segunda-feira, 14 de setembro de 2015

Por quê estás abatida ó minh'alma?

Porque na tranquilidade do dia me levanto
mas como peregrino da noite eu ando
se no corpo descanso na mente me agito
não alcanço as metas mas delas não desisto
sigo no compasso da melodia inaudita
quer seja noite ou durante o dia
com a fragilidade humana convivo
onde o medo da vida até o pensamento sufoca
sigo o roteiro pelo destino escrito
me importando com quem comigo se importa
pensamento de homem e coração de menino
as vezes o inverso mas sempre com os olhos fitos
nas coisas que vejo que antigamente eu não via
com ouvidos atentos às palavras não ditas
que causam rancores mesmo não proferidas
que desperta o desejo na inocente criança
pois como espada afiada é a língua felina
que hoje bendize amanhã amaldiçoa
se existe o perdão porque não se perdoa?
para-se uma guerra mas continua a matança
pois mesmo sem armas o homem guerreia
na batalha da vida vence quem trapaceia
fazendo do homem um cego que tateia
prosseguindo no mundo preso em uma teia
por realizar os sonhos que ele anseia
onde a obsessão vira sangue correndo na veia
uma pequena faísca um bosque incendeia
embora a noite seja longa sempre o dia clareia
e o coração alegre o rosto formoseia
o amor é a dádiva que Deus presenteia
para as fontes da vida ele me norteia
nesse amor nossa vida se baseia
pagar o mal com o bem enobrece a pessoa
com essa simplicidade da vida me encanto
mas com a aparência dela eu me engano
por fora reflete beleza por dentro nem tanto
se com os lábios expressa um sorriso
o coração contrito arde em pranto
vivo a realidade dos sonhos
mas a certeza da vida me assusta
creio na vida eterna mas a que eu vivo é tão curta
vivemos em multidão mas a solidão entristece
queremos ser independentes e logo recorremos a prece
é ela que nos liberta, encoraja e ensina
nos faz ver que a vida é bela e ainda fascina
porque tocamos Naquele que a nossa alma domina
então por quê estás abatida ó minh'alma?
levanta, se anima...

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