Hoje
estou sentindo a dor da inquietude, a dor
da alma.
Apesar de estar junto à multidão, existe um vazio no meu interior.
Busquei a razão disso tudo fora de mim e não encontrei. Ela estava
dentro de mim. Um amigo não entende até um irmão não pode
entender, mas as vezes estamos sendo levados como ovelhas mudas ao
matadouro e não percebemos. E nesse caminho, tudo vai se
transformando e se perdendo. O
brilho do sol vai se transformando em densas nuvens e perdemos a
alegria de um dia ensolarado. Não conseguimos ver as estrelas
brilharem no universo pois não as contemplamos ainda que sempre
estejam lá. Nossos caminhos se tornam apertados e escorregadios,
mas, mesmo assim, insistimos em passar por eles.
O
pecado nos acena nos convidando, querendo nos receber de braços
abertos e com sorriso tão atraente, que parece que é a nossa
válvula de escape. Puro engano. As forças se esvai por entre os
músculos dando lugar ao desânimo e a insatisfação. Tudo é dor.
As palavras ficam presas no peito impedidas de saltarem aos lábios
que insiste em ficar fechado não dando vazão a dor
da alma.
Os
ouvidos não querem ouvir, os olhos observam tudo e a mente tira suas
conclusões precipitadas levando-nos ainda mais ao desespero. Meu
pensamento nesse momento percorre a velocidade da luz tentando
compreender a razão e o porque dessa angústia e solidão. O coração
perdeu o ritmo da vida, ela passou por ele deixando-o descompassado
que parece que busca um descanso querendo parar para chorar. Coisas
que me faziam vibrar de alegria, nesse momento não conseguem extrair
um sorriso do meu ser. Apenas lágrimas querem rolar pelo meu rosto,
mas em um impulso instintivo são represadas no fundo da alma que
chora interiormente mas ninguém pode ver. É
a dor da alma.
O
sorriso me fugiu do rosto levando consigo a alegria da amizade, me
deixando sem saber o que fazer, ainda assim, saio em busca da
felicidade em um dia de trabalho. Até Aquele que sempre me
acompanhou nesse momento parece que me abandonou. Sei que não é
verdade, mas não sinto Sua presença. Onde estás Senhor? Sigo meu
caminho entre a inquietude e a pressa, sem querer ouvir e nem ser
ouvido, perdido momentaneamente, desiludido, sem solução aparente,
prossigo sem entender o meu eu que chora profundamente. Cordéis
da morte de mim se apoderaram, angústias do inferno me cercaram.
Estou como um náufrago sendo levado pelas ondas tempestuosas do mar
deixando-me à deriva a mercê do tempo que insiste em passar
arrastando-me sem forças arremetendo-me contra os corais.A
dor da alma
é forte demais. Nunca pensei que doesse tanto.
Aniquila o espírito
e expressa a carne. Parecia que só em mim ela encontrou lugar para
doer tanto. Como é difícil compreender o que é incompreensível, e
ser compreendido quando somos incompreensíveis. Quero fazer alguma
coisa, mas que coisa? Tudo é contrário e mais difícil para mim.
Nada parece dar certo. A contrariedade tem prevalecido nesses dias.
Ver um filho que chora também sem derramar lágrimas, uma mãe
desesperada a espera do filho que vai chegar, a família confusa e
irriquieta por causa de circunstâncias que fugiram ao controle. Até
o futuro já me assusta. Não o meu, mas o deles. A
força para a oração minguaram mas eu sei no meu interior que a
solução só provém dela. Então peço ao Senhor forças para orar
e me sustentar. Essa
é a dor da alma.
Mas felizmente, quando tudo parecia e ainda parece ser o fim e quando
não via saída e não tinha mais forças para me debater, é
exatamente esse o momento que Deus estava esperando. Quando eu lhe
disse: Senhor,
não aguento
mais,
foi nesse momento que Ele me amparou e me confortou um pouco no meio
das dificuldades.
Quando
joguei a toalha, rendido aos seus pés foi que a solução brotou em
sentimento no meu coração. Eu preciso esperar. A alegria despontou
como um dia de sol ainda que sem nenhuma expressão exterior, apenas
em fé e confiança me livrando do desespero. Espero que as densas
nuvens negras deem lugar ao sol da esperança. Que a tristeza que
tomou conta da minha alma, fazendo-a sofrer, possa ir se retirando
sorrateiramente da mesma maneira como havia chegado. Que a paz volte
logo. Graças a Deus que em Cristo Jesus sempre somos conduzidos em
triunfo. Os
pensamentos estão um pouco mais positivos. Pensei que meus dias
jamais voltariam ao normal, mas a nossa leve e momentânea
tribulação, produz eterno peso de glória acima de qualquer
comparação.
A
dor da alma,
é um sentimento que nos imobiliza, enferruja nossas engrenagens,
deixando-nos paralisados sem forças para caminhar. Mas Jesus entrou
em meu deserto e iluminou o meu coração. Suas palavras são vida.
Ainda estou “pra baixo” , desanimado, mas percebi que posso tocar
na vida novamente por intermédio de sua palavra viva e eficaz. Posso
ser renovado. Os problemas ainda permanecem incontidos dentro do meu
ser, mas a dor
da
alma
está desaparecendo. O meu foco foi desviado. Não quero ficar
vislumbrando os problemas, agora quero contemplar o meu Senhor e
agradecer pelos problemas pois eles me fizeram voltar meu olhar ao
Senhor que é infinitamente superior a qualquer problema.
Não peço
mais paciência pra Ele, peço que Ele seja minha paciência e meu
tudo. Com
essa nova visão eu prossigo, olhando para o alto, para o Autor e
Consumador da minha fé, Jesus, que me amou e a Si mesmo se entregou
por mim. Eu peço ao Senhor para me sustentar, e para me dar forças
para reagir e que não me deixe entregue aos pensamentos vãos da
alma. A alma ainda está doente mas quero mudar a minha direção.
Dessa maneira os problemas ficam sem razão de existir e em pouco
tempo deixarão de existir...Quero olhar firmemente para Jesus e
seguir confiante. Me dê forças Senhor.
Nenhum comentário:
Postar um comentário