É
inacreditável, mas foi noticiado em vários telejornais e em todos
os portais de notícias o fato que aconteceu com cinco professoras do
Estado que por serem consideradas gordas, ou melhor, obesas, para não
discriminá-las, não foram aprovadas para o ano letivo. Por mais que
as autoridades educacionais tentassem explicar o inexplicável, o
fato é que se notava no fundo uma ponta de preconceito e
discriminação, pelo menos foi isso que percebi ao assistir algumas
reportagens sobre o acontecimento. Segundo o governador Geraldo
Alckmin isso é uma questão de aptidão física. Sei que para
enfrentar determinada classe de alunos, em determinadas escolas
públicas principalmente, muitos docentes precisam ser verdadeiros
atletas ou super heróis, pois caso o contrário jamais aguentarão a
batalha ferrenha entre alunos versus professores, mas, essas
privilegiadas já eram professoras, apenas esperavam o exame para a
efetivação.
Será
que entre todo o corpo docente da rede pública estadual não há
mais professores gordos, ou melhor, obesos? Se esse for o caso,
alunos gordos, ou melhor, não querendo discriminar, obesos, também
não poderão participar das aulas. Poucos dias atrás um jovem
gordo, digo, obeso, mas sem discriminar, foi impedido por uma auto
escola de fazer o curso de formação de condutores, ou seja, por ser
gordo, digo obeso, foi impedido de tirar carteira de condutor de
moto. A alegação? Que ele era muito pesado para praticar na moto da
auto escola. Se continuar nesse ritmo, os gordos, digo, os obesos,
serão obrigados a pedirem permissão para viverem, comerem,
caminharem, se divertirem, enfim, para serem felizes. Se for
realmente problema de aptidão física como justificou o nobre
governador, será que os demais professores durante seus magistérios
nunca apresentaram nenhum outro problema de saúde? Nunca tiveram
nenhuma licença médica? Ou será que também não existem médicos
gordos, ou melhor, obesos?
Está
na hora de se acabar com a hipocrisia de uma vez por todas nesse
país. O Estado que faz diversas campanhas contra a discriminação
de um modo geral não pode ser o primeiro a, embora de maneira
camuflada, discriminar seus cidadãos e cidadãs. Uma dessas
professoras já dava aulas de educação física, pasmem, há oito
anos e somente depois da perícia para ser efetivada é que foi
considerada inapta para o cargo. E mais, essa mesma professora foi
considerada apta por uma perícia no ano passado realizada pelos
médicos da prefeitura da capital. Acho que quem é inapto para o
cargo que ocupa é o tal doutor que realizou a perícia nas
professoras. Como se já não bastasse a luta que a classe dos
educadores enfrentam como baixos salários, o desrespeito de alguns
alunos que desde a mais tenra idade são obrigados a conviver, na
distância do domicílio para onde são designados para as aulas, e
ainda ter de passar por essa humilhação para poder honrar o nobre
ofício que abraçaram, é demais. Isso não ocorre só com
professores, mas com todos os “gordinhos” por esse país afora.
Espero
que todos possam tirar isso de letra...
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