segunda-feira, 14 de setembro de 2015

Vinte dias de saudade

Como é estranho me deitar sem ter você ao lado
acordar sem ter dormido e no teu corpo não ter tocado
minhas noites viram dias e minha mente não descansa
sonhos e pesadelos me atordoam e a saudade me acompanha

sinto-me um homem por um momento abandonado
carente do teu amor que a mim sempre foi destinado
me revolvo na cama entre os lençóis a sua procura
buscando neles pelo menos a fragrância do seu perfume

mas tudo é em vão e peregrino pela madrugada escura
relembrando o dia da minha partida vendo você me acenando
pedi a Deus que de ti e dos nossos amores sempre cuide
voltei para casa mas ainda assim fico pensando

se eu pudesse apressava o tempo para ver o teu regresso
mas até ele alheio a minha dor parece que me pune
pois até os segundos longe de você são horas intermináveis
vou observando o relógio a espera de mais um dia que clareia

embora quente sejam as noites sem você a cama é fria
amenizo a dor da saudade ouvindo a nossa melodia
poder acordar te sentindo ao meu lado
viver o êxtase de ser amado

ouço a canção e logo desligo o rádio
mas quando acordo vejo um filho ao meu lado
que sentindo minha carência comigo foi solidário
ainda assim meus pensamentos vagueiam

percorrendo a distância que de mim te separa
onde posso ver sua imagem mas não ouço sua fala
mas é quando o dia amanhece que sinto mais tua ausência
é quando percebo o quanto de ti sou dependente

e hoje não foi diferente quando acordei para a realidade
vi que entre as coisas mais simples da vida
era você a minha necessidade
e amanhã quando me levantar para mais um dia de trabalho
onde somente ali sem você eu mostro minha capacidade
vou te esperar convivendo com meus vinte dias de saudade

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