O
brado retumbante de um povo heroico não foi somente ouvido pelas
margens plácidas do riacho do Ipiranga, mas o eco ainda retine do
Iapoque ao Chuí. Em meio ao caos político que atravessa a nação e
diante das promessas mirabolantes de transparência que com certeza
os candidatos a presidência farão, a capital do País completa seus
cinquenta anos. O sonho de um homem de retomar a ordem e o progresso
tornou-se um pesadelo e uma grande fonte de roubo e corrupção. Já
em meados de 1956 o então presidente Juscelino Kubitschek de
Oliveira sonhava e expressava seu sonho dizendo: Deste
Planalto Central, desta solidão que em breve se transformará em
cérebro das mais altas decisões nacionais, lanço os olhos mais uma
vez sobre o amnhã do meu País e antevejo essa alvorada com fé
inquebrantável e uma confiança sem limites em seu grande destino.
Mil dias e sessenta mil homens deram vida a essa cinquentona. O
salário em dobro influenciou a ida de muitos trabalhadores, talvez
seja a partir disso que surgiu o mensalão.
Uma
pessoa, em seu viver normal, quando atinge essa idade, trás consigo
muita experiência e respeito. Ao contrário da capital do país, que
por causa de homens gananciosos, fazem dela uma pocilga fedorenta,
sinônimo de roubalheira e corrupção sem limite. Ao mencionar seu
nome esquecemos que ela carrega em seu peito a alma pura de muitos
brasilienses, que assim como todos os brasileiros se envergonham da
classe política que ali se estabeleceu. A origem do caos público
que tomou conta do nosso país, é devido aos ilustres parlamentares
em Brasília. Nesse seu aniversário, a capital cinquentona não tem
muito o que comemorar. Com sério risco de sofrer uma intervenção
federal, agoniza aos cinquenta anos de idade. A linha de sucessão
do então governador é igualmente nefasta, essa é uma das
principais razões da intervenção federal.
O
brado retumbante do povo heroico ainda ecoa pelos quatro cantos da
cidade e atinge cada cidadão brasiliense e brasileiro e nos convida
a sermos solidários e com o nosso braço forte não fugir a luta.
Depois de cinquenta anos, que o sol da liberdade em seus raios
fúlgidos não deixe de brilhar em nenhum instante. E que possamos
conquistar com o nosso braço forte e no teu seio, Brasília, não
fugir daqueles que desafiam o nosso povo a própria morte. Brasília,
que o sonho intenso seja o símbolo que ostentas estrelado e que se
ergas pela justiça e a clava forte do povo brasileiro esteja sempre
empunhada para defender a honra dessa pátria amada e idolatrada.
Assim como o imperador Nero literalmente ateou fogo em Roma, o povo
brasileiro deveria fazer o mesmo e insistir em seu grito de amor
eterno não somente à capital, mas a todo o País.
A
festa de aniversário estará recheada de penetras, ou seja, pessoas
que não deveriam estar ali. Brasília, a locomotiva que impulsiona a
máquina do nosso País há muito tempo já parou por causa de seus
condutores. Artistas nacionais e internacionais estarão presentes
nesta comemoração. Um ano atrás o então governador Arruda
anunciou a liberação de vinte milhões de reais para as
festividades e investimentos, e pasmem, essa quantia estava sob
supervisão do seu vice-governador, que renunciou em seguida. Como
vimos, grande parte dessa quantia entrou pelas meias, cuecas, bolsas,
pastas e sacolas de seus deputados e vereadores, que depois de se
encherem de dinheiro, agradeciam a Deus com uma oração fervorosa e
tudo isso encabeçados pelo governador.
Uma
missa solene foi ministrada por um representante do Papa João XXIII
dando início ao primeiro dia da nova capital do País. Uma cidade
nova com velhos costumes políticos. Hoje, a oração que se faz é
pela propina e com essa oração, seus representantes quase a
enterraram decretando-lhe a morte prematura aos cinquenta anos. Que o
ressoar dos sinos que parabenizarão Brasília nesse aniversário,
continue dando o tom para que todos os brasilienses prossigam fazendo
dessa terra a mais garrida, e que todos os políticos se retraiam
para que a cidade apareça e que seja um parabéns sem vocês...
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