quarta-feira, 12 de agosto de 2015

A Obesidade na sala de aula

É inacreditável, mas foi noticiado em vários telejornais e em todos os portais de notícias o fato que aconteceu com cinco professoras do Estado que por serem consideradas gordas, ou melhor, obesas, para não discriminá-las, não foram aprovadas para o ano letivo. Por mais que as autoridades educacionais tentassem explicar o inexplicável, o fato é que se notava no fundo uma ponta de preconceito e discriminação, pelo menos foi isso que percebi ao assistir algumas reportagens sobre o acontecimento. Segundo o governador Geraldo Alckmin isso é uma questão de aptidão física. Sei que para enfrentar determinada classe de alunos, em determinadas escolas públicas principalmente, muitos docentes precisam ser verdadeiros atletas ou super heróis, pois caso o contrário jamais aguentarão a batalha ferrenha entre alunos versus professores, mas, essas privilegiadas já eram professoras, apenas esperavam o exame para a efetivação.
Será que entre todo o corpo docente da rede pública estadual não há mais professores gordos, ou melhor, obesos? Se esse for o caso, alunos gordos, ou melhor, não querendo discriminar, obesos, também não poderão participar das aulas. Poucos dias atrás um jovem gordo, digo, obeso, mas sem discriminar, foi impedido por uma auto escola de fazer o curso de formação de condutores, ou seja, por ser gordo, digo obeso, foi impedido de tirar carteira de condutor de moto. A alegação? Que ele era muito pesado para praticar na moto da auto escola. Se continuar nesse ritmo, os gordos, digo, os obesos, serão obrigados a pedirem permissão para viverem, comerem, caminharem, se divertirem, enfim, para serem felizes. Se for realmente problema de aptidão física como justificou o nobre governador, será que os demais professores durante seus magistérios nunca apresentaram nenhum outro problema de saúde? Nunca tiveram nenhuma licença médica? Ou será que também não existem médicos gordos, ou melhor, obesos?
Está na hora de se acabar com a hipocrisia de uma vez por todas nesse país. O Estado que faz diversas campanhas contra a discriminação de um modo geral não pode ser o primeiro a, embora de maneira camuflada, discriminar seus cidadãos e cidadãs. Uma dessas professoras já dava aulas de educação física, pasmem, há oito anos e somente depois da perícia para ser efetivada é que foi considerada inapta para o cargo. E mais, essa mesma professora foi considerada apta por uma perícia no ano passado realizada pelos médicos da prefeitura da capital. Acho que quem é inapto para o cargo que ocupa é o tal doutor que realizou a perícia nas professoras. Como se já não bastasse a luta que a classe dos educadores enfrentam como baixos salários, o desrespeito de alguns alunos que desde a mais tenra idade são obrigados a conviver, na distância do domicílio para onde são designados para as aulas, e ainda ter de passar por essa humilhação para poder honrar o nobre ofício que abraçaram, é demais. Isso não ocorre só com professores, mas com todos os “gordinhos” por esse país afora.
Espero que todos possam tirar isso de letra...


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