quinta-feira, 13 de agosto de 2015

Cheiro de comida

Eram quase onze horas daquela manhã ensolarada. Não que houvesse visto as horas, mas o estômago, meu pontual relógio informava que a hora do almoço se aproximava. De repente senti no ar aquele cheirinho de comida, o mesmo cheiro que sentia todas as vezes que minha mãe, carinhosamente nos preparava a comida. Senti o cheiro do alho quando colocado no feijão, até mesmo daquele barulhinho que fazia quando era colocado na panela, e da fumaça aromática que subia, deixando-nos inquietos pela comida. Senti o cheiro do bacon, do ovo fritando em óleo quente, das batatas fritas e até do suco de laranja que sempre preparava. Hum!!! Que delícia!!! Que simplicidade!!! Viajei por aquele aroma cujo destino final foi a minha infância, onde visualizei por alguns instantes, cenas da nossa cozinha, do cuidado e do amor com que aquela senhora nos preparava tão saborosa comida que nunca esquecemos. Cada um tinha suas preferências, e ela tentava satisfazer a todos. Éramos em oito crianças, cada um gostava de certo alimento ou dessa ou daquela maneira de prepará-lo. E o mais incrível, é que ela nunca perdia a calma. Sabia lidar com as crianças e com as panelas quentes ao mesmo tempo e com uma agilidade espantosa. Sentávamos no chão, comíamos deitados, na varanda, outros em seu colo, mas ninguém resistia ao seu tempero. Outras crianças e até mesmo adultos, vinham atraídos pelo cheiro e ninguém ficava sem a comida. Creio que até hoje muitas pessoas ainda se lembram do sabor da comida da mamãe. Eta comidinha gostosa!!! Já se passaram muitos anos mas nunca esqueço o cheiro. Incrível dizer isso, mas aquele cheiro era inesquecível...Cheiro de comida...da minha mãe...

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