sexta-feira, 14 de agosto de 2015

Voa passarinho, voa

Desde os primórdios da existência humana, ao observar os pássaros, o homem sonha em voar. O sonho de Dédalo, pai de Ícaro se tornou real. Sair daquela prisão intransponível somente era possível pelo ar. Voar, era sinônimo de liberdade, de alcançar objetivos mais altos, era derrubar os paradigmas, de vencer, de ir além...No início do século vinte, esse sonho criou asas e começou a ser uma realidade. Agora não apenas os pássaros voariam livres pelo universo, mas o homem também daria asas a sua imaginação.
O sonho do inocente Ícaro, hoje está se tornando um pesadelo. O sonho colorido dos poetas que voavam nas asas do vento, voavam em seus pensamentos, trilhando caminhos imaginários buscando inspiração. O sonho dos artistas pintores, que voavam em seus pincéis encantados, retratando como magia em suas telas e em suas aquarelas, montanhas, florestas, relvas, rios, cachoeiras, cascatas, lugares que jamais percorreram. Sonho dos atletas que queriam voar mais alto em busca de recordes, do pódio, de ser um vencedor.
Quem não sonha não cria asas, diz o ditado popular. Voar é preciso. Santos Dumont sonhava em voar e voou. Inventou o avião, criou asas. O pequeno Ícaro e seu pai Dédalo, morreriam de vergonha de suas inocentes asas, diante dos modernos aviões propulsionados por gigantescas turbinas. Desde então, voar virou sinônimo de viajar e preferencialmente em avião. Homens estão se perdendo sem encontrar a rosa-dos-ventos. Voar, não é mais apenas privilégio dos pássaros ou de homens que voavam em suas imaginações.
Se antes o homem sonhava em voar mais alto, hoje ele sonha em voar mais longe. Se voar era um sonho de liberdade, hoje voar é a certeza da impunidade. E por falar em voar e em impunidade, lembrei-me dos nossos nobres parlamentares. Homens que têm mais horas de voo do que qualquer piloto em exercício. Confesso que não era a minha intenção tocar nesse assunto, mas vendo o descalabro que se tornou aquela pocilga em Brasília e a farra que fazem com o nosso dinheiro, vi-me obrigado a repudiar com todas as letras.
Como aceitar que essa corja ande voando pra lá e pra cá, esbanjando dinheiro suado do trabalhador brasileiro, enquanto esse mesmo trabalhador, que lhe é cobrado imposto até para respirar, vive, ou melhor morre em filas de postos de saúde e de hospitais públicos. Sem assistência médica nenhuma, morrem a míngua esperando por um pouco de “oxigênio” enquanto eles esbanjam saúde, vigor e glamour, se divertindo e fazendo orgias com o nosso minguado dinheiro. O dinheiro do povo devia ser investido no próprio povo. Como se não bastasse, a sagrada família de alguns desses imorais parlamentares, são presenteadas com viagens de turismo para toda parte do mundo.
Talvez isso explique a estrutura de Basília ser o desenho de um avião. Em um País onde vinte por cento dos recursos federais, em média, não chegam ao destino final, e em alguns estados, esse índice sobe para quarenta, cinquenta e até mais, como é o caso da região nordeste, mais especificamente do estado de Alagoas, o que esperar de homens como esses! Nada. Está na hora de ouvirmos o grito retumbante de um povo heroico que não foge a luta. Está na hora de cerrarmos o punho e destituir do poder homens safados, gananciosos, como esses que detém a verdade em injustiça. Pobres homens ricos! Vazios. Verdadeiros Calígulas, arrogantes, que se acham maiores do que o Brasil,
Hitlers que afagam suas cachorras e deixam uma nação morrer de fome, Stálins, traidores trucidam seus opositores e na manhã seguinte, deitam com suas esposas, vocês são os verdadeiros algozes dessa nação. Seria bom que voassem para bem longe, mas com apenas a passagem de ida. Que os pássaros de prata que cruzam o céu do país, levem e tragam alegria e divertimento, esperança e certeza ao povo brasileiro, de que um dia, ao olharmos para o céu e contemplar a revoada dos pássaros, possamos, assim como todos os ilustres senhores mas com as nossas consciências limpas e tranquilas dizer: voa passarinho, voa...

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