Mais
uma vergonha nacional. Em menos de cinco minutos, segundo uma
reportagem da Folha.com, o Senado Federal em um esforço concentrado
aprovou o que a câmara dos deputados também já havia feito, um
rechonchudo aumento salarial aos nobres parlamentares para o próximo
ano que passará dos 26 mil reais. Será de 62% de aumento em efeito
cascata. E para custear essa vergonha nacional o nosso prefeito já
cogita para o início do ano seguinte, novo reajuste nas passagens de
ônibus. Em princípio esse reajuste de salário deveria vir
acompanhado da extinção das verbas de indenizatórias, ou seja, a
cada parlamentar tem o direito a uma verba extra de 12.000 mil reais
para aluguel, locomoção, manutenção do gabinete entre outras e se
não for usada, acumula para o mês seguinte. Isso sem levar em conta
o 13º e o 14º salário além da ajuda de custo que é considerado
como um 15º salário. Que vergonha! Para aprovarem vinte reais, eu
disse R$ 20,00 de aumento para o salário mínimo, para quem trabalha
muito mais do que eles, esses nobres senhores passam o ano inteiro e
depois de muita discussão dizem: não,
que é para não onerar a previdência.
Com
apenas 35 votos contrários, mas que não abrirão mão do montante
que têm direito, foi aprovado simbolicamente e em ritmo de
urgência o novo salário. Está na hora de, assim como a policia
subiu os morros do Rio de Janeiro e expulsou a casta nefasta que para
lá concorria, assim o faça em Brasília, o verdadeiro escritório
da Cosa Nostra Brasileira, pois essa corja de malfeitores da nação
sabem muito bem legislar em causa própria. Os chefões da verdadeira
mafia se concentram em um único lugar, Brasília. É claro que temos
a nossa parcela de culpa, mas quem é que pode imaginar que os antes
cordeiros se transformem em lobos vorazes em tão pouco tempo.
Quantos projetos de suma importância continuam parados a espera de
votação ou de leis complementares e no final do ano, as vésperas
do natal o papai noel tupiniquim presenteia os nobres parlamentares
com essa quantia. É o Natal dos sonhos. O último ato dos políticos
sempre é pior do que o primeiro.
Como
disse o bispo Dom Manuel, de Limoeiro do Norte no Ceará, que recusou
receber a Comenda de Direitos Humanos Dom Helder Câmara por se
contrário ao último ato dos deputados e afirmou que quem assim
procede, não
é um Parlamentar, mas Para Lamentar.
Quero fazer coro a voz única desse bispo. Não é possível se
entregar Comendas de direitos humanos e assolar o povo, privando-lhe
dos direitos como fazem esses parlamentares, ainda assim os chamo,
lamentando seus atos que envergonham o povo brasileiro digno de tanta
honra. Parabéns Dom Manuel pela sua coerência, pois com muita
dedicação defende o povo, como receber tal homenagem concedida por
mãos manchadas pelo suor dos oprimidos? Acredito que ainda seja
possível reverter esse ato. Se esses senhores tivessem um pouco de
vergonha na cara, retrocederiam nesse atentado contra o povo.
Há
dezenas de projetos de lei tramitando na câmara por décadas, mas
como não é do interesse dessa corja de malfeitores, continuam
parados, aguardando cair no esquecimento popular. Por essa razão,
não somente o Bispo deveria protestar em não receber a insígnia de
comendador, ou com seus discursos aos fiéis, mas todo o povo, em
uníssono, também deveria protestar de todas as maneiras possíveis
até que esses senhores possam honrar o voto de nos representar, se é
que um dia serão merecedores. É de se lamentar! Enquanto isso, no
longíquo Butão, um país que pouco ou nada se houve falar dele, lá
nas cordilheiras do Himaláia, está imune aos desejos da fortuna e
da cobiça, a meta do seu governante, o rei, é fazer com que seu
povo seja feliz. Praticamente sem recursos, esse país é um exemplo
de justiça social, preocupação ambiental e sem grandes problemas
de ordem política. Com isso nobre parlamentares, eu quero dizer-lhes
que a felicidade não está nas cifras, nos bens, nos imóveis ou em
suas fazendas, mas sim em reclinar a cabeça no travesseiro e dormir
com a consciência tranquila sem nenhum impedimento.
Saibam
que é agindo na honestidade, virtude humana em extinção entre os
senhores, que, se com muito ou pouco dinheiro, o mais importante é
ser feliz. Espero que os senhores sejam felizes e que não impeçam o
povo de ser também. Afinal, felicidade não se compra, mesmo tendo
muito dinheiro...
22/12/2010
22/12/2010
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