quinta-feira, 13 de agosto de 2015

Dor da alma

Hoje estou sentindo a dor da inquietude, a dor da alma. Apesar de estar junto à multidão, existe um vazio no meu interior. Busquei a razão disso tudo fora de mim e não encontrei. Ela estava dentro de mim. Um amigo não entende até um irmão não pode entender, mas as vezes estamos sendo levados como ovelhas mudas ao matadouro e não percebemos. E nesse caminho, tudo vai se transformando e se perdendo. O brilho do sol vai se transformando em densas nuvens e perdemos a alegria de um dia ensolarado. Não conseguimos ver as estrelas brilharem no universo pois não as contemplamos ainda que sempre estejam lá. Nossos caminhos se tornam apertados e escorregadios, mas, mesmo assim, insistimos em passar por eles.
O pecado nos acena nos convidando, querendo nos receber de braços abertos e com sorriso tão atraente, que parece que é a nossa válvula de escape. Puro engano. As forças se esvai por entre os músculos dando lugar ao desânimo e a insatisfação. Tudo é dor. As palavras ficam presas no peito impedidas de saltarem aos lábios que insiste em ficar fechado não dando vazão a dor da alma.
Os ouvidos não querem ouvir, os olhos observam tudo e a mente tira suas conclusões precipitadas levando-nos ainda mais ao desespero. Meu pensamento nesse momento percorre a velocidade da luz tentando compreender a razão e o porque dessa angústia e solidão. O coração perdeu o ritmo da vida, ela passou por ele deixando-o descompassado que parece que busca um descanso querendo parar para chorar. Coisas que me faziam vibrar de alegria, nesse momento não conseguem extrair um sorriso do meu ser. Apenas lágrimas querem rolar pelo meu rosto, mas em um impulso instintivo são represadas no fundo da alma que chora interiormente mas ninguém pode ver. É a dor da alma.
O sorriso me fugiu do rosto levando consigo a alegria da amizade, me deixando sem saber o que fazer, ainda assim, saio em busca da felicidade em um dia de trabalho. Até Aquele que sempre me acompanhou nesse momento parece que me abandonou. Sei que não é verdade, mas não sinto Sua presença. Onde estás Senhor? Sigo meu caminho entre a inquietude e a pressa, sem querer ouvir e nem ser ouvido, perdido momentaneamente, desiludido, sem solução aparente, prossigo sem entender o meu eu que chora profundamente. Cordéis da morte de mim se apoderaram, angústias do inferno me cercaram. Estou como um náufrago sendo levado pelas ondas tempestuosas do mar deixando-me à deriva a mercê do tempo que insiste em passar arrastando-me sem forças arremetendo-me contra os corais.A dor da alma é forte demais. Nunca pensei que doesse tanto. 
Aniquila o espírito e expressa a carne. Parecia que só em mim ela encontrou lugar para doer tanto. Como é difícil compreender o que é incompreensível, e ser compreendido quando somos incompreensíveis. Quero fazer alguma coisa, mas que coisa? Tudo é contrário e mais difícil para mim. Nada parece dar certo. A contrariedade tem prevalecido nesses dias. Ver um filho que chora também sem derramar lágrimas, uma mãe desesperada a espera do filho que vai chegar, a família confusa e irriquieta por causa de circunstâncias que fugiram ao controle. Até o futuro já me assusta. Não o meu, mas o deles. A força para a oração minguaram mas eu sei no meu interior que a solução só provém dela. Então peço ao Senhor forças para orar e me sustentar. Essa é a dor da alma. 
Mas felizmente, quando tudo parecia e ainda parece ser o fim e quando não via saída e não tinha mais forças para me debater, é exatamente esse o momento que Deus estava esperando. Quando eu lhe disse: Senhor, não aguento mais, foi nesse momento que Ele me amparou e me confortou um pouco no meio das dificuldades.
Quando joguei a toalha, rendido aos seus pés foi que a solução brotou em sentimento no meu coração. Eu preciso esperar. A alegria despontou como um dia de sol ainda que sem nenhuma expressão exterior, apenas em fé e confiança me livrando do desespero. Espero que as densas nuvens negras deem lugar ao sol da esperança. Que a tristeza que tomou conta da minha alma, fazendo-a sofrer, possa ir se retirando sorrateiramente da mesma maneira como havia chegado. Que a paz volte logo. Graças a Deus que em Cristo Jesus sempre somos conduzidos em triunfo. Os pensamentos estão um pouco mais positivos. Pensei que meus dias jamais voltariam ao normal, mas a nossa leve e momentânea tribulação, produz eterno peso de glória acima de qualquer comparação.
A dor da alma, é um sentimento que nos imobiliza, enferruja nossas engrenagens, deixando-nos paralisados sem forças para caminhar. Mas Jesus entrou em meu deserto e iluminou o meu coração. Suas palavras são vida. Ainda estou “pra baixo” , desanimado, mas percebi que posso tocar na vida novamente por intermédio de sua palavra viva e eficaz. Posso ser renovado. Os problemas ainda permanecem incontidos dentro do meu ser, mas a dor da alma está desaparecendo. O meu foco foi desviado. Não quero ficar vislumbrando os problemas, agora quero contemplar o meu Senhor e agradecer pelos problemas pois eles me fizeram voltar meu olhar ao Senhor que é infinitamente superior a qualquer problema. 
Não peço mais paciência pra Ele, peço que Ele seja minha paciência e meu tudo. Com essa nova visão eu prossigo, olhando para o alto, para o Autor e Consumador da minha fé, Jesus, que me amou e a Si mesmo se entregou por mim. Eu peço ao Senhor para me sustentar, e para me dar forças para reagir e que não me deixe entregue aos pensamentos vãos da alma. A alma ainda está doente mas quero mudar a minha direção. Dessa maneira os problemas ficam sem razão de existir e em pouco tempo deixarão de existir...Quero olhar firmemente para Jesus e seguir confiante. Me dê forças Senhor.

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