Porque na tranquilidade
do dia me levanto
mas como peregrino da
noite eu ando
se no corpo descanso na
mente me agito
não alcanço as metas
mas delas não desisto
sigo no compasso da
melodia inaudita
quer seja noite ou
durante o dia
com a fragilidade
humana convivo
onde o medo da vida até
o pensamento sufoca
sigo o roteiro pelo
destino escrito
me importando com quem
comigo se importa
pensamento de homem e
coração de menino
as vezes o inverso mas
sempre com os olhos fitos
nas coisas que vejo que
antigamente eu não via
com ouvidos atentos às
palavras não ditas
que causam rancores
mesmo não proferidas
que desperta o desejo
na inocente criança
pois como espada afiada
é a língua felina
que hoje bendize amanhã
amaldiçoa
se existe o perdão
porque não se perdoa?
para-se uma guerra mas
continua a matança
pois mesmo sem armas o
homem guerreia
na batalha da vida
vence quem trapaceia
fazendo do homem um
cego que tateia
prosseguindo no mundo
preso em uma teia
por realizar os sonhos
que ele anseia
onde a obsessão vira
sangue correndo na veia
uma pequena faísca um
bosque incendeia
embora a noite seja
longa sempre o dia clareia
e o coração alegre o
rosto formoseia
o amor é a dádiva que
Deus presenteia
para as fontes da vida
ele me norteia
nesse amor nossa vida
se baseia
pagar o mal com o bem
enobrece a pessoa
com essa simplicidade
da vida me encanto
mas com a aparência
dela eu me engano
por fora reflete beleza
por dentro nem tanto
se com os lábios
expressa um sorriso
o coração contrito
arde em pranto
vivo a realidade dos
sonhos
mas a certeza da vida
me assusta
creio na vida eterna
mas a que eu vivo é tão curta
vivemos em multidão
mas a solidão entristece
queremos ser
independentes e logo recorremos a prece
é ela que nos liberta,
encoraja e ensina
nos faz ver que a vida
é bela e ainda fascina
porque tocamos Naquele
que a nossa alma domina
então por quê estás
abatida ó minh'alma?
levanta, se anima...
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