Essa
é uma pergunta de duplo sentido que muito depende do sentimento
momentâneo de quem a faz para logo percebermos a emoção dessa
pessoa. Pois nessa pergunta há o lado positivo e o lado negativo. Ao
fazermos essa pergunta, e geralmente a fazemos para nós mesmos,
podemos viver um êxtase pessoal, profissional ou emocional que
qualquer decisão vira sinônimo de felicidade. É o lado positivo.
Por outro lado, podemos vivenciar as mesmas emoções, mas de lado
contrário, ou seja, enquanto eu estou “up”, pra cima, o que for
decidido será muito bom. O que eu decidir e fizer, será muito
satisfatório. Mas se o meu momento for “down”, pra baixo,
qualquer decisão, por mais correta que seja, ainda assim pode me
abater interiormente. Pois ficaria com a única certeza de não ter
tomado a decisão correta ou que a outra decisão, a que não
tomamos, seria melhor. Caso a escolha seja errada, poderá ter
consequências desastrosas tanto profissional como emocionalmente.
De
acordo com alguns psiquiatras, em apenas alguns segundos, podemos
tomar certas atitudes e decisões que o resultado, bom ou ruim, nos
acompanharão por todo o nosso viver. Por isso, recomendam, é sempre
bom quando formos tomar certas decisões na vida, contar até dez e
depois, se necessário, contar outra vez até ter a certeza da
atitude a ser tomada para que não haja arrependimento tardio.
Principalmente quando a decisão a ser tomada está sob forte
influência emocional. É fácil tomarmos decisões quando todas as
coisas convergem para um sentido único e favorável. Quando todas as
setas apontam para a mesma direção é apenas seguir as indicações
e pronto. Perfeito. Ficamos satisfeitos interiormente. As opções
são múltiplas que feliz diante delas eu me pergunto, e
agora, o que é que eu faço? Qual a melhor opção?
Todas são excelentes. Qualquer resultado me trará alegria.
Há
poucos dias, terminei de ler um livro que tinha esse título. E
agora, o que é que eu faço? Esse
livro narrava a trajetória de sucesso, apesar de todos os percalços
que ele encontrou pelo caminho, de um jovem jornalista que acabara de
concluir seu curso e era disputado por algumas grandes empresas. Ele
tinha suas convicções. Tinha suas metas, seus planos, seus sonhos e
sabia onde queria chegar. Mas as ofertas que recebera eram
tentadoras. Imaginem um jovem, recém-formado
sendo disputado por grandes empresas oferecendo-lhe cargo de
executivo, algumas até no exterior. Esse é outro lado positivo. E
agora, o que é que eu faço?
Qual o melhor caminho a seguir? As opções são diversas e todas
parecem, uma ser melhor do que a outra. Basta pouco tempo para se
decidir. Não há pressão, não há dependências, não há temores.
Basta um pouco de mente sóbria
e tudo é resolvido com naturalidade. Isso é muito bom para a nossa
alma (ego) e para o nosso espírito o fato de sabermos que estamos
sendo pretendidos por grandes empresas.
Agora
o difícil é decidirmos algo que permeará nossas vidas quando as
direções não são favoráveis, quando as setas indicam vários
caminhos a seguir. Ou até mesmo quando não temos nenhuma direção
e nenhum caminho a ser seguido. Em meio a crise em que estamos
vivenciando onde muitos estão perdendo seus empregos, jovens,
pessoas de meia idade e até adultos experientes profissionalmente, é
nesse momento que surge a inevitável pergunta do lado negativo: e
agora, o que é que eu faço? Já
não vemos mais o mundo como ele é, mas como nós somos ou estamos.
Quando tudo está bem o mundo é maravilhoso, mas quando as coisas
não andam bem, a realidade do mundo se torna cruel e
incompreensível. Os amigos, que muitas vezes estiveram por perto,
nesse momento nos faltam.
E
com isso, falta chão, falta teto, ficamos sem parâmetro entre o céu
e a terra, perdidos como uma nau sem leme na vastidão do oceano.
Falta alegria, falta vontade, falta força e acima de tudo, falta
motivação para viver, não temos em que nos apegar e damos murros
no ar. Nos fechamos em nosso mundo, em nossa mente. O que fazer
diante das incertezas da vida, quando uma auréola de dúvida paira
sobre a nossa cabeça? Quando o sol de um novo dia demora a rair,
quando a esperança no porvir deixou de existir? O que fazer quando
as lágrimas percorrem os sulcos forjados na alma? Uma palavra começa
a tomar corpo diante dessa crise. Resiliência, que é a capacidade
de uma pessoa se adaptar as mudanças no ambiente em que está
inserida. A sociologia e a psicologia ainda estão tentando entender
para poder explicar como as pessoas conseguem administrar suas vidas
apesar de condições adversas tão fortes. Resiliência é a
flexibilidade de nos adaptarmos as mudanças repentinas. Para isso é
necessário muita força interior. Mas não importa a situação,
pois na vida somos apenas estagiários e que precisamos aprender a
viver contente em toda e qualquer situação, tanto nas positivas
como nas negativas. Tanto é preciso saber ter fartura como a passar
necessidade. O importante é aprender alguma coisa todos os dias.
Precisamos tirar em tudo uma lição, tanto nos elogios como nas
críticas. Somente quem já perdeu sabe o valor de uma vitória. Mas
mesmo diante de um fracasso, é importante superar para que o passo
seguinte seja uma conquista valorosa.
Que
coisa nenhuma nos roube a tranquilidade, a paciência e a paz
interior, caso contrário, as ansiedades tomarão conta do nosso ser.
É preciso aprender a viver contente em toda e qualquer situação,
quer seja positiva ou negativa, tanto na abundância como em
escassez. Podemos todas as coisas, Naquele que nos fortalece...Pois é
nessa hora quando eu me pergunto, e
agora, o que é que eu faço?
pelo lado negativo, sem nada em que me amparar, que o invisível
torna-se visível. É nesse momento que o Deus outrora tão objetivo,
se torna subjetivo. É em momentos como esse que fecho os meus olhos
às circunstâncias exteriores e os abro para a fé, deixo a razão e
abraço a misericórdia. É quando a força humana se esvai que somos
supridos com a divina, é quando estamos vazios que Ele nos enche. É
quando termina o possível para o homem que começa o impossível
para Deus. É quando estou fraco que então é que sou forte. É
Quando eu deixo de lado o que eu sei para poder experimentar o amor
daquele que é, porque o meu saber ensoberbece, mas o seu amor me
edifica.
É
nesse momento que eu aprendo a amar porque sinto que sou amado. É
quando a tempestade mais se intensifica que eu desfruto da bonança
da sua presença. É quando jogo a toalha exaurido pelas agruras da
vida que percebo seus braços me amparando. É quando tenho medo da
vida que Ele me diz: não
temas pois Eu sou contigo por onde quer que andares.
Por essas e por outras tantas razões, não podemos basear nossa
felicidade na instabilidade da riqueza ou em circunstâncias
favoráveis passageiras. Também não será a pobreza que roubará
nossa felicidade. Posso nada ter, mas se tenho Deus, possuo tudo.
Posso estar abatido, porém jamais destruído, mesmo sendo pobre
posso enriquecer a muitos. Então, se a nossa esperança está apenas
nas coisas desse mundo, somos os mais miseráveis dos homens. Porque
Deus é o sentido da vida, sem Ele a vida não tem sentido.
E
para terminar quero fazer minhas as palavras do apóstolo Paulo do
Novo Testamento e do profeta Habacuque do Velho Testamento que
diz:...que
diremos pois diante dessas coisas, se Deus é por nós, quem será
contra nós?...quem nos separará do amor de Cristo? a tribulação,
ou a angústia, ou a perseguição, ou a fome, ou a nudez, ou o
perigo, ou a espada?...em todas essas coisas, somos mais do que
vencedores...(Carta aos Romanos 8:31;35;37)...ainda que a figueira
não floresça, o fruto da oliveira minta, que os campos não
produzam mantimentos, as ovelhas sejam arrebatadas do aprisco, e nos
currais não haja o gado, todavia eu me alegro no Senhor e exulto no
Deus da minha salvação (Hab 3:17-18).
E
agora, o que você faz?
Nenhum comentário:
Postar um comentário