Ontem
ao ler um desses “bilhetinhos” de final de ano que são enviados
aos amigos com votos de feliz natal, de boas festas, de próspero ano
novo, esse falava dos laços de amizade que a pessoa que enviou,
desejava ao destinatário. Fiquei então meditando na importância de
tais laços. Como seria bom que esses laços jamais fossem desatados,
mas é uma pena porque nada parece ser mais frágil do que a amizade,
pois basta um simples momento e a amizade de anos, em um instante se
quebra em pedaços, cacos, muitas vezes irrecuperáveis.
Ah!
como somos enlaçados...são tantas as circunstâncias que nos laçam,
impedindo nossos movimentos, levando-nos ao desânimo, ao desespero,
à ansiedade, à fraqueza interior, deixando-nos à mercê de fatos
que nos fogem ao controle e em razão disso, não conseguimos
soltá-los ficando cada vez mais presos a eles. Parece que quanto
mais tentamos desatar esses laços que surgem em nossa vida, mais
ficamos enlaçados por eles. Recordei-me então de casos em que
pessoas tiveram suas famílias destruídas, ou quase destruídas, por
causa do laço forte da sedução.
Homens
que querendo mostrar sinal de hombridade, como se para ser homem
estivesse relacionado aos números de mulheres que conquistou e não
pelo caráter que possui, deixaram suas famílias e foram atrás de
aventuras amorosas passageiras. Outros que se deixam levar por
qualquer fio de cabelo feminino, trazido pelo vento da paixão
repentina, acompanhado com aroma de perfume sedutor. Perfume da
traição. Perfume da luxúria, da fama, do sucesso, do status, do
egoísmo mesquinho, que os faz “parecer” como meninos
enfeitiçados, levados por esse vento, e que sem direção, saem em
busca de seus brinquedos.
Não
percebem que os verdadeiros homens são aqueles que aprendem a dizer
não a esses laços. Hoje o laço do “parecer”, dominou as
pessoas fazendo-as deixarem o “ser”, até mesmo o “ter” que
lutaram tanto para obter e ostentam um “parecer” para
impressionar outras. Atualmente, diante da sociedade que apenas exige
e cobra o que não somos, aparentamos então o que não somos, e, sem
forças, cada vez mais somos enlaçados, incapazes de desatar esses
nós. Pessoas assim se debatem, e moribundos ainda assim não clamam
por ajuda.
Quantos
não ficaram pelo caminho do fracasso, porque sem forças, ao
perderem uma batalha, foram enlaçados pelo medo, pela incerteza,
pela insegurança e acima de tudo pela rejeição de ser
estereotipado como “fracassado”. Outros estão enlaçados pelo
fantasma do desemprego e vivem na angústia e na solidão da mente
que vaga sem rumo a procura da sorte. Há quem esteja enlaçado pelo
trabalho, pela pressão da sociedade em ser o melhor, o primeiro, só
os melhores vencem, dizem, para assim poderem subir ao pódio da
vida.
O
homem tem sofrido muito com os laços. Como se desvencilhar dos laços
da morte, do sofrimento de quem chora a falta de um ente querido?.
Quantas mães nesse momento estão com um nó na garganta, apertado
pelo laço da perda, querendo gritar, clamar pela presença de um
filho, tirado de forma abrupta de seus braços e sem forças, tenta
desesperadamente apertar o laço da esperança e da fé em Deus.
Outras que derramam lágrimas de amor pelos filhos doentes, e com
sacrifício de si mesmas, cuidam de suas crianças com um labor digno
e louvável somente às mães, unindo-se a eles pelos laços de
sangue em prol do cultivo da vida. Sem falar nos jovens que cada dia
que passa, estão cada vez mais enlaçados pelas drogas, pelo álcool,
pelo sexo e que não conseguem se libertar.
Quantos
lares estão arruinados porque os laços da união foram soltos ou
afrouxados, deixando com isso escapar pai ou mãe em busca de nova
união. Seria excelente se pudéssemos em cada momento que passa
apertar ainda mais os laços da amizade, da paz, da harmonia entre os
povos e que esses pudessem sempre se lembrar que antes de sermos de
raças diferentes, somos todos da mesma espécie: somos seres
humanos. Poderíamos, sim, desatar os laços da discórdia, da
guerra, da inimizade, do rancor, da mentira, da falsidade, da
indiferença, da dor, da tristeza, do ódio, da corrupção, da
prostituição e da libertinagem, e dos laços que nos apertam e
sufocam nossos pensamentos, como o desespero, a ansiedade, o medo, a
apatia, o desânimo, e apertar um pouco mais o laço do amor, da paz,
da sinceridade, da alegria, da fraternidade, da tolerância, da
amizade, da sabedoria, do altruísmo, da justiça, da verdade, da
honestidade e da gratidão.
Em
meio a esses laços e enlaços, lembrei-me de uma pequena passagem da
bíblia onde nos é relatado que Deus nos
livrará do laço do passarinheiro
(salmos 91:3). E
também o apóstolo Paulo escrevendo a seu jovem cooperador Timóteo
disse
o seguinte: Instruindo
com mansidão os que resistem, a ver se porventura Deus lhes dará
arrependimento para conhecerem a verdade, e tornarem a despertar,
desprendendo-se dos laços
do diabo,
em que à vontade dele estão presos. Sabe, porém, isto: que nos
últimos dias sobrevirão tempos difíceis.
Porque haverá homens amantes de si mesmos, avarentos, presunçosos,
soberbos, blasfemos, desobedientes a pais e mães, ingratos, sem
afeto natural, irreconciliáveis, profanos, caluniadores,
incontinentes, cruéis, sem amor para com os bons, traidores,
obstinados, orgulhosos, mais amigos dos deleites do que amigos de
Deus, tendo aparência
de
piedade, mas negando a eficácia dela. Destes afasta-te...
Somente
Deus é capaz de nos livrar dos laços do nosso dia
a dia...e
somente Ele pode fortalecer os laços da amizade, da compreensão, da
harmonia e os laços da vida...confie NELE...sempre...
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