Como uma nave orbitando
no espaço
sua silhueta atravessa
a escuridão em passos trôpegos
onde cada passo dói
como uma picada de injeção
que atravessa as veias
sem nenhuma permissão
que dilacera seus
nervos e músculos
mas atingindo em cheio
o meu coração
tropeçando em si mesma
de cansada
caminha tateando no
escuro do quarto sozinha
pela luz dos meus olhos
sendo iluminada
refletindo só em meu
peito uma imagem de dor
que antes não tinha
em um corpo quase
vencido e sem forças
cambaleia de sono pra
se encher de vigor
resistindo a tudo no
corredor da mente
entre um sonho e um
pesadelo uma luz tênue
de esperança brilha na
madrugada fria e escura
descubro a cabeça pra
me livrar do meu tédio
e no silêncio do nosso
quarto peço a Deus por sua cura
enquanto na cozinha ela
toma seu remédio
Deus me responde, tenha
paciência, espera
até quando, Lhe
pergunto em silêncio
enquanto meu coração
é chamuscado
por uma febre que arde
qual fogo em seu corpo
tal qual bombeiro
combatendo um incêndio
incontáveis noites
tenho chorado
retendo as lágrimas no
peito
que transformá-las em
risos eu quisera
fico em meu leito
aguardando seu retorno
apresso o tempo para
que passe depressa
para que suas dores e
lágrimas terminem
ou que fiquem na
memoria esquecida
e que não tenhamos
mais essas
noites mal dormidas...
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