Após
a lei antifumo decretada a exatamente um ano pelo governo estadual,
proibindo fumantes em áreas coletivas como bares, restaurantes e
repartições públicas e privadas, foi uma das melhores leis já
decretadas pelo governo. Uma das poucas leis que pegou no país. Não
somente o governo está soltando fogos de alegria, mas, o ministério
da saúde também. A sensação psicológica de entrarmos em
determinado lugar, que não permite que pessoas fumando, é claro, e
saber que não teremos a nos rodear tão densas nuvens de fumaça
cancerígena expelida por dezenas de chaminés ambulantes, já é uma
vitória, tanto para o meio ambiente como para a nossa tão precária
saúde. Até mesmo os fumantes agradeceram. Sabemos que
voluntariamente é muito mais difícil abandonar o desejo de fumar.
As células do corpo que estão constítuidas com as milhares de
substâncias nocivas à saúde, exige cada dia mais essas substâncias
para se manterem vivas. E a melhor maneira de se matar uma célula
cancerígena é não alimentá-la. Entre os que aprovam e os que não
aprovam a lei, a grande maioria continua favorável a proibição.
Logo após os primeiros dias de vigor da nova lei, os relatos de
pessoas que esperavam um incentivo para deixar de fumar começaram a
surgir. Espero que essa lei possa atingir cem por cento em todo
território nacional para o bem geral da nação.
Já
ouvi diversos relatos em tom de desabafo desesperado de fumantes,
aliás, todos do meu convívio, me confessaram a nível informal, em
simples bate papo, o desejo ardente de deixar de fumar, mesmo antes
dessa lei entrar em vigor, mas, não conseguem. Outros imaginam o
valor gasto durante décadas com, em média dois maços de cigarros
por dia, e se arrependem de haver queimado tanto dinheiro em prejuízo
da própria saúde e da dos outros. Mas o fato é que o cigarro é
mais forte do que todos eles. Os próprios órgãos de saúde pública
estão desprendendo uma fortuna por ano com vistas ao tratamento de
pessoas que tenham o desejo de deixar de fumar e não conseguem. A
lei que os proíbe de fumar, também oferece meios para aqueles que
pretendem deixá-lo que o façam através de clínicas de
recuperação. Pode até ser utopia, mas a lei assim exige. Mas não
é hora de repreender os amantes do tabaco, e sim, encorajá-los a
prosseguir na árdua luta diária de tentar abandonar tal desejo.
Esse desejo vicia e tudo o que vicia é prejudicial. Não tem vício
bom.
Mas
não tem jeito, quem quer fumar e depende do cigarro, arruma sempre
uma alternativa para o ato. A qualquer hora do dia nos deparamos com
grupos de amigos fumantes, trabalhadores de empresas que estão
cumprindo a lei, nas portas das mesmas, nas calçadas, abastecendo os
pulmões com a fumaça do cigarro. As nuvens de fumaça que os rodeia
faz com que os transeuntes usem de todas as formas para afugentá-las,
usando as mãos em forma de leque, abanando a fumaça, ou qualquer
outro objeto que traga consigo. O ar fica rarefeito perto desses
grupos. É comum diante de bares as mesas nas calçadas onde os
amigos se reunem para fumar. As calçadas
do fumo
estão atrapalhando o andar por elas. Será que teremos outra lei
proibindo esse fumódromo ao ar livre? Somente em sua própria
residência, o fumante terá liberdade para fumar a vontade.
Agora,
um grande fumódromo ao ar livre já foi estabelecido pelos
apreciadores do tabaco, as calçadas. Em diversas calçadas, em
frente a empresas, bares, lanchonetes, hospitais, os fumantes estão,
para pesadelo daqueles que transitam por elas e que não fumam, se
aglomerando e soltando baforradas de fumaça no rosto do transeuntes
que por eles passam. Assim como existe a calçada da fama, onde
atores e atrizes mundialmente famosos, exibem suas mãos ou pés em
uma massa de cimento tentando com isso perpetuar suas brilhantes
carreiras, agora temos as calçadas
do fumo,
lugar público, onde milhares de insistentes fumantes estão tentando
se adaptarem a uma maneira mais rápida de abreviar suas vidas. As
calçadas
do fumo
estão cada vez mais cheias de adeptos. Os diversos fumódromos que
foram criados em bares e restaurantes, como extensão de seus
negócios, e que estão invadindo as calçadas, também precisam ser
extintos.
Portanto
digo aos meus queridos amigos fumantes que desejam parar com o
cigarro em benefício da sua saúde, não esperem a “sentença
de morte” dada
pelos médicos para deixar de fumar. Deixem as calçadas
do fumo,
sejam um a menos na cruel estatística dos condenados a morrer de
câncer. Entrem para a calçada da fama, daqueles que recebem o
louvor, os parabéns pela força de vontade em deixar de fumar e
desfrutar da vida sem cigarro.
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