É
por ai que eu sigo meu destino, trilhando o caminho rumo norte,
observando aqueles que seguem na dianteira e sendo observado por
aqueles que vêm após mim. Sigo por ai ouvindo as conversas e
controversas que em muitos casos, não levam a nada, pois, são
frutos de sentimentos egoístas que viajam pelas ondas das redes
sociais e se perdem após uma curtida. É a eterna luta em defesa do
certo e do errado, onde razões e emoções se mesclam expelindo
setas envenenadas de palavras incompreensíveis que ferem mortalmente
os ouvintes. São debates de ideias e ideais onde se tenta incutir na
cabeça dos outros, pontos de vistas e opiniões contrárias as suas.
Mas, para haver alguém certo é necessário que o outro esteja
errado. O que muitos não sabem é que ambos, certo e errado,
procedem da mesma árvore, o conhecimento, porém, seu fruto, é a
morte.
Não
necessariamente a morte física, embora ela sempre apareça depois de
acaloradas discussões, mas, refiro-me a morte da concórdia, da
tolerância, do respeito mutuo, da paciência, da união, da paz e da
fraternidade entre os falastrões. Um jogo de palavras vazias que
ecoa de corações feridos, de almas rancorosas, que, quando atingem
o alvo, acendem a pira do orgulho, da altivez, da insensatez, e,
acima de tudo, gera seguidores a imagem e a semelhança de quem,
mesmo perdendo a amizade, se acha vencedor em razão de haver vencido
o debate. Tais palavras esfacelam sonhos, criam pensamentos de
vingança, alimentam ódios, suscitam a fúria, afasta a paz e a
harmonia, que, por um fio continua sendo sustentados por fracos
sinais de vitória naquele que falou mais alto. É incrível, mas, a
vida e a morte estão sob o poder da língua.
Não
deve ser por ai, pois, uma pequena palavra, se recheada de peçonha,
pode matar uma vida, destruir a felicidade, a fé, e pode incendiar
um bosque. É como um simples leme que se for levado pelo vento da
discórdia, do mal entendimento, da fofoca, da malícia, das segundas
intenções, pode deixar um gigantesco navio a deriva, incontrolável
sob as ondas revoltas de um mar de palavras desnecessárias. É por
ai que eu vejo, acusados e acusadores ofendendo e se defendendo de
algo que dizem não terem feito. As palavras ressoam verdades e
inverdades, onde um sim e um não significa um talvez, ou, um pode
ser, ou, quem sabe, não valem nada, dependendo de quem as profere.
Algumas palavras podem não ser meras palavras, ou, mais do que
palavras. Elas expressam sentimentos bons e ruins, preferências,
opiniões, vontades e influenciam positiva ou negativamente quem as
ouve sem conhecer as bases dos argumentos. Através delas bendizemos
e amaldiçoamos, incentivamos e menosprezamos, exaltamos e humilhamos
nossos semelhantes, revelando com isso a hipocrisia ao retirarmos a
máscara do conhecimento do certo e do errado.
Contamos
vantagens, exaltamos o ego, julgamos e condenamos antecipadamente, se
preciso for, desviamos o curso da natureza para enganar e somos
enganados por elas. Somos o que falamos e falamos aquilo que nosso,
ser, o nosso interior, nosso coração está cheio. Nessa guerra de
palavras ditadas pela incompreensão, fruto de corações
ressentidos, magoados, decepcionados, onde cada sílaba torna-se uma
espada afiada de dois gumes que corta quem fala e quem ouve, ferindo
a esperança, abalando a fé, estancando o fluir do amor e acima de
tudo destruindo a paz, faz-nos meditar nas palavras do Mestre dos
mestres, o qual afirmava ser Ele o verbo divino, a essência de toda
a criação, o qual, sustenta todas as coisas existentes pela
autoridade de suas palavras.
Nessas
palavras precisamos nos apegar, fundamentar e firmar todo o nosso
viver, pois, elas contém a vida, que é a expressão do Seu amor, a
gratidão, a misericórdia e o perdão, entre outras virtudes que
raramente acompanham as nossas palavras. Acredito que é por ai que
as antíteses, os antagônicos, os paralelos, as discórdias
caminharão lado a lado com a sensatez e com o respeito. E o caminho
sobremodo excelente para isso, resume-se numa única frase do Mestre:
amar ao próximo como a ti mesmo...é por ai.
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