Embora conheça muitos
caminhos no mundo
desconhece o único
caminho da vida, o amor
mergulha no mar das
ilusões e patina no mundo das emoções
espalha a doce semente
da vida e colhe os amargos frutos da dor
herói nas guerras do
mundo e covarde nas batalhas da vida
vilão no teatro da
aparência e bandido no palco da existência
Estranho homem
único animal racional
que age com irracionalidade
em nome da paz declara
a guerra e mata o que não nasceu
sonha com a paz, mas
vive em conflito entre o certo e o errado
saltitando entre os
galhos da mesma árvore permanece
aprendeu a contar o
tempo, mas se esqueceu da eternidade
o tempo é a superfície
das profundezas eternas
Estranho homem
desvenda os segredos do
universo, mas desconhece a si mesmo
escala grandes
montanhas e tropeça nas pequenas pedras
busca o entretenimento,
mas não encontra a satisfação
sorri com facilidade,
mas dificilmente se alegra
se satisfaz com os
prazeres do corpo, mas entristece a alma
o orgulho e a soberba
lhe preenchem, enquanto lhe esvaziam o coração
Estranho homem
que as vezes é um
poeta da vida em outras um louco tirano
adora um ser divinal,
mas convive só com o terreno
é um ser coletivo,
porém vive isolado, é sensato e insano
embora usufruindo de um
mundo tão grande
nada preenche seu
coração tão pequeno
é um marinheiro
errante como uma gota nas ondas do oceano
Estranho homem
que ouve a voz do
silêncio na natureza morta
mas não ouve o grito
silencioso do filho
que como escravo por
liberdade implora, mas seu senhor não se importa
enquanto o filho ao ser
chicoteado pelo mundo ecoa seus ais
ele se esforça ao
máximo para ser o melhor profissional
embora se esqueça que
primeiramente precisa ser um bom pai
Estranho homem
trabalha pensando em
deixar um mundo melhor para os filhos
mas se esquece de
deixar os filhos melhor para o mundo
aprofunda suas raízes
na terra e anda na superficie da alma
ilumina qual farol os
erros alheios, mas sua luz própria é sem brilho
tem a capa de um
puritano onde se esconde um imundo
que expõe muito
conhecimento e diante da sabedoria se cala, fica mudo
Estranho homem
como um menino é
arrastado pelo vento das incertezas se agarrando no nada
ainda assim caminha
resoluto em passos largos atrás do vento das vaidades
se equilibra como um
bêbado pelas veredas da justiça clamando por ela
como náufrago a deriva
arrastado pelas fortes correntezas em um barco a vela
é inconstante e muito
perseverante, egoísta ao mesmo tempo solidário
é o sentido do
universo, mas seus sentimentos não se explica é paisagem em
aquarela
Estranho homem
é delicado e as vezes
tão rude, impaciente ao mesmo tempo cordato
diante de um turbilhão
sabe manter a calma
mesmo sob forte
tempestade consegue ser poético
se não admite seu erro
concorda como simples engano
abraça a tolerância
mas a paciência rejeita sendo calmo
recebe o perdão e a
misericórdia, mas sem a fé vira cético, profano
Estranho homem
que da gratidão se
esquiva, do Criador não se lembra
mas do imortal se
reveste e como um príncipe se deita
da chuva qual bálsamo
que o lavrador em tudo aproveita
assim Te anseia o
estranho homem, embora não reconheça
que o mais conhecido
dos homens que por reis foi perseguido
nasceu entre animais e
não teve onde reclinar a cabeça
O mais conhecido dos
homens
anunciado foi por
anjos, de uma virgem concebido, nasceu o esperado
abraçou leprosos,
curou doentes, beijou traidores, perdoou prostitutas
conviveu com as
diferenças, deu vistas aos cegos, foi incompreendido
amou sem ser amado, do
estranho homem nada exigiu, mas por ele foi rejeitado
como grão de trigo foi
semeado para outras vida gerar e os fazer vencedores
pelo estranho homem
morreu e se tornou um homem estranho
O mais conhecido dos
homens
viveu sem privilégios,
parecia um derrotado, sem formosura, um fracassado
na simplicidade em que
viveu, do estranho homem nunca esqueceu
de braços abertos o
recebeu, se fez pequeno para torná-lo grande
muito já se falou e
muito se escreveu, mas sua missão pouca gente o entendeu
tudo o que dele flui é
eterno, a palavra, a vida, o amor, a fé, a paz e a justiça
a ciência não o
define, a religião não o compreende, a teologia não o explica,
O mais conhecido dos
homens
mistério ainda mais
profundo se tornou, embora revelado, ninguém compreendeu
na cruz morre o
imortal, aquele que da vida é o autor! do mundo o criador!
como poderia morrer
sendo filho de Deus? Seria ele um impostor?
o fato é que enquanto
viveu amou, com sua morte salvou,
como ar que o estranho
homem respira, Ele é invisível, mas real
da vida é o sentido,
faz do estranho homem um ser normal, ser conhecido...
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