Uma
frase que exaustivamente tem sido repetida nas redes sociais, nos
últimos dias, ganhou força porque reflete a indignação, a
insatisfação e a revolta em que vive o povo brasileiro com a classe
política que lhe representa. Acorda Brasil. É uma chamada para
deixar a inércia em que vive os eleitores. A notícia de inauguração
em porto Cubano, subsidiado e muito mal explicado com dinheiro
público brasileiro, enquanto os nossos portos continuam sucateados e
as rodovias, que deveriam escoar a produção de grãos com mais
rapidez, seguem esburacadas e com pedágios em excesso, encarecendo
frete e produção agrícola. As mentiras sobre a saúde com o
projeto Mais Médicos, as justificativas que já duram décadas sobre
corrupção nos governos, as promessas vazias sobre segurança, cujos
senadores não ouviram o clamor da quase totalidade do povo em rever
a lei para o menor infrator responder pelos seus crimes e rejeitaram
sem pelo menos discutir o assunto. Com isso, um desses menores, por
apenas duas horas, deixou de ser responsabilizado por assassinar a
namorada e ficará impune e livre para novos assassinatos, agora sim,
de maior.
Isso sem falar nos transportes públicos, no
nepotismo desenfreado que não há lei que o consiga barrar, no
descaso com o erário, com as obras inacabadas e superfaturadas. São
mentiras em cima de mentiras que passou da hora de darmos um basta em
tudo isso. Um dos maiores descasos, digno de irritação e revolta é
verificado na educação de nossas crianças, onde não existem
salas, cadeiras, lousas, banheiros, água, esgoto e nem mesmo
escolas. Os verdadeiros heróis e heroínas são os abnegados
professores e professoras que sem nenhum recurso governamental, como
foi mostrado em uma reportagem, fazem quase o impossível, apenas com
pouca ajuda da comunidade para lecionar e incentivar as crianças na
esperança de um futuro melhor. Diante disso, muitos afirmam ter
vergonha de ser brasileiro nessas horas, mas eu, pelo contrário, é
em momentos como esses que me orgulho de ser brasileiro, ao ver
cidadãos genuinamente preocupados com o futuro do nosso País. Tenho
vergonha sim, mas é desses políticos corruptos, mal intencionados
que se perpetuam no poder sugando sangue e suor do povo em benefício
próprio.
Poucos
dias atrás, enquanto os súditos de Momo nos morros, nos barracões
e nas periferias, esquentavam os tamborins para levar a alegria para
o povo, os asseclas da Imperatriz da República, na corte real,
faziam o povo chorar mais uma vez de vergonha. Os primeiros se
esforçavam para trazer o circo, os blocos, as escolas para o desfile
na avenida, os segundos, em um debate irônico e midiático, se
organizavam para tirar o pão da boca do povo e livrar da cadeia a
quadrilha que, segundo eles, não era quadrilha e conseguiram. Em uma
manobra mirabolante, o bloco das raposas intelectuais, dos maiorais,
dos doutores da lei decidiram que deputados, ministros, empresários,
executivos, publicitários, gerentes de banco entre outros, que se
organizaram e planejaram em detalhes, por vários anos, cada um com
sua função específica, uma maneira de roubar os cofres públicos,
não constituíram uma quadrilha. Como pode homens e mulheres
togados, cultos, a mais alta corte da sabedoria nacional, chegar a
essa conclusão, só poderia ser por causa do carnaval!
Pensei
que fosse uma brincadeira. Mas não era. As togas não eram
fantasias, mas escondiam a sujeira da corrupção, do favoritismo, a
fonte do nepotismo classístico, homens que pervertem o reto juízo
em troca de favores. Não é possível generalizar, mas as cartas
marcadas foram distribuídas estrategicamente para reverter o jogo em
favor da Imperatriz. Momo corou de vergonha ao ver o desfile da
impunidade na corte real. Até mesmo a mocidade se entristeceu e não
seguiu o trio elétrico. O sexteto de juízes deu o voto favorável a
não formação de quadrilha. Enquanto as quadrilhas de políticos se
organizam e já fazem promessas mirabolantes, para mais uma vez
enganarem o povo, este, brincava alegremente na avenida relembrando
seus ídolos. O circo estava montado e os palhaços sorriam enquanto
os ratos roíam o nosso minguado pão. A festa já acabou, agora,
acorda Brasil e olho neles.
Nenhum comentário:
Postar um comentário