Acredito
que todo mundo conhece, ou pelo menos já viu, a figura daqueles três
macaquinhos, um com as mãos nos ouvidos, outro com as mãos nos
olhos e ainda o outro com as mãos na boca. Segundo o folclore
japonês um chama-se “Mizaru”
(o que cobre os olhos) o outro “Iwazaru”
(o que fecha a boca) e o terceiro (o que tampa os ouvidos) “Kikazaru”
e segundo essa mesma lenda japonesa significa, “não
veja o mal, não fale o mal, não ouça o
mal”
não
sei a ordem correta, a ordem é o que menos importa. O que importa e
bom seria é que o mal e suas formas jamais fosse expressado.Na
rua, na chuva, na fazenda e em São Paulo
Muitas
coisas em nosso viver, são como a figura desses três macaquinhos,
não sabemos o verdadeiro significado, mas falamos, ouvimos e vemos e
nos envolvemos com elas sem saber o seu real sentido. Não ouvir o
mal. Nossos ouvidos parecem que têm comichões, são ávidos por
fofocas e notícias fabricadas sem base e sem procedências
confiáveis, sem verdade e sem nenhuma utilidade. Ouvimos promessas
vazias de políticos mentirosos, ouvimos músicas banais e sem nenhum
conteúdo, ouvimos falar de guerras, terremotos, fome, morte,
tempestades, e tantos outros fenômenos naturais devido a natureza
descontrolada. Ouvimos sobre tudo o que não gostaríamos de ouvir
mas ouvimos.
Ouvimos
o som da cidade, sirenes de ambulâncias, de tiros, vemos o
corre-corre desesperado nas ruas, ouvimos o grito dos inocentes,
ouvimos e vemos algumas mães desesperadas chorando por seus filhos.
Ouvimos gritos de dores de pessoas em hospitais sem assistência.
Ouvimos o clamor de um pedinte por esmolas, das crianças os sonhos
contidos por falta de escolas. Queria poder cerrar meus ouvidos e
meus olhos a esses males, à calúnia, à inveja, à hipocrisia, ao
fingimento, ao desprezo, a dor, ao medo, ao abandono, mas é o que
mais vemos e ouvimos.
Vemos,
ouvimos e falamos até em demasia, sobre violência, sobre roubos e
assaltos, sobre a corrupção desenfreada em todos os segmentos da
sociedade. Vemos menores infratores, e nesses últimos dias,
infelizmente, a bola da vez é a pedofilia e a pederastia que parecem
fora de controle. Vemos religiosos como padres, monges, caciques,
rabinos, pastores e tantos outros homens aparentemente cheios de
moral e integridade, que deveriam ser modelos para seus grupos e seus
rebanhos, estão sendo modelos de vergonha não apenas para eles, mas
para toda a sociedade.
Vemos
e ouvimos pessoas imbuídas de autoridade, que deveriam praticar o
bem e promover a justiça acima de tudo, serem as primeiras a
desonrá-la. Aliás, justiça é o clamor do povo que mais ouvimos
pelas ruas. Mas onde há justiça? Os dias são maus. O mundo é só
maldade. Damos valor ao que não tem valor. Seria bom se pudéssemos
ouvir e ver as coisas boas da vida, como as correntezas caudalosas
dos rios, os cantos dos pássaros na natureza, o nascente e poente do
sol nas tardes avermelhadas e sem poluição, como seria bom, mesmo
em cidades grandes, ver as estrelas no céu, o arco-íris após a
chuva de verão, ver as flores nos quintais e viver cada dia o seu
momento.
Queria
ver a inocência, a pureza e o sorriso, coisas naturais das crianças
acompanhando-as até a fase adulta. Queria ouvir uma conversa sem
malícia e sem segundas intenções. Não ouço mais aquele bom dia
sincero, como antigamente, que vinha sempre acompanhado de um sorriso
espontâneo. Não vejo mais a educação, os bons costumes a
gentileza, a cordialidade, a humildade e a sinceridade. A aparência
tomou conta do nosso ser. Queria não ver mais as desigualdades
sociais e nem ouvir falar sobre racismo, falta de saúde,
imoralidades, e tantas outras falcatruas do gênero humano.
Quem
dera pudéssemos ouvir o clamor silencioso das pessoas que sofrem
angustiadas, solitárias, com depressão, ansiedades, pânico. Quem
dera ouvíssemos o grito interior dos filhos clamando por ajuda para
se libertarem das drogas. Acho que é possível haver mais liberdade
e menos libertinagem, mais palavras de incentivo, de encorajamento e
menos chalaças (gracejos pesados), menos parvoíces, mais risos,
menos rancores, menos tédio, mais prazer. Prazer de estar com a
família, de poder abraçar um filho e agradecer a Deus por sua saúde
e perfeição. Não queria ver mais os jovens deitados pelas calçadas
sem perspectiva de vida, sem sonhos, sem ideais, dopados para
afugentarem a fome e passamos por eles, sem nenhum sentimento
interior, como se nada tivéssemos com isso.
Como gostaria de não ver mais, nem falar ou ouvir sobre a brutalidade e o instinto selvagem que vem tomando conta dos seres humanos, especialmente dos jovens. A raiva, o sentimento violento de ódio, vem explodindo os corações dos homens desde a mais tenra idade, como um vulcão expelindo suas lavas, atingindo com grande destruição tudo ao redor. É algo incontrolável um ser humano cheio desse sentimento. Isso é a pura personificação do mal. É o homem dando formas ao mal, tornando-se maligno.Queria poder falar mais sobre o amor de Deus, esse amor singular, único, que mesmo se todos os poetas fossem escrivães fiéis, com palavras humanas, seriam incapazes de descrever esse amor em todo o seu fulgor. Que possamos abrir nossa boca para mais agradecer do que lamentar, que respostas brandas desviem o furor, que não haja maldizente, que cesse toda a contenda e que o coração alegre formoseie o rosto de todos. É melhor sorrir do que viver iracundo.
Espero confiantemente que a oração do Mestre-dos-mestres se cumpra em cada ser humano: livrai-os do mal. Que esses três macaquinhos, que insistem em ficar com olhos, boca e ouvidos tampados, para não contemplarem a maldade e suas facetas, possam um dia, quem sabe, baixar suas mãos e se alegrarem com o que se veem, se ouvem e se falam entre os humanos, o amor, e esse, em seu mais abrangente sentido. E que a paz verdadeira, tanto exterior quanto interior, a harmonia e o equilíbrio entre o homem e a natureza, andem de mãos dadas. E que sentimento nenhum seja poluído pela falta de amor. Que a justiça não seja para os injustos, mas uma virtude de todos. Espero não estar sonhando sonhos impossíveis, mais ainda quero ter olhos para ver a maldade desaparecer e o amor, ser eterno novamente...
Como gostaria de não ver mais, nem falar ou ouvir sobre a brutalidade e o instinto selvagem que vem tomando conta dos seres humanos, especialmente dos jovens. A raiva, o sentimento violento de ódio, vem explodindo os corações dos homens desde a mais tenra idade, como um vulcão expelindo suas lavas, atingindo com grande destruição tudo ao redor. É algo incontrolável um ser humano cheio desse sentimento. Isso é a pura personificação do mal. É o homem dando formas ao mal, tornando-se maligno.Queria poder falar mais sobre o amor de Deus, esse amor singular, único, que mesmo se todos os poetas fossem escrivães fiéis, com palavras humanas, seriam incapazes de descrever esse amor em todo o seu fulgor. Que possamos abrir nossa boca para mais agradecer do que lamentar, que respostas brandas desviem o furor, que não haja maldizente, que cesse toda a contenda e que o coração alegre formoseie o rosto de todos. É melhor sorrir do que viver iracundo.
Espero confiantemente que a oração do Mestre-dos-mestres se cumpra em cada ser humano: livrai-os do mal. Que esses três macaquinhos, que insistem em ficar com olhos, boca e ouvidos tampados, para não contemplarem a maldade e suas facetas, possam um dia, quem sabe, baixar suas mãos e se alegrarem com o que se veem, se ouvem e se falam entre os humanos, o amor, e esse, em seu mais abrangente sentido. E que a paz verdadeira, tanto exterior quanto interior, a harmonia e o equilíbrio entre o homem e a natureza, andem de mãos dadas. E que sentimento nenhum seja poluído pela falta de amor. Que a justiça não seja para os injustos, mas uma virtude de todos. Espero não estar sonhando sonhos impossíveis, mais ainda quero ter olhos para ver a maldade desaparecer e o amor, ser eterno novamente...
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