segunda-feira, 17 de agosto de 2015

Cinquentona

O brado retumbante de um povo heroico não foi somente ouvido pelas margens plácidas do riacho do Ipiranga, mas o eco ainda retine do Iapoque ao Chuí. Em meio ao caos político que atravessa a nação e diante das promessas mirabolantes de transparência que com certeza os candidatos a presidência farão, a capital do País completa seus cinquenta anos. O sonho de um homem de retomar a ordem e o progresso tornou-se um pesadelo e uma grande fonte de roubo e corrupção. Já em meados de 1956 o então presidente Juscelino Kubitschek de Oliveira sonhava e expressava seu sonho dizendo: Deste Planalto Central, desta solidão que em breve se transformará em cérebro das mais altas decisões nacionais, lanço os olhos mais uma vez sobre o amnhã do meu País e antevejo essa alvorada com fé inquebrantável e uma confiança sem limites em seu grande destino. Mil dias e sessenta mil homens deram vida a essa cinquentona. O salário em dobro influenciou a ida de muitos trabalhadores, talvez seja a partir disso que surgiu o mensalão.
Uma pessoa, em seu viver normal, quando atinge essa idade, trás consigo muita experiência e respeito. Ao contrário da capital do país, que por causa de homens gananciosos, fazem dela uma pocilga fedorenta, sinônimo de roubalheira e corrupção sem limite. Ao mencionar seu nome esquecemos que ela carrega em seu peito a alma pura de muitos brasilienses, que assim como todos os brasileiros se envergonham da classe política que ali se estabeleceu. A origem do caos público que tomou conta do nosso país, é devido aos ilustres parlamentares em Brasília. Nesse seu aniversário, a capital cinquentona não tem muito o que comemorar. Com sério risco de sofrer uma intervenção federal, agoniza aos cinquenta anos de idade. A linha de sucessão do então governador é igualmente nefasta, essa é uma das principais razões da intervenção federal.
O brado retumbante do povo heroico ainda ecoa pelos quatro cantos da cidade e atinge cada cidadão brasiliense e brasileiro e nos convida a sermos solidários e com o nosso braço forte não fugir a luta. Depois de cinquenta anos, que o sol da liberdade em seus raios fúlgidos não deixe de brilhar em nenhum instante. E que possamos conquistar com o nosso braço forte e no teu seio, Brasília, não fugir daqueles que desafiam o nosso povo a própria morte. Brasília, que o sonho intenso seja o símbolo que ostentas estrelado e que se ergas pela justiça e a clava forte do povo brasileiro esteja sempre empunhada para defender a honra dessa pátria amada e idolatrada. Assim como o imperador Nero literalmente ateou fogo em Roma, o povo brasileiro deveria fazer o mesmo e insistir em seu grito de amor eterno não somente à capital, mas a todo o País.
A festa de aniversário estará recheada de penetras, ou seja, pessoas que não deveriam estar ali. Brasília, a locomotiva que impulsiona a máquina do nosso País há muito tempo já parou por causa de seus condutores. Artistas nacionais e internacionais estarão presentes nesta comemoração. Um ano atrás o então governador Arruda anunciou a liberação de vinte milhões de reais para as festividades e investimentos, e pasmem, essa quantia estava sob supervisão do seu vice-governador, que renunciou em seguida. Como vimos, grande parte dessa quantia entrou pelas meias, cuecas, bolsas, pastas e sacolas de seus deputados e vereadores, que depois de se encherem de dinheiro, agradeciam a Deus com uma oração fervorosa e tudo isso encabeçados pelo governador.
Uma missa solene foi ministrada por um representante do Papa João XXIII dando início ao primeiro dia da nova capital do País. Uma cidade nova com velhos costumes políticos. Hoje, a oração que se faz é pela propina e com essa oração, seus representantes quase a enterraram decretando-lhe a morte prematura aos cinquenta anos. Que o ressoar dos sinos que parabenizarão Brasília nesse aniversário, continue dando o tom para que todos os brasilienses prossigam fazendo dessa terra a mais garrida, e que todos os políticos se retraiam para que a cidade apareça e que seja um parabéns sem vocês...

Nenhum comentário:

Postar um comentário