passar tais oportunidades. A sociedade exige que sejamos
o melhor em todas as áreas, profissional, estudantil, social,
pessoal e até mesmo familiar. Por essa razão, em virtude de uma
ação rápida do nosso pensamento, o dano causado por atitudes
imediatas, podem nos levar a erros irreparáveis. No mundo da
informática, quando nos deparamos com algum clique indevido,
imediatamente aplicamos um Crtl Z, desfazemos o erro, corrigimos a
rota e seguimos pelo caminho anteriormente traçado normalmente e
agora com mais atenção.
Em
nosso viver, infelizmente, nem sempre é possível aplicar um Crtl Z.
Não somos lógicos. Não somos máquinas, mas estamos perto disso. O
nosso PC (Pequeno Coração) está carregado de insatisfações,
angústias, ansiedades, medos, estresse e para essas coisas não
temos o Crtl Z. Isso é resultado da nossa memória RAM (Registro
Automático de Memória) que dispara seus flashes e acumula
diariamente cenas e fatos ora depressivos, ora estimulantes. Vivemos
em um vai e vem de informações rápidas, decisões, escolhas,
propostas de compra e venda, oportunidades de negócios que precisam
ser calmamente analisadas, porém, na velocidade da informática são
decididas em fração de segundo que posteriormente podem trazer
sérios prejuízos. Comparativamente ao Crtl Z, temos o
arrependimento, mas, nesse caso, é preciso saber absorver as
consequências de uma atitude precipitada e errada, o que nem sempre
conseguimos.
Enfim,
a nossa máquina humana é programada para viver com emoção,
felicidade, alegria e paz. Essas coisas não podem ser desfrutadas
rapidamente na velocidade da informática, em bits e bytes, quanto
mais demorarmos usufruindo delas melhor para nossa máquina. Se nos
computadores temos os anti vírus, para a máquina humana ainda é
preciso encontrar um antídoto para combater o mal humor, as mágoas,
os ressentimentos, as tristezas, o rancor, a inveja, o desânimo, as
decepções e frustrações e tantos outros vírus que travam o nosso
processador, invadem nosso córtex cerebral e infectam nosso viver
exigindo constantes reparos. E para piorar é que em muitos casos
nenhum especialista pode dar um diagnóstico satisfatório ou
apresentar uma solução quando o nosso computador trava. Apenas nos
apresentam um tipo de Crtl Z, férias, descanso, viagem, divertimento
que são eficientes, eficazes, porém fugaz e passageiro.
Se
formos viver acompanhando a velocidade da informática, da internet,
com certeza vamos apresentar falhas e algum tipo de problema em nosso
sistema humano, mas se isso acontecer, o fabricante será capaz de
solucionar todos os nossos problemas, nesse caso, Deus. Somente Ele
pode aplicar um bendito Crtl Z no nosso viver.
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