O
dia ainda não havia clareado e já estávamos a vários quilômetros
de distância da capital rumo a uma cidadezinha do interior paulista.
O calor predominava, mas depois de quase cinco horas e 450
quilômetros, chegamos ao nosso destino. Era quase a hora do almoço,
mas como já nos esperavam, ele estava preste a ser servido, foi só
o tempo de desfazer as malas, cumprimentar alguns parentes e almoçar.
Algumas nuvens negras rodeavam todo o lugar anunciando que um
temporal se aproximava e em pouco tempo despencaria em cima do
vilarejo. Não nos importamos. O calor da capital havia se
transformado em um calorzão do interior. Roupas leves se fazia
necessário. E foi isso que eu fiz. Tirei os sapatos e a calça pois
a camisa já havia tirado a minutos antes, calcei os chinelos, vesti
uma bermuda e depois do almoço saímos para caminhar pelo vilarejo.
Mal
começamos nossa caminhada e os primeiros pingos começaram a cair. O
dia virou noite, as galinhas procuravam seus lugares nos puleiros por
causa da escuridão. O ribombar dos trovões se acentuaram, os raios
cortavam as nuvens negras como línguas de fogo até o chão e se
perdiam nos campos e nas fazendas ao nosso redor. Pouco tempo depois
as comportas do céu foram abertas e uma chuva gelada caiu
torrencialmente nos pegando caminhando pelas ruas do lugar. Que
sensação! Poder olhar para cima de olhos fechados sentindo no rosto
a chuva que caia! O medo deu lugar a um desfrute inigualável só
comparado com o meu tempo de criança. Eu já estva sem camisa. Tirei
os chinelos e começamos a caminhar pelas ruas enlameadas do
vilarejo. Não havia mais raios e nem relâmpagos e as nuvens negras
haviam se dissipado deixando uma chuva forte lavando a alma daquele
lugar. O
sol lutava para soltar seus raios brilhantes que cortavam os pingos
da chuva e formavam um belo arco-íris no horizonte.
Lembrei-me daquela expressão de quando criança, mas nem foi preciso eu mencionar pois ouvi da minha esposa que, mesmo sem querer me acompanhava, ao ver a beleza do espetáculo que a natureza nos proporcionava disse sem hesitar...sol e chuva, casamento de viúva. Sorrimos e continuamos nossa caminhada escorregando os pés nas ruas de barro. Depois de alguns minutos a chuva parou. Uma sensação de frescor tomou conta do nosso corpo. O cansaço da viagem foi embora, os pastos brilhavam como se gotas de cristal repousassem sobre a grama. As árvores se encheram de fulgor e suas folhas ficaram viçosas que pareciam que ganharam nova vida com a chuva. Voltamos para a fazenda onde estávamos hospedados contemplando os pássaros que retomavam sua caminhada pelos ares cantando uma nova sinfonia. As galinhas já estavam a procura de minhocas acompanhadas de seus pintinhos. A nossa retina podia fotografar o espetáculo da vida depois de uma chuva. Passamos poucos dias na fazenda e logo retornamos para a capital.
Lembrei-me daquela expressão de quando criança, mas nem foi preciso eu mencionar pois ouvi da minha esposa que, mesmo sem querer me acompanhava, ao ver a beleza do espetáculo que a natureza nos proporcionava disse sem hesitar...sol e chuva, casamento de viúva. Sorrimos e continuamos nossa caminhada escorregando os pés nas ruas de barro. Depois de alguns minutos a chuva parou. Uma sensação de frescor tomou conta do nosso corpo. O cansaço da viagem foi embora, os pastos brilhavam como se gotas de cristal repousassem sobre a grama. As árvores se encheram de fulgor e suas folhas ficaram viçosas que pareciam que ganharam nova vida com a chuva. Voltamos para a fazenda onde estávamos hospedados contemplando os pássaros que retomavam sua caminhada pelos ares cantando uma nova sinfonia. As galinhas já estavam a procura de minhocas acompanhadas de seus pintinhos. A nossa retina podia fotografar o espetáculo da vida depois de uma chuva. Passamos poucos dias na fazenda e logo retornamos para a capital.
Hoje, poucos dias depois da chuva no interior quando o dia ainda não
havia clareado eu já estava em pé para mais um dia de trabalho.
Estava chovendo muito. Acordei um pouco antes do horário porque em
dias de chuva é preciso sair mais cedo de casa devido o caos que se
transforma a cidade. E foi como imaginei. Espera debaixo de chuva,
ônibus atrasados e lotados, ruas alagadas, poças, guardas chuva por
todos os lados, trânsito parado, semáforos desligados, motoristas
estressados que com suas buzinas procuravam abrir espaço onde não
havia, reclamações dentro do coletivo por causa de janelas fechadas
ou abertas e para variar o Metrô com problemas. Era um dia para ser
esquecido.
Foi
nesse momento que parado, dentro do coletivo e suando muito que
lembrei-me daquele dia de chuva no interior, quanta diferença! Aqui
a chuva era bem menor, mas o transtorno que causava era absolutamente
maior. Depois de quarenta minutos de atraso, cheguei ao trabalho mas
gostaria de chegar sem chuva, pelo menos em São Paulo, e ainda tinha
a volta...ufa, que dia, e olha que as chuvas ainda nem começaram e
já estão fazendo estragos na cidade...é só escurecer e...vamos
nos preparar.
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