terça-feira, 11 de agosto de 2015

Palavras não são palavras, nada mais do que palavras...

É por ai que eu sigo meu destino, trilhando o caminho rumo norte, observando aqueles que seguem na dianteira e sendo observado por aqueles que vêm após mim. Sigo por ai ouvindo as conversas e controversas que em muitos casos, não levam a nada, pois, são frutos de sentimentos egoístas que viajam pelas ondas das redes sociais e se perdem após uma curtida. É a eterna luta em defesa do certo e do errado, onde razões e emoções se mesclam expelindo setas envenenadas de palavras incompreensíveis que ferem mortalmente os ouvintes. São debates de ideias e ideais onde se tenta incutir na cabeça dos outros, pontos de vistas e opiniões contrárias as suas. Mas, para haver alguém certo é necessário que o outro esteja errado. O que muitos não sabem é que ambos, certo e errado, procedem da mesma árvore, o conhecimento, porém, seu fruto, é a morte.
Não necessariamente a morte física, embora ela sempre apareça depois de acaloradas discussões, mas, refiro-me a morte da concórdia, da tolerância, do respeito mutuo, da paciência, da união, da paz e da fraternidade entre os falastrões. Um jogo de palavras vazias que ecoa de corações feridos, de almas rancorosas, que, quando atingem o alvo, acendem a pira do orgulho, da altivez, da insensatez, e, acima de tudo, gera seguidores a imagem e a semelhança de quem, mesmo perdendo a amizade, se acha vencedor em razão de haver vencido o debate. Tais palavras esfacelam sonhos, criam pensamentos de vingança, alimentam ódios, suscitam a fúria, afasta a paz e a harmonia, que, por um fio continua sendo sustentados por fracos sinais de vitória naquele que falou mais alto. É incrível, mas, a vida e a morte estão sob o poder da língua.
Não deve ser por ai, pois, uma pequena palavra, se recheada de peçonha, pode matar uma vida, destruir a felicidade, a fé, e pode incendiar um bosque. É como um simples leme que se for levado pelo vento da discórdia, do mal entendimento, da fofoca, da malícia, das segundas intenções, pode deixar um gigantesco navio a deriva, incontrolável sob as ondas revoltas de um mar de palavras desnecessárias. É por ai que eu vejo, acusados e acusadores ofendendo e se defendendo de algo que dizem não terem feito. As palavras ressoam verdades e inverdades, onde um sim e um não significa um talvez, ou, um pode ser, ou, quem sabe, não valem nada, dependendo de quem as profere. Algumas palavras podem não ser meras palavras, ou, mais do que palavras. Elas expressam sentimentos bons e ruins, preferências, opiniões, vontades e influenciam positiva ou negativamente quem as ouve sem conhecer as bases dos argumentos. Através delas bendizemos e amaldiçoamos, incentivamos e menosprezamos, exaltamos e humilhamos nossos semelhantes, revelando com isso a hipocrisia ao retirarmos a máscara do conhecimento do certo e do errado.
Contamos vantagens, exaltamos o ego, julgamos e condenamos antecipadamente, se preciso for, desviamos o curso da natureza para enganar e somos enganados por elas. Somos o que falamos e falamos aquilo que nosso, ser, o nosso interior, nosso coração está cheio. Nessa guerra de palavras ditadas pela incompreensão, fruto de corações ressentidos, magoados, decepcionados, onde cada sílaba torna-se uma espada afiada de dois gumes que corta quem fala e quem ouve, ferindo a esperança, abalando a fé, estancando o fluir do amor e acima de tudo destruindo a paz, faz-nos meditar nas palavras do Mestre dos mestres, o qual afirmava ser Ele o verbo divino, a essência de toda a criação, o qual, sustenta todas as coisas existentes pela autoridade de suas palavras.

Nessas palavras precisamos nos apegar, fundamentar e firmar todo o nosso viver, pois, elas contém a vida, que é a expressão do Seu amor, a gratidão, a misericórdia e o perdão, entre outras virtudes que raramente acompanham as nossas palavras. Acredito que é por ai que as antíteses, os antagônicos, os paralelos, as discórdias caminharão lado a lado com a sensatez e com o respeito. E o caminho sobremodo excelente para isso, resume-se numa única frase do Mestre: amar ao próximo como a ti mesmo...é por ai.

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